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O apartamento comprado com $27: o homem que esqueceu suas bitcoins por quatro anos e as redescobriu valendo quase $1 milhão

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 16/10/2025 às 12:21
O estudante que esqueceu sua carteira digital transformou um pequeno investimento em bitcoin numa fortuna, comprando um apartamento e marcando a história dos criptoativos.
O estudante que esqueceu sua carteira digital transformou um pequeno investimento em bitcoin numa fortuna, comprando um apartamento e marcando a história dos criptoativos.
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A incrível história do estudante norueguês que, por curiosidade acadêmica, investiu o equivalente a $27 em 5.000 bitcoins, esqueceu a senha por quatro anos e redescobriu uma fortuna de quase $1 milhão.

Em 2009, quando o Bitcoin era um conceito obscuro conhecido por um pequeno círculo de entusiastas da criptografia, o estudante norueguês Kristoffer Koch se tornou, sem saber, o protagonista de uma das histórias mais emblemáticas do mercado de criptoativos. O homem que esqueceu suas bitcoins fez uma compra experimental de 5.000 unidades da moeda digital por cerca de 150 coroas norueguesas, ou $27. O investimento, visto como um “gasto de brinquedo” relacionado à sua tese de mestrado, foi rapidamente abandonado em uma carteira digital cuja senha se perdeu no tempo.

Quatro anos depois, em 2013, a explosão do Bitcoin na mídia global acendeu uma vaga lembrança em Koch. Após um esforço para recuperar a senha esquecida, ele acessou sua carteira e descobriu que o modesto valor havia se transformado em uma fortuna de aproximadamente $886.000. Sua primeira atitude, transformando o ativo digital em realidade, foi vender uma fração das moedas para comprar um apartamento em uma área nobre de Oslo, capital da Noruega, em um movimento que validou a riqueza que, até então, existia apenas como um código em seu computador.

De experimento acadêmico a um tesouro digital esquecido

A jornada de Kristoffer Koch começou de forma puramente intelectual, em um mundo onde “investir em Bitcoin” não era uma expressão conhecida.

Enquanto preparava sua tese de mestrado sobre criptografia, ele se deparou com o white paper de Satoshi Nakamoto, o documento que deu origem ao Bitcoin.

Intrigado com a aplicação prática da tecnologia, ele decidiu fazer a compra mínima que conseguiu na época, adquirindo 5.000 bitcoins como um simples exercício de curiosidade.

A transação foi tão insignificante em seu orçamento que ele mal se preocupou em guardar a senha de forma segura, e com o tempo, tanto a senha quanto a própria existência do investimento foram completamente esquecidas.

O investimento permaneceu adormecido por quatro anos, um período em que o Bitcoin saiu da obscuridade total para se tornar um ativo financeiro volátil e comentado.

Enquanto Koch focava em sua carreira, suas 5.000 moedas digitais valorizavam de forma exponencial.

A redescoberta só aconteceu em abril de 2013, quando notícias sobre o Bitcoin atingindo valores recordes o fizeram recordar vagamente de sua antiga compra.

O maior desafio, então, tornou-se uma caça ao tesouro digital em seu próprio computador, um processo de arqueologia digital que envolveu vasculhar arquivos antigos e a própria memória, tentando inúmeras combinações de senhas que costumava usar até finalmente encontrar a correta e revelar o valor milionário que possuía.

A redescoberta e as consequências práticas da fortuna

Ao acessar a carteira, o susto foi imediato: os $27 investidos em 2009 valiam agora o equivalente a 5 milhões de coroas norueguesas, ou $886.000.

A decisão de Koch foi pragmática e imediata, vendendo apenas um quinto de suas posses, cerca de 1.000 bitcoins, para realizar um ganho de aproximadamente $177.000.

Esse valor foi suficiente para comprar um apartamento em Tøyen, uma área central e valorizada de Oslo.

O ato de comprar o imóvel foi crucial não apenas financeiramente, mas psicologicamente, solidificando parte da riqueza digital em um ativo físico, tangível e estável.

No entanto, a fortuna recém-descoberta trouxe consigo as complexidades do mundo real.

Naquela época, o status legal e fiscal das criptomoedas era um completo vácuo, um “velho oeste” regulatório.

Em dezembro de 2013, a autoridade fiscal da Noruega (Skatteetaten), em parte motivada por casos de grande repercussão como o de Koch, determinou que o Bitcoin não seria tratado como uma moeda, mas como um ativo.

Isso significou que seus lucros foram classificados como ganhos de capital, obrigando-o a pagar o imposto correspondente, que na Noruega era de 28% em 2013, sobre o valor que havia vendido.

A decisão foi um marco, estabelecendo um precedente para a tributação de criptoativos no país.

O que aconteceu depois: carreira e a fortuna restante

Longe de se aposentar ou se tornar uma celebridade passageira, Kristoffer Koch usou a experiência e o conhecimento adquirido para mergulhar de vez no setor que o tornou rico.

Ele se tornou co-fundador da Kaspara AS, uma empresa de tecnologia norueguesa focada em infraestrutura e serviços de custódia para ativos digitais.

Em vez de simplesmente gastar a fortuna, ele a reinvestiu para construir uma carreira sólida e respeitada no ecossistema cripto europeu, optando por um perfil discreto e trabalhando nos bastidores da indústria.

Após a venda inicial, Koch ainda mantinha 4.000 bitcoins, cujo destino ele nunca revelou publicamente.

É possível apenas especular sobre o potencial dessa fortuna restante.

Se ele tivesse mantido esses 4.000 BTC até o pico histórico do Bitcoin em novembro de 2021, quando a moeda atingiu cerca de $69.000, o valor de seu investimento esquecido teria chegado a impressionantes $276 milhões de dólares, uma quantia que o colocaria no patamar de grandes empresários.

Sua história permanece como um dos maiores exemplos do potencial de valorização do Bitcoin e uma lição sobre a importância de guardar bem as senhas.

A saga de Kristoffer Koch, o homem que esqueceu suas bitcoins, é mais do que uma história de sorte; é um retrato do nascimento de uma nova classe de ativos e da tênue linha entre um experimento curioso e uma fortuna que muda uma vida.

A decisão de transformar parte dos ganhos em um bem real e a subsequente obrigação de pagar impostos mostram a complexa transição dos ativos digitais do mundo virtual para o sistema financeiro tradicional, um processo que continua a evoluir até hoje.

Se você estivesse no lugar dele em 2013, com quase $1 milhão em bitcoins, qual teria sido sua estratégia: vender tudo, comprar um bem como ele fez, ou manter 100% do ativo esperando uma valorização ainda maior no futuro? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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