Em apenas cinco anos, as terras agrícolas no Brasil dispararam, subindo 110%. O mercado de arrendamentos também enfrenta dificuldades. Será que é o momento de investir em terras? Confira as previsões de especialistas sobre o futuro do agronegócio.
Comprar terras agrícolas já foi considerado um dos investimentos mais seguros no Brasil.
Porém, nos últimos anos, a valorização do preço das propriedades rurais no país surpreendeu até mesmo os analistas mais otimistas.
Não estamos falando de uma simples alta, mas de um salto histórico que fez com que os valores das terras agrícolas subissem mais de 110% em apenas cinco anos.
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Se você já pensou em investir em um pedaço de terra, saiba que os preços atuais podem deixar qualquer um com os olhos arregalados. Mas o que está por trás dessa valorização?
E será que o mercado de terras continuará com preços em alta? Vamos explorar os dados e entender o que está por trás desse fenômeno.
Valorização impressionante dos preços das terras
Segundo dados da Scot Consultoria, entre 2019 e 2024, o preço médio das terras agrícolas no Brasil aumentou 113%, saltando de R$ 14.818,10 por hectare em julho de 2019 para R$ 31.609,87 no mesmo mês de 2024.
Em regiões dedicadas a pastagens, o aumento foi ainda mais expressivo, alcançando 116%, com o preço do hectare passando de R$ 8.267,14 para R$ 17.886,94.
Esse crescimento não é apenas nominal. Ajustando esses números pela inflação, o aumento real foi de 59,9%.
De acordo com a S&P Global Commodity Insights, o cenário é de uma valorização muito superior à observada em outros investimentos.
Enquanto o Ibovespa teve uma valorização de apenas 25,89% e a poupança 28,66% no mesmo período, as terras agrícolas se destacaram com um desempenho muito mais robusto, ultrapassando a marca de 100% de crescimento.
O impacto da pandemia e da alta das commodities
Mas o que motivou essa explosão no preço das terras agrícolas? Diversos fatores influenciaram esse aumento, entre eles, a pandemia de Covid-19, o boom das commodities em 2022 e a escassez de estoques globais.
De acordo com o canal Compre Rural, a terra passou a ser vista como um ativo mais seguro, principalmente por ser “dolarizada”, ou seja, está diretamente atrelada à cotação de produtos agrícolas como soja, milho e café, que são vendidos em moeda estrangeira.
José Eduardo Daronco, da Suno Asset, ressaltou essa conexão, afirmando que “terras agrícolas se tornaram um investimento ainda mais atrativo por serem uma produção de dólares”.
Essa tendência foi impulsionada pelo aumento da demanda por terras para expansão da produção agrícola, além da concorrência crescente com áreas de pastagens, o que pressionou os preços, especialmente em regiões com boa infraestrutura, como proximidade de portos e agroindústrias.
A valorização de regiões específicas
Embora o preço médio das terras tenha aumentado em todo o Brasil, algumas regiões destacaram-se ainda mais, principalmente nas fronteiras agrícolas.
Em Rondônia, o preço das terras agrícolas subiu impressionantes 300%, e as terras de pastagens tiveram alta de 286%. Estados como Maranhão e Piauí também apresentaram altas superiores a 200%.
Por outro lado, o Sul do Brasil, especialmente o Paraná, tem se destacado pela qualidade do solo e por uma infraestrutura já consolidada, o que tem resultado em preços altíssimos. De acordo com dados da S&P Global Commodity Insights, os valores nas terras paranaenses chegaram a quase R$ 60 mil por hectare.
O futuro dos preços das terras agrícolas
E o que podemos esperar para os próximos anos? Embora os preços tenham alcançado patamares surpreendentes, a expectativa para 2024 e 2025 é de estabilidade nos preços, sem grandes variações.
Anderson Galvão, analista da Céleres Consultoria, aponta que a falta de “renda sobrando” por parte dos agricultores, a queda de safra em algumas regiões e um cenário mais pessimista indicam que o interesse por novas aquisições será mais limitado.
Em outras palavras, embora o valor das terras tenha subido vertiginosamente nos últimos anos, a tendência agora é de um “momento de acomodação” no mercado, com menos liquidez e um ritmo de transações mais lento. O mercado se estabilizou, mas sem grandes oscilações para 2024 e 2025.
O mercado de arrendamentos e a liquidez em queda
Outro ponto importante sobre o mercado agrícola no Brasil é o mercado de arrendamentos. Em 2023, a liquidez do mercado de terras caiu consideravelmente.
Com a redução dos preços das commodities, muitos produtores enfrentaram dificuldades para manter as contas equilibradas, impactando diretamente o ritmo de negociações no mercado.
Além disso, os agricultores que realizaram contratos de arrendamento a preços elevados entre 2022 e 2023 agora enfrentam desafios financeiros.
Diante dessa situação, muitos desses agricultores têm duas opções: renegociar os valores com os proprietários ou devolver a terra.
Essa dinâmica pode impactar diretamente o mercado de arrendamentos nos próximos meses, com uma possível queda nos preços dos arrendamentos, especialmente em regiões que sofreram os maiores aumentos nos últimos anos.
O papel do Fiagro
Com o mercado de terras cada vez mais valorizado, surgem alternativas para os investidores que desejam aproveitar essa tendência sem adquirir terrenos diretamente. O Fiagro, fundo de investimento em ativos do agronegócio, tem se mostrado uma opção interessante.
A Suno Asset, por exemplo, tem investido em terras no Mato Grosso, além de títulos relacionados ao agronegócio, como o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que oferece rentabilidade atrelada às commodities.
Oportunidades ou riscos?
O mercado de terras agrícolas no Brasil permanece como um dos mais valorizados do mundo, com perspectivas de estabilidade e cautela para 2024 e 2025.
Com o cenário de alta nos preços das terras, a oportunidade pode ser vantajosa para investidores que possuam capital e capacidade de esperar o momento certo para entrar no mercado.
No entanto, a volatilidade das commodities e as altas taxas de juros exigem uma análise cuidadosa para quem deseja investir nesse setor.
Você acha que o preço das terras continuará subindo, ou estamos no auge de um mercado inflacionado e saturado? Deixe sua opinião nos comentários!
Tenho que rir lendo que terrar agricultavel no sul está 60 Mil a ec tá 150 isso sim
Cresce no mundo a necessidade por alimentos, por outro lado alterações climáticas, guerras, catástrofes naturais tornam mais difícil a produção de alimentos, ao passo que as leis ambientais mais rígidas não permitem abertura novas fronteiras agrícolas, certamente o preço da terra continuará subindo principalmente se houver segurança jurídica (respeito a direito de propriedade
Acho que agora com a queda das comoditt
Elevação dos juros a tendência é de queda.