Em uma aliança estratégica com a norueguesa Equinor, a Petrobras está aplicando novas tecnologias no Campo de Roncador que já aumentaram a produção e prometem dar vida nova ao gigante da Bacia de Campos.
Na Bacia de Campos, um gigante adormecido está sendo despertado. O Campo de Roncador, que já foi a maior descoberta de petróleo em alto-mar do Brasil nos anos 90, entrou em uma nova fase de vida graças a uma parceria estratégica entre a Petrobras e a gigante norueguesa Equinor.
O projeto, que funciona como um “campo escola”, une a experiência brasileira em águas profundas com a tecnologia norueguesa de recuperação de óleo. O resultado já é um sucesso: a produção aumentou em 20.000 barris por dia e novos investimentos bilionários garantem o futuro do campo, que se tornou um modelo global de revitalização.
O cenário do Campo de Roncador antes da parceria
Descoberto em 1996, o Campo de Roncador foi um marco para a indústria de petróleo brasileira. Com um volume original estimado em 10 bilhões de barris, era um ativo de classe mundial. No entanto, após quase duas décadas de produção, o campo entrou em seu ciclo natural de declínio.
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Em 2017, a Petrobras, focada nos novos e superprodutivos campos do pré-sal, buscava um parceiro com duas coisas: capital para investir e tecnologia de ponta em recuperação avançada de óleo (IOR). Ao mesmo tempo, a norueguesa Equinor, líder mundial nessa tecnologia, queria expandir sua presença no Brasil. A necessidade de uma encontrou a oportunidade da outra.
O acordo de US$ 2,9 bilhões de 2018
A parceria foi selada em junho de 2018. A Equinor comprou uma participação de 25% no Campo de Roncador por um valor total de até US$ 2,9 bilhões. Mas o detalhe mais inteligente do acordo foi a forma de pagamento.
Além de um valor inicial, a Equinor se comprometeu a pagar até US$ 550 milhões de forma contingente. Esse dinheiro, no entanto, não iria apenas para o caixa da Petrobras; ele seria diretamente reinvestido em projetos para aumentar a produção do campo. Na prática, a Equinor pagou para que sua própria tecnologia fosse aplicada, criando um verdadeiro “campo escola” para testar e validar suas técnicas na Bacia de Campos.
Sucesso imediato: O aumento de 20.000 barris por dia
A parceria deu resultados mais rápido do que o esperado. Em abril de 2022, com a entrada em operação de apenas dois novos poços, a produção do Campo de Roncador aumentou em 20.000 barris de óleo por dia.
A eficiência da aliança foi notável. O projeto foi entregue com quase cinco meses de antecedência e com uma redução de 50% nos custos que haviam sido planejados. O sucesso inicial provou que a combinação da expertise norueguesa em recuperação com a excelência operacional da Petrobras em águas profundas era uma fórmula vencedora.
Acelerando em 2025: A nova fase de investimentos bilionários
O sucesso da fase piloto deu confiança para as empresas acelerarem os investimentos. O que era um teste virou uma operação industrial em larga escala. Em 2024, a parceria anunciou uma nova onda de contratos para expandir a revitalização.
Entre eles, um contrato de aproximadamente US$ 1 bilhão para duas novas sondas de perfuração, que começarão a operar no segundo semestre de 2025. Esses novos investimentos demonstram o compromisso de longo prazo com o Campo de Roncador e sinalizam uma nova campanha de perfuração massiva para os próximos anos.
O que a parceria de Roncador ensina ao setor de petróleo
O projeto de revitalização do Campo de Roncador se tornou uma referência global. Ele mostra que é possível dar nova vida a campos maduros de forma rentável e sustentável. A meta de longo prazo da parceria é destravar mais de 1 bilhão de barris de óleo que, de outra forma, ficariam no subsolo.
Com os novos investimentos, a vida produtiva do campo, que se encerraria em breve, foi estendida até, pelo menos, 2052. A aliança não apenas salvou um gigante do declínio, mas o transformou em um pilar de geração de valor para as próximas décadas, provando que, com a tecnologia e a parceria certas, a história de um campo de petróleo pode ser reescrita.