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O caminhão soviético com motor de caça que ‘cospe fogo’ até hoje — russos estão lavando tanques com ele

Publicado em 16/07/2025 às 13:08
Caminhão militar, Rússia, União Soviética
Ministério da Defesa da Federação Russa / Mil.ru Licença: CC BY 4.0
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Durante a Guerra Fria, soviéticos criaram um caminhão militar com motor de caça para limpar armas químicas — e ele ainda funciona

A União Soviética é conhecida por suas criações ousadas durante a Guerra Fria. Entre elas, uma máquina se destaca pelo tamanho, função e aparência: um caminhão militar com um motor de caça instalado na traseira. Criado inicialmente para descontaminação química, o veículo continua em uso na Rússia, mesmo depois de décadas.

Uma ideia incomum

Durante os anos da Guerra Fria, o avanço das armas químicas levou os soviéticos a buscar soluções para limpar equipamentos expostos.

Foi nesse contexto que surgiu o TMS-65U, um veículo militar que parece ter saído de um filme de ficção científica.

A estrutura do sistema é formada por um caminhão Ural 375, com tração nas seis rodas e grande capacidade de carga. Na traseira, os engenheiros instalaram um tanque de 900 litros e um motor turbojato.

O detalhe mais curioso é a origem desse motor. Trata-se do Kilmov VK-1, usado anteriormente em aviões de combate como o MiG-15, MiG-17 e o bombardeiro Il-28.

Após a substituição desses modelos por caças mais modernos, como o MiG-19 e o MiG-21, os antigos motores ficaram obsoletos. Mas, ao invés de serem descartados, foram reaproveitados.

Caminhão militar, Rússia, União Soviética
Foto: Vitaly V. Kuzmin / Wikimedia Commons Licença: CC BY-SA 4.0

Como funciona

O funcionamento do TMS-65U é direto. O turbojato VK-1 é modificado para liberar um jato de ar quente misturado com fluido descontaminante.

O resultado é uma rajada poderosa de gás, em alta temperatura, capaz de limpar rapidamente superfícies contaminadas.

Esse jato é dirigido por uma torre ajustável, o que permite ao operador apontá-lo com precisão.

O sistema é eficaz para remover substâncias químicas e biológicas aderidas em tanques, aviões ou navios. A combinação do calor com o fluido torna a limpeza mais rápida e profunda do que os métodos tradicionais. É como uma lavadora de pressão turbinada, mas adaptada ao campo militar.

Apesar da eficiência, o TMS-65U tem desvantagens. O consumo de combustível é elevado, devido à potência do motor a jato.

Outro risco é a possibilidade de espalhar contaminantes químicos no ambiente ao redor, caso não seja operado com cuidado. Ainda assim, o veículo continua sendo usado, inclusive na Rússia atual.

Mais que descontaminação

Além da função original de descontaminação, o TMS-65U também tem outras aplicações. Uma delas é no campo de batalha, onde pode lançar cortinas densas de fumaça.

Essa névoa impede que o inimigo visualize os movimentos das tropas, funcionando como um escudo temporário.

Outro uso relevante ocorre na limpeza de pistas. O motor VK-1, aproveitado no TMS-65U, também é empregado para remover neve ou detritos em locais como porta-aviões, como o famoso navio russo Kuznetsov. Sua força permite limpar áreas grandes com rapidez.

Legado dos motores VK-1

O motor VK-1, criado com base no britânico Rolls-Royce Nene, tem uma história longa. Seu uso começou na aviação militar soviética nos anos 1950.

Mesmo depois de mais de 80 anos desde sua criação, ainda encontra espaço em diferentes funções. Além do TMS-65U e da limpeza de pistas, ele já foi usado em um trem experimental nos anos 1970 que atingiu 250 km/h.

A versatilidade e resistência do motor são pontos marcantes. Mesmo com o passar do tempo e avanços tecnológicos, ele continua sendo útil em diversas situações.

TMS-65U: uma solução que sobreviveu ao tempo

O TMS-65U é uma das máquinas mais curiosas desenvolvidas durante a Guerra Fria. A ideia de transformar um caminhão em uma plataforma com turbojato para descontaminação pode parecer exagerada, mas provou ser funcional.

Mesmo com mais de 60 anos de idade, o sistema segue em uso. E o motor que o alimenta, com mais de oito décadas de história, continua soprando ar quente onde for necessário.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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