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Um bilionário sueco que comprou 160 mil hectares da Amazônia no Brasil para protegê-la — e não pretende lucrar com nada disso

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 01/07/2025 às 12:04
O bilionário sueco que comprou 160 mil hectares da Amazônia no Brasil para protegê-la — e não pretende lucrar com nada disso
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Bilionário sueco adquire 160 mil hectares na Amazônia para promover a preservação de floresta no Brasil, transformando a região em uma área preservada. Entenda os impactos, desafios e debates sobre a compra de terras na Amazônia por estrangeiros

Um bilionário sueco surpreendeu o mundo ao adquirir cerca de 160 mil hectares de floresta na Amazônia brasileira. A iniciativa, inédita em escala e propósito, foi realizada com um único objetivo: garantir a preservação de floresta no Brasil sem qualquer intenção de lucro. O empresário Johan Eliasch, que lidera a ONG ambiental Cool Earth, comprou a área em 2005, encerrou atividades predatórias e transformou a região em um santuário ecológico. Este artigo detalha quem é o comprador, como foi a compra de terras na Amazônia, os impactos ambientais e sociais, as controvérsias jurídicas e o que esse caso pode nos ensinar sobre conservação e soberania.

Quem é o bilionário sueco Johan Eliasch

Johan Eliasch é um empresário sueco-britânico, presidente da marca de artigos esportivos Head e figura ativa em questões ambientais globais. Foi conselheiro climático do Reino Unido e criou a ONG Cool Earth, voltada à proteção de florestas tropicais ameaçadas.

Em 2005, decidiu atuar diretamente na defesa ambiental e adquiriu uma vasta extensão da Amazônia brasileira, tornando-se o proprietário estrangeiro de uma das maiores áreas privadas de floresta no país.

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Detalhes da compra de terras na Amazônia

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A aquisição envolveu aproximadamente 160 mil hectares de floresta nos municípios amazonenses de Itacoatiara, Manicoré e Lábrea. Eliasch pagou cerca de US$ 10 milhões pela propriedade, que incluía a madeireira Gethal Amazonas. Logo após a compra, a empresa teve suas atividades encerradas, o que marcou o fim da exploração comercial da área.

Segundo o bilionário, a compra não visava qualquer tipo de retorno financeiro. A área foi mantida intocada, com o objetivo exclusivo de conservação. Nenhuma produção ou atividade econômica foi iniciada no local desde a aquisição, transformando a região em uma reserva ambiental privada.

Impactos ambientais e área preservada na Amazônia

O fim da atividade madeireira evitou a destruição de milhares de árvores. Estimativas indicam que a iniciativa de Eliasch impediu a emissão de cerca de 80 milhões de toneladas de CO₂ na atmosfera, o que representa uma contribuição relevante para o combate às mudanças climáticas.

A ONG Cool Earth também apoia comunidades locais com projetos de manejo florestal sustentável, ampliando os benefícios ambientais para além da propriedade comprada. Esse modelo colaborativo contribuiu para o fortalecimento do conceito de área preservada na Amazônia e atraiu doações internacionais para a continuidade das ações de proteção.

Reações sociais e desafios à preservação de floresta no Brasil

Apesar dos benefícios ambientais, a iniciativa causou impactos sociais. O fechamento da madeireira Gethal afetou diretamente cerca de mil trabalhadores. Houve promessas de requalificação profissional e transição para atividades sustentáveis, como extração de castanhas e frutos amazônicos, mas muitos desses planos não se concretizaram plenamente.

Críticos do projeto alertam para a ausência de políticas de inclusão das comunidades tradicionais na gestão da área. A preservação de floresta no Brasil precisa integrar os saberes e os direitos das populações locais, que muitas vezes dependem da floresta para sua subsistência. Sem isso, mesmo ações bem-intencionadas podem gerar tensões sociais e questionamentos sobre sua legitimidade.

Quando um estrangeiro compra a Amazônia: polêmicas e legalidade

A compra de uma área tão extensa por um estrangeiro gerou controvérsias no Brasil. Órgãos federais investigaram a legalidade da transação, já que parte da terra adquirida sobrepunha-se a terrenos de propriedade da União, áreas militares e até parques estaduais.

Além disso, a empresa Gethal Amazonas, antes de ser adquirida por Eliasch, acumulava multas ambientais superiores a R$ 200 milhões. Embora o novo proprietário tenha encerrado as atividades ilegais, a situação reforçou o debate sobre conflitos fundiários e a necessidade de regras mais rígidas para transações de grande porte em regiões sensíveis como a Amazônia.

Modelo privado de conservação e suas possibilidades

A atuação de Eliasch criou um precedente no Brasil sobre o papel de iniciativas privadas na conservação ambiental. A ONG Cool Earth atua em países como Peru, Papua-Nova Guiné e Congo, utilizando o mesmo modelo: comprar terras ou trabalhar com comunidades locais para garantir sua proteção.

Com apoio da União Europeia, celebridades e doadores individuais, o projeto de Eliasch demonstra que a compra de terras na Amazônia pode ter motivação ambiental legítima. No entanto, especialistas alertam que esse modelo só é efetivo quando respeita as legislações nacionais, envolve as comunidades locais e se integra a políticas públicas de preservação.

Limites e riscos do modelo baseado em estrangeiros

A presença de estrangeiros na posse de grandes áreas da Amazônia acende o alerta sobre riscos de internacionalização. Quando um estrangeiro compra a Amazônia, muitos temem que se perca o controle nacional sobre recursos estratégicos e territórios sensíveis. A Constituição brasileira proíbe, por exemplo, a posse de terras por estrangeiros em áreas de fronteira, mas há lacunas legais que facilitam transações indiretas.

Outro desafio é a sustentabilidade econômica. Sem políticas públicas de fomento e apoio, iniciativas privadas podem se tornar insustentáveis a longo prazo. Mesmo projetos ambientalmente responsáveis exigem manutenção, fiscalização e integração com o entorno para que não se tornem ilhas isoladas de conservação.

O que este caso nos ensina sobre a proteção da Amazônia?

A história de Johan Eliasch, o bilionário sueco que adquiriu uma imensa porção da Amazônia, serve como reflexão sobre o futuro da floresta. Sua atitude demonstra que o capital privado pode ter papel importante na proteção de biomas ameaçados. A criação de uma vasta área preservada na Amazônia, sem intenções comerciais, mostra um caminho alternativo às práticas predatórias comuns na região.

No entanto, o caso também revela limitações. A preservação de floresta no Brasil não pode depender exclusivamente de indivíduos ou estrangeiros. Ela precisa estar ancorada em políticas públicas eficazes, envolvimento das populações locais, fiscalização rigorosa e planejamento de longo prazo.

O futuro da Amazônia depende da capacidade de alinhar interesses econômicos, sociais e ambientais. A compra de terras na Amazônia por pessoas físicas ou organizações pode ser parte da solução, desde que inserida em um contexto de responsabilidade, legalidade e justiça socioambiental. Eliasch deu um exemplo ousado e provocador — cabe agora ao Brasil e ao mundo refletirem sobre como transformar iniciativas isoladas em estratégias duradouras de preservação.

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José Júlio Pereira leite
José Júlio Pereira leite
02/07/2025 08:28

Concordo que à intenção seja conservar à Amazônia. Mas que não devemos esquecer os povos que dependem dela, pois sem a floresta eles morrem.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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