Dia 29, o Brasil marcará presença no cenário espacial com o lançamento de um foguete brasileiro de 8 metros, 1.500 kg e capacidade de atingir 150 km de altitude a 6 mil km/h.
O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Parnamirim, na região metropolitana de Natal, voltará a ser palco de atividades espaciais importantes no Brasil. No dia 29 de novembro, a Força Aérea Brasileira (FAB) dará início à primeira fase da Operação Potiguar com o lançamento do foguete brasileiro de sondagem VS30 V15.
A missão tem como objetivo principal treinar técnicos, testar equipamentos e validar processos de lançamento.
Retomada estratégica
Criado em 1965, o CLBI já foi o principal centro de lançamentos espaciais do Brasil, mas nos últimos anos concentrou suas atividades no rastreamento de foguetes e satélites.
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A reativação da capacidade de lançamentos suborbitais é vista como um marco estratégico para o país, permitindo a redução da dependência do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, cuja capacidade está quase totalmente comprometida para 2025.
“A operação representa um salto para a organização potiguar, que reativará sua capacidade de atuar com lançamentos suborbitais e poderá concorrer às demandas de mercado do segmento“, informou a FAB.
Além disso, o Brasil poderá lançar experimentos, coletar dados detalhados e recuperar cargas úteis enviadas ao espaço, consolidando sua capacidade tecnológica no setor aeroespacial.
Detalhes do foguete brasileiro VS30 V15
O foguete VS30 V15, projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), é um modelo de sondagem monoestágio, não-guiado, com características que o tornam ideal para missões suborbitais. O foguete brasileiro será lançado por meio de um trilho, atingindo velocidades de até 6.000 km/h e uma altitude máxima de 154,9 quilômetros.
Confira as especificações técnicas do VS30 V15:
- Comprimento: 7,911 metros
- Peso total: 1.500 kg
- Massa da carga útil: 278,46 kg
- Tipo de propulsão: propelente sólido (900 kg)
- Velocidade máxima: 6.000 km/h
- Tempo de voo: 6 minutos e 20 segundos
- Tempo de microgravidade: até 5 minutos
- Altitude máxima (apogeu): até 154,9 km
Essas características permitem criar um ambiente de microgravidade por até cinco minutos, ideal para experimentos científicos.
Operação Potiguar: Fases e Objetivos
A Operação Potiguar está dividida em duas fases. Na primeira, o foco será o treinamento da equipe e a verificação de equipamentos e processos. Já a segunda fase, prevista para o segundo semestre de 2025, utilizará outro foguete brasileiro VS30 V15 para qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, a chamada Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM). Essa etapa é crucial para aumentar a autonomia brasileira em lançamentos suborbitais.
Impactoestratégico
A reativação da Barreira do Inferno tem impacto direto no desenvolvimento do setor aeroespacial brasileiro. Com a possibilidade de realizar lançamentos suborbitais localmente, o Brasil se posiciona melhor no mercado internacional, atendendo à crescente demanda por lançamentos de baixo custo para experimentos científicos.
“O país será capaz de lançar um experimento, fazer todas as coletas de dados e recuperar a carga útil enviada ao espaço“, reforça a FAB. Além disso, o CLBI, com seu histórico de mais de três mil lançamentos desde 1965, recupera seu papel de destaque nas operações espaciais.
Com o sucesso da Operação Potiguar, o Brasil poderá consolidar sua capacidade de operar de forma independente em missões suborbitais. Além de aliviar a sobrecarga no Centro de Alcântara, a Barreira do Inferno tem o potencial de se tornar novamente um ponto estratégico para lançamentos de foguetes, contribuindo para o avanço da ciência e tecnologia no país.