Gecex aplica antidumping definitivo por 5 anos à fibra sintética de poliéster; sobretaxa em US$/t para China, Índia, Tailândia e Vietnã após investigação iniciada em 21/03/2024
O Brasil impôs direito antidumping definitivo, válido por até cinco anos, sobre as importações de fibra sintética de poliéster originárias de China, Índia, Tailândia e Vietnã. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 1º de setembro de 2025 e segue resolução do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), após investigação iniciada em março de 2024.
De acordo com o portal valor econômico a decisão significa que os produtos desses quatro países passarão a pagar uma sobretaxa em dólares por tonelada (US$/t), mecanismo autorizado pelas regras internacionais de comércio quando há prova de dumping a prática de vender no exterior por preços mais baixos do que no mercado de origem, prejudicando a indústria local.
O que significa o direito antidumping
O direito antidumping é uma ferramenta de defesa comercial usada para corrigir distorções no mercado. Segundo o Gecex, a investigação confirmou que as fibras de poliéster chegavam ao Brasil com valores inferiores aos praticados nos países produtores, o que causava concorrência desleal com a indústria nacional.
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A aplicação da medida por até cinco anos tem como objetivo restabelecer condições de competição equilibrada. Em vez de um percentual sobre o preço, o Brasil optou por aplicar uma tarifa fixa em dólares por tonelada importada, garantindo previsibilidade no cálculo da sobretaxa.
Como a decisão afeta o setor têxtil
A fibra sintética de poliéster é um insumo essencial para a indústria têxtil e de vestuário, usada na fabricação de tecidos, roupas esportivas, estofados e outros produtos. O Brasil depende em parte de importações para suprir a demanda, mas produtores locais vinham alegando perda de competitividade diante dos preços reduzidos praticados por exportadores asiáticos.
Com a aplicação do antidumping, espera-se uma redução da pressão sobre os fabricantes nacionais, embora os custos finais para confecções e consumidores possam subir em alguns segmentos. O equilíbrio entre proteger a indústria e evitar repasse de preços será um dos principais pontos de debate nos próximos meses.
A disputa global pelo mercado de poliéster
A medida brasileira acompanha movimentos semelhantes em outros países. Tanto Estados Unidos quanto União Europeia já aplicaram barreiras ao poliéster importado da Ásia, sob argumentos de dumping e excesso de oferta no mercado internacional. A disputa se intensificou nos últimos anos com o aumento da produção chinesa e a diversificação de exportações da Índia, Vietnã e Tailândia.
No Brasil, o antidumping pode estimular investimentos internos no setor têxtil, mas também desafia importadores que dependiam do insumo mais barato para manter custos reduzidos. O impacto sobre a inflação, no entanto, tende a ser limitado, já que a fibra de poliéster é apenas uma das várias matérias-primas usadas pelo setor.
O fato de o Brasil ter imposto direito antidumping à fibra de poliéster de quatro grandes exportadores mostra como a política de defesa comercial está sendo usada para proteger setores estratégicos. A medida cria fôlego para a indústria nacional, mas abre espaço para discussões sobre competitividade, preços ao consumidor e integração do país nas cadeias globais.
E você, acredita que essa decisão realmente vai fortalecer a indústria têxtil brasileira ou só vai aumentar o custo final para o consumidor? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.
Tudo deve ser dosado e ajustado, conforme o cenário vai se abrindo e desvendando os desafios de cada dia. O importante é tentar o máximo manter o equilíbrio da balança comercial.