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O 2º maior parque aquático do mundo fica no Brasil, fatura R$ 240 milhões ao ano e está prestes a inaugurar looping inédito no Ocidente; R$ 300 milhões estão na mesa para novos investimentos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 05/09/2025 às 16:19
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Parque em Olímpia reúne recordes de público, investimentos milionários e novidades tecnológicas que prometem transformar o turismo brasileiro.

O Thermas dos Laranjais, em Olímpia (SP), consolidou-se como o 2º parque aquático mais visitado do mundo, com cerca de 2 milhões de entradas por ano e faturamento anual de R$ 240 milhões.

Em fase final de montagem, o parque se prepara para estrear o complexo “Nações”, estrutura de 33 metros e oito experiências que inclui um looping simulado inédito no Ocidente, de acordo com a direção.

A estratégia é reforçada por um plano de mais de R$ 300 milhões em investimentos até o fim da década, incluindo a construção de um segundo parque na cidade.

Visitação, faturamento e expansão contínua

Reconhecido por rankings internacionais do setor, o parque manteve crescimento consistente de público. Em 2023, foram 1,95 milhão de visitantes, desempenho que o colocou atrás apenas do Chimelong Water Park, na China.

A receita, hoje na casa dos R$ 240 milhões por ano, é continuamente reinvestida em obras, manutenção e novas atrações, o que, segundo a administração, garante a recorrência do visitante.

Se você parar de criar, o público para de voltar. Nosso negócio é surpreender”, afirma Jorge Noronha, arquiteto responsável pelo projeto e presidente do Thermas. A orientação interna é lançar novidades relevantes anualmente para sustentar a curva de demanda.

De clube social a motor do turismo em Olímpia

O Thermas surgiu na metade dos anos 1980 como clube social, quando Olímpia tinha menos de 20 mil moradores e dependia da citricultura.

A virada ocorreu com a descoberta de águas termais, que viabilizou piscinas aquecidas naturalmente e, aos poucos, um parque aquático de grande porte.

Sem capital externo por mais de duas décadas, a obra avançou aos poucos, com mão de obra própria e controle rigoroso de custos — prática mantida até hoje.

O repertório de atrações nasceu de observação de viagens e da natureza.

Há piscina de sal que simula o efeito do Mar Morto, área com cadeiras submersas inspirada no Jalapão e piscina de ressurgência que empurra os banhistas para cima com areia de quartzo, referência a fenômeno natural de Bonito (MS).

Essa abordagem artesanal foi, segundo o parque, diferencial para criar experiências que fossem além do padrão “piscina e trampolim” dos anos 1980.

O que traz o complexo Nações

O Nações reunirá oito experiências em um conjunto dividido em duas descidas temáticas.

Na rota inspirada no Brasil, estarão o Orbiter (que simula looping com boia), o Master Blaster (aceleração em subidas) e o Anaconda, descrito como toboágua de maior diâmetro do mundo — hoje presente apenas em Dubai, segundo o empreendimento.

Na descida Itália, o visitante encara dois Tailspins (aceleração circular), dois Mega Drops (quedas e retomadas intensas) e o Galaxy Bowl, com giro e queda.

Todo o percurso terá iluminação interna e boias para até seis pessoas.

Orçado em R$ 60 milhões, o complexo foi projetado com tecnologia canadense e desenvolvido sob medida. “É o primeiro brinquedo do tipo no Ocidente. Não existe nada igual no mundo”, diz Noronha.

O cálculo do retorno aposta no efeito novidade: se 5% do público anual migrar motivado pela atração, seriam 100 mil ingressos extras — volume suficiente, afirma a administração, para pagar o investimento rapidamente.

Aprendizados de gestão na pandemia

O parque ficou oito meses fechado durante a pandemia, com receita zerada. A empresa manteve todos os funcionários utilizando caixa de R$ 20 milhões e priorizando folha de pagamento após suspender temporariamente o repasse a fornecedores e impostos.

Segundo Noronha, a crise forçou a revisão de processos e a mensuração exata do custo operacional diário, informação que passou a orientar decisões de investimento e manutenção.

A recuperação veio com a reabertura. Em cerca de um ano, os impostos atrasados foram quitados e, por dois anos, o parque reduziu grandes aportes para focar em manutenção e saúde financeira.

A gestão segue baseada em obras próprias e envolvimento direto dos sócios, o que, de acordo com a administração, reduz o custo final das entregas.

Novo terreno e segundo parque

Para a próxima etapa, o Thermas adquiriu um terreno de 40 alqueires, três vezes maior que a área atual, com a meta de erguer um segundo parque que una atrações aquáticas e experiências de natureza, como tirolesa e arvorismo, em cenários inspirados em Capitólio (MG).

A proposta prevê uma área comum integrando os dois parques, com passarelas e estacionamento compartilhado, em modelo semelhante ao de grandes complexos internacionais.

O novo parque vai ser mais voltado à água também, mas com outra proposta”, resume Noronha.

O pipeline inclui ainda um novo equipamento de grande porte, estimado entre R$ 60 milhões e R$ 70 milhões.

Operação perene e impacto local

Mesmo com picos sazonais, a operação foi desenhada para funcionar o ano inteiro, favorecida pelo clima quente do interior paulista e pelas águas termais.

O parque emprega 560 funcionários fixos, sem contratações temporárias.

Dentro do complexo, a política é controlar preços de itens de consumo — caso do refrigerante, mantido em patamar semelhante ao de bares da cidade, afirma a administração — para estimular a recompra e o retorno do visitante.

A presença do Thermas alterou o perfil econômico de Olímpia, hoje com cerca de 60 mil habitantes.

O destino, antes associado à laranja, ganhou projeção nacional e entrou no mapa do turismo internacional, impulsionando hotéis, restaurantes e a cadeia de serviços.

Em 19 de junho de 2025, a cidade se despediu de Benito Benatti, fundador do parque, que faleceu aos 93 anos. A administração municipal passou a homenageá-lo em logradouros e propostas de denominação pública.

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Por que a estratégia mira novidades anuais

A aposta em obras anuais tem objetivo explícito: elevar a frequência de retorno e manter a marca na pauta do visitante.

A cada ano tem que ter uma grande novidade”, afirma Noronha. O slogan interno resume a ambição de expansão contínua: “nunca vamos parar de crescer”.

Ao lado do Nações, o pacote de investimentos até o fim da década deve ultrapassar R$ 300 milhões, calibrando calendário de lançamentos, integração entre parques e atendimento à demanda reprimida por experiências de água.

Com essa agenda de crescimento, uma pergunta permanece no horizonte do setor: qual será o impacto do Nações e do segundo parque na dinâmica do turismo brasileiro e na disputa global entre os grandes parques aquáticos?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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