O Brasil detém a maior reserva de nióbio do mundo, um metal estratégico que impulsiona inovações em setores críticos. Entenda o potencial dessa riqueza e os desafios para transformar o domínio mineral em liderança tecnológica.
Você sabia que o Brasil é o guardião da maior reserva de nióbio do mundo? Este metal de transição, com propriedades físico-químicas singulares como alta resistência e supercondutividade, é uma verdadeira “fortuna tecnológica”, essencial para avanços em áreas como infraestrutura, energia, saúde e eletrônica. Com cerca de 89% das reservas globais, o país tem uma oportunidade ímpar.
No entanto, possuir a maior reserva de nióbio do mundo no Brasil é apenas o começo. O desafio é transformar essa abundância em desenvolvimento tecnológico e econômico sustentável, agregando valor e consolidando a liderança nacional na cadeia produtiva deste metal do futuro.
Nióbio: o metal estratégico que o Brasil tem de sobra e sua importância global
O nióbio (Nb) é um metal de transição macio, dúctil e com notável resistência à corrosão. Suas propriedades mais impressionantes incluem um elevado ponto de fusão (2477 °C) e a capacidade de exibir supercondutividade em baixas temperaturas. Essas características conferem ao nióbio uma versatilidade ímpar, permitindo que atue como um aditivo crucial, transformando e otimizando outros materiais, principalmente o aço.
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Sua relevância estratégica global reside na capacidade de viabilizar avanços em setores críticos, alinhando-se com megatendências como eletrificação, urbanização e sustentabilidade. Ao permitir o uso de menos material e contribuir para a redução da pegada de carbono, o nióbio é chave na transição para uma economia de baixo carbono.
A dimensão da riqueza
O Brasil ostenta uma liderança incontestável: detém cerca de 88,72% das reservas mundiais de nióbio (Nb2O5, em metal contido), o que correspondia a 14,2 milhões de toneladas em 2023. Em comparação, o Canadá, segundo maior detentor, possuía aproximadamente 9,97%.
As principais jazidas que sustentam essa dominância da maior reserva de nióbio do mundo no Brasil estão em Araxá (Minas Gerais), onde se localiza a maior mina de nióbio do mundo, descoberta em 1953, e em Catalão (Goiás). A exploração é liderada por empresas como a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), responsável por cerca de 75% do mercado global, e a CMOC Brasil, subsidiária da chinesa CMOC.
A “fortuna tecnológica”
A aplicação mais significativa do nióbio é na siderurgia. A adição de pequenas quantidades de nióbio transforma o aço comum em aços de alta resistência e baixa liga (HSLA), permitindo estruturas mais leves e resistentes em pontes, edifícios, gasodutos e veículos, resultando em economia e menor impacto ambiental.
Além disso, o nióbio é vital em alta tecnologia: superligas para a indústria aeroespacial; nióbio metálico para supercondutores usados em aparelhos de ressonância magnética (MRI) e aceleradores de partículas; e pentóxido de nióbio em lentes ópticas. Um dos campos mais promissores é o de baterias de íon-lítio de próxima geração, onde o nióbio permite carregamento ultrarrápido (menos de 10 minutos), maior vida útil e mais segurança, sendo crucial para veículos elétricos.
Desafios e oportunidades
Apesar de deter a maior reserva de nióbio do mundo no Brasil, o principal desafio do país é agregar valor à sua produção, que ainda se concentra na exportação de ferronióbio. A “fortuna tecnológica” integral do nióbio está em produtos de maior complexidade, como nióbio metálico de alta pureza, óxidos especiais e componentes para baterias.
Superar este “gap de inovação” exige investimento robusto em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I), fomentando a colaboração entre universidades, institutos de pesquisa e o setor privado. É crucial desenvolver uma indústria nacional de transformação do nióbio, aproveitando o conhecimento já existente em instituições como UFMG, UNICAMP e USP, e o P&D realizado pela CBMM.
Em Catalão, quando o minério acabar, vai ficar só o buraco. A cidade irá virar uma Ouro Preto, Sabará,etc.
Não deixarão, nenhuma Universidade de ponta, nenhuma indústria. Siquer um futuro digno para as próximas gerações.
Nos aqui de Araxá mg umas das cidades mais ricas por causa do niobio,,,,sono papel. Porque na realidade so ficamos com o buraco da mina. Sem Escolas ,uma faculfade. Um hospital digno ….população depende de Uberaba pra tudo…..
Vale uma fortuna tecnológica????
Acho que o termo foi mal formulado. Prá mim o termo mais correto é vale uma fortuna. Tecnológica seria o motivo do material ser valioso!!!