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O campo de gás que a Petrobras vendeu que a Origem Energia transformou em uma usina termelétrica para vender energia

Publicado em 24/06/2025 às 13:55
Atualizado em 28/06/2025 às 22:53
O campo de gás que virou usina: a estratégia da Origem Energia para revolucionar o mercado em Alagoas
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Entenda como um antigo campo de gás da Petrobras foi transformado em um inovador polo de energia, com usina própria e planos para estocar gás para o Brasil

Um antigo campo de gás em Alagoas, vendido pela Petrobras, está no centro de uma das transformações mais inovadoras do setor de energia no Brasil. Adquirido pela empresa Origem Energia, o Polo Alagoas deixou de ser apenas uma área de extração para se tornar um “Hub de Energia” integrado, com um plano ousado: usar o gás extraído para gerar eletricidade em uma usina termelétrica construída no próprio local.

A estratégia, conhecida como “Reservoir-to-Wire” (do reservatório para o fio), visa agregar valor ao gás onshore e posicionar a empresa como uma fornecedora de energia flexível para o sistema elétrico nacional. O projeto, que superou uma paralisação por questões de segurança em 2024, representa um novo modelo de negócios para campos maduros no país.

A transação de US$ 300 milhões que mudou o jogo

A história dessa transformação começou com uma decisão estratégica da Petrobras. Como parte de seu plano de focar em ativos de maior retorno em águas profundas, a estatal colocou à venda o Polo Alagoas. Em fevereiro de 2022, a transação foi concluída por US$ 300 milhões, e a nova dona, a Origem Energia, controlada pela gestora de investimentos Prisma Capital, assumiu as operações.

A Origem Energia não comprou apenas poços de gás. A aquisição incluiu um pacote completo de infraestrutura, com sete concessões, uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) com capacidade para 2 milhões de m³/dia e cerca de 230 quilômetros de dutos. Esse controle total foi a chave para a nova proprietária colocar em prática sua visão de negócio integrado.

Como a produção do campo de gás foi quadruplicada

O campo de gás que a Petrobras vendeu que a Origem Energia transformou em uma usina termelétrica para vender energia

O primeiro passo da Origem Energia foi revitalizar a produção do campo de gás, que estava em declínio natural. Com um plano de investimentos de US$ 200 milhões, a empresa realizou intervenções em centenas de poços e otimizou as operações, utilizando até mesmo inteligência artificial para melhorar as previsões de vazão.

Os resultados foram impressionantes. A produção de gás, que era de 396 mil metros cúbicos por dia quando a empresa assumiu em fevereiro de 2022, saltou para mais de 1,7 milhão de m³/dia no final de 2024. Foi uma quadruplicação do volume em menos de três anos, provando o potencial que ainda existia no ativo.

“Reservoir-to-Wire”, a usina termelétrica como coração do negócio

A grande aposta da Origem Energia é a monetização verticalizada do gás. Em vez de apenas vender o insumo, a empresa está construindo um Parque Termelétrico Flexível com capacidade projetada de 330 MW. A ideia é transformar o gás extraído diretamente em eletricidade, um produto de maior valor agregado.

Essas usinas utilizarão turbinas modernas, capazes de serem acionadas em apenas 15 minutos. O objetivo não é gerar energia o tempo todo, mas fornecer lastro e segurança para o sistema elétrico brasileiro, especialmente quando a geração de fontes renováveis, como eólica e solar, é baixa. Com isso, a empresa se posiciona para competir em leilões de reserva de capacidade do governo.

Mais do que um campo de gás

A estratégia da Origem vai além da geração de energia. Em março de 2024, a empresa anunciou uma parceria com a TAG para desenvolver o primeiro projeto de estocagem subterrânea de gás (UGS) do Brasil. O plano é usar os reservatórios já esgotados do campo de Pilar para armazenar gás, criando um “pulmão” que pode garantir o abastecimento do país em momentos de alta demanda.

Para completar o controle da cadeia, a empresa também assumiu, em fevereiro de 2025, a operação do Terminal Aquaviário de Maceió (TAMAC), garantindo a logística para escoar sua produção de óleo. A resiliência do projeto foi testada em junho de 2024, quando a ANP interditou as operações por falhas de segurança. A Origem Energia conseguiu resolver as pendências e retomar a produção total em pouco mais de um mês, demonstrando capacidade de gestão de crise.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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