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O avanço nuclear da China levou os EUA a uma missão secreta desastrosa que ficou em silêncio por 40 anos

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 17/08/2024 às 18:28
O avanço nuclear da China levou os EUA a uma missão secreta desastrosa que ficou em silêncio por 40 anos
Nanda Devi, montanha na Índia

Uma missão de espionagem dos EUA contra o avanço nuclear da China resultou em um desastre tão grande que foi mantido em segredo por quatro décadas.

Nos anos 60, o avanço nuclear da China colocou os EUA em uma posição delicada na Guerra Fria, levando-os a uma missão de espionagem em parceria com a Índia. O objetivo? Monitorar a atividade nuclear chinesa. Porém, essa operação secreta nas montanhas sagradas do Himalaia se transformou em um desastre total, tão catastrófico que permaneceu em silêncio por 40 anos.

Era uma época tensa. A Guerra Fria estava em pleno vapor e o avanço nuclear da China preocupava não só os EUA, mas também seus aliados. A CIA, preocupada com os testes nucleares chineses, decidiu que era hora de agir. Em 1964, a China realizou seu primeiro teste nuclear perto do Lago Lop Nur, uma área remota nas montanhas Kuruk-tagh. Esse evento acendeu o alerta vermelho nos EUA e impulsionou a agência americana a investigar até onde os chineses estavam avançando.

China X Índia X EUA

Dois anos antes, a China havia derrotado o exército indiano, o que só aumentou a sensação de inferioridade na região. A Índia, sentindo-se ameaçada, juntou forças com os EUA para monitorar a China. E assim, nasceu uma missão secreta que parecia saída de um filme de espionagem.

Espiando atividades nucleares da China

A ideia era simples, mas ousada: utilizar as montanhas da Índia, em especial o imponente pico Nanda Devi, para espiar as atividades nucleares da China. O plano, por mais cinematográfico que pareça, envolvia enviar uma equipe de espiões e alpinistas para instalar um dispositivo de vigilância movido a energia nuclear em um dos picos mais altos do mundo.

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Objetivo era subir a montanha…

A equipe incluía nomes notáveis, como o alpinista Tom Frost e o famoso líder de expedições Mohan Singh Kohli. Juntos, eles enfrentaram meses de treinamento intenso, incluindo saltos de helicóptero e manuseio de material atômico. O objetivo era subir a montanha carregando um gerador nuclear que alimentaria um sistema de monitoramento capaz de rastrear a atividade nuclear chinesa.

Nanda Devi tem 7.816 m de altitude

A missão, no entanto, logo enfrentou problemas. A subida ao Nanda Devi era extremamente desafiadora, e o pesado equipamento nuclear só tornava a situação mais difícil. Os espiões, pouco acostumados com o rigor físico da escalada, lutavam para avançar. O clima não ajudava, e a equipe enfrentou uma forte nevasca quando estava a poucos metros do topo.

Foi então que a decisão fatal foi tomada: devido ao risco iminente, o líder da expedição ordenou que o equipamento fosse deixado na montanha para acelerar a descida. A ideia era retornar na primavera para completar a missão. Porém, o que eles não sabiam era que estavam deixando para trás um dispositivo com suficiente plutônio para causar um desastre ambiental e, potencialmente, espioná-los por mil anos.

Gerador nuclear ficou… por lá mesmo

O gerador nuclear, nunca recuperado, permanece até hoje em algum lugar nas encostas do Nanda Devi, e o avanço nuclear da China continuou a ser monitorado, mas por outros meios. O fracasso da missão foi tão grande que os detalhes ficaram ocultos por quatro décadas, e até hoje, essa história é pouco conhecida.

Em um mundo onde as tensões nucleares continuam a ser uma realidade, essa história serve como um lembrete do quão longe as nações estão dispostas a ir para proteger seus interesses, mesmo que isso signifique deixar um legado radioativo escondido nas montanhas sagradas do Himalaia.

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Rafaela Fabris

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