O bloco BRICS pode crescer, com 34 países interessados em ingressar. Entenda o impacto dessa possível expansão para a economia global
Enquanto os líderes dos países membros do BRICS se preparam para a 16ª Cúpula em Kazan, Rússia, uma questão vem ganhando destaque: a crescente lista de países interessados em ingressar nesse bloco econômico. O evento promete ser um marco importante, com a possível entrada de novos países ao bloco.
O BRICS, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, com a África do Sul ingressando em 2011, passou por uma expansão histórica em 1º de janeiro de 2024. Essa ampliação trouxe novos membros e fortaleceu a influência do bloco.
Relatos indicam que dezenas de países já expressaram interesse em aderir ao BRICS, o que será um dos tópicos principais da cúpula em Kazan.
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Muitos especialistas veem o BRICS como uma forma da China, depois a Rússia, influenciar os mais diversos assuntos ao redor do mundo. Nesse caso, o Brasil pode está perdendo o protagonismo, se tornando um ator com pouco destaque no bloco economico.
A lista de Espera para o BRICS
Durante uma reunião recente do grupo, o presidente russo Vladimir Putin anunciou que pelo menos 34 países demonstraram interesse em se juntar ao BRICS.
Entre eles estão o Sri Lanka também se destacou, com o ministro das Relações Exteriores do país, Vijitha Herath, afirmando que enviaria sua candidatura oficial durante a cúpula.
Segundo a imprensa chinesa, esse crescente interesse pelo BRICS revela o apelo do grupo para países que buscam diversificar suas relações econômicas e políticas. A expansão do bloco se torna um reflexo das oportunidades que ele oferece, especialmente para nações em desenvolvimento.
Veto do Brasil a Venezuela
A Cúpula dos Brics atendeu ao pedido do Brasil e decidiu excluir a Venezuela da lista de possíveis novos parceiros do bloco. Da América Latina, apenas Cuba e Bolívia foram incluídas.
Além desses países, a lista contempla Belarus, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
O próximo passo será analisar quais desses países poderão efetivamente integrar o grupo. Caso todos sejam aprovados, a Rússia, anfitriã da cúpula, entrará em contato com as nações selecionadas para confirmar seu interesse em ingressar na nova categoria de membros.
A força econômica do BRICS
De acordo com a China Central Television (CCTV), o BRICS expandido agora representa 35,6% do PIB mundial, ultrapassando o G7 em termos de paridade do poder de compra (PPC).
Além disso, o bloco é responsável por mais de um terço das terras secas da Terra, 45% da população global, mais de 40% da produção de petróleo mundial e cerca de um quarto das exportações globais de bens.
O impacto econômico do BRICS é inegável. O grupo oferece um vasto mercado, ricos recursos naturais e energéticos, além de oportunidades para investimentos. Como afirma Wang Youming, diretor do Instituto de Países em Desenvolvimento do Instituto Chinês de Estudos Internacionais, “a grande população do BRICS significa um mercado imenso e grandes oportunidades econômicas.“
Para países como a Nigéria, o BRICS oferece algumas vantagens. O professor e diretor do Centro de Pesquisa Contemporânea China-África na Nigéria, Xerife Ghali Ibrahim, ressalta que a adesão ao BRICS beneficiaria a Nigéria com uma maior estabilidade monetária e uma aproximação das economias emergentes globais. “Acreditamos que o BRICS é o futuro“, afirmou Ibrahim.
Uma plataforma inclusiva?
Para o governo chinês, ao contrário de blocos liderados pelo Ocidente, que priorizam muitas vezes os interesses das economias avançadas, o BRICS coloca em primeiro plano as oportunidades de desenvolvimento e investimento para seus membros.
“A ênfase do BRICS está na cooperação econômica entre seus membros, com foco no desenvolvimento, comércio e investimento“, explicou Tharakorn Wusatirakul, presidente do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento em Economia e Educação do BRI na Tailândia.
Segundo a imprensa local, a decisão da Tailândia de se juntar ao bloco reflete a busca do país por maximizar suas oportunidades econômicas e diversificar suas parcerias internacionais.
O sul global
A crescente interesse nos BRICS entre os países do Sul Global, como África, América Latina e Ásia, pode refletir o desejo dessas nações de conquistar maior autonomia e influência nos assuntos internacionais.
O bloco é visto como uma alternativa às instituições lideradas pelo Ocidente, mas sem a intenção de substituí-las. “O BRICS não é antiocidental, mas busca uma maior inclusão nas decisões globais“, observa Wang.
A filosofia do grupo está em ampliar as oportunidades de todos, sem retirar as conquistas já estabelecidas pelas potências ocidentais.