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Novo salário mínimo de R$ 1.518 começa a ser pago em fevereiro; reajuste supera inflação, mas sofre corte do teto de 2,5% nas despesas

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 09/10/2025 às 09:25
O novo salário mínimo de R$ 1.518 tem reajuste acima da inflação, mas o teto de 2,5% nas despesas públicas limita o aumento real e reacende o debate sobre o impacto fiscal nos próximos anos.
O novo salário mínimo de R$ 1.518 tem reajuste acima da inflação, mas o teto de 2,5% nas despesas públicas limita o aumento real e reacende o debate sobre o impacto fiscal nos próximos anos.
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O novo salário mínimo de R$ 1.518, com reajuste de 7,5%, supera a inflação do período, mas sofre limitação por regra fiscal que impôs teto de 2,5% no crescimento das despesas públicas

O novo salário mínimo começou a ser pago em fevereiro de 2025, refletindo um reajuste de 7,5% e elevando o valor base para R$ 1.518,00. O aumento representa R$ 106 a mais em relação ao piso anterior, garantindo uma correção acima da inflação oficial acumulada no período.

Embora o novo valor esteja em vigor desde janeiro, o reajuste aparece apenas no contracheque de fevereiro, já que os salários são pagos no mês seguinte ao período trabalhado. Além de impactar diretamente trabalhadores com carteira assinada, o novo piso serve de referência para benefícios previdenciários, assistenciais e trabalhistas pagos pelo governo federal, como aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Como a nova regra fiscal limitou o aumento

Novo salário mínimo de R$ 1.518 começa a ser pago em fevereiro; reajuste supera inflação, mas sofre corte do teto de 2,5% nas despesas

O aumento do salário mínimo foi calculado com base em uma nova metodologia que combina inflação, crescimento do PIB e limite fiscal.

A regra anterior considerava apenas a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e a variação do PIB do ano anterior. Com esse modelo, o piso chegaria a cerca de R$ 1.525.

A diferença ocorreu por conta da inclusão de um teto de 2,5% para o crescimento das despesas públicas, aprovado no ajuste fiscal de 2024.

Isso significa que, mesmo que o PIB tenha crescido acima desse percentual, como os 3,2% registrados em 2024, o reajuste total do salário mínimo não pode ultrapassar o limite determinado pelo novo arcabouço fiscal.

Segundo o governo, a medida é necessária para conter o avanço das despesas obrigatórias, já que cada aumento do salário mínimo eleva automaticamente os gastos com aposentadorias, pensões e benefícios sociais vinculados ao piso.

Efeitos econômicos e sociais do novo valor

O novo salário mínimo traz efeitos diretos na renda de cerca de 60 milhões de brasileiros, entre trabalhadores formais, aposentados e beneficiários de programas sociais.

O reajuste acima da inflação ajuda a recompor o poder de compra, reduzindo parcialmente as perdas acumuladas durante o período de alta dos preços.

Por outro lado, economistas alertam que o teto de 2,5% cria um mecanismo de contenção que pode frear ganhos reais nos próximos anos, especialmente em cenários de crescimento econômico mais forte.

Isso significa que, mesmo com a economia avançando, os reajustes do mínimo podem se tornar mais moderados, priorizando o equilíbrio fiscal em detrimento da valorização salarial.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o novo modelo busca estabilidade orçamentária, evitando aumentos que pressionem as contas públicas.

Já especialistas em políticas sociais destacam que a limitação pode afetar a capacidade de recuperação do poder de compra dos mais pobres, tornando o aumento real cada vez mais dependente de decisões políticas.

O papel do salário mínimo na política fiscal e social

O salário mínimo é um dos pilares da política de renda no Brasil. Ele influencia mais de 80 benefícios sociais e previdenciários e serve como base para contratos de trabalho, pensões e pisos regionais.

Cada R$ 1 de aumento representa bilhões a mais de impacto fiscal.

Por isso, a regra do teto de 2,5% é vista como uma tentativa de equilibrar duas pressões: valorizar o trabalhador e manter o controle das despesas.

O governo federal aposta que, com a combinação entre inflação controlada e crescimento moderado, será possível preservar o ganho real sem comprometer o ajuste fiscal.

Ainda assim, a mudança acende um debate importante sobre quem paga a conta do equilíbrio orçamentário.

Para alguns analistas, a nova regra reduz a previsibilidade de ganhos reais para a base trabalhadora e pode acentuar desigualdades regionais, especialmente em estados com maior dependência de benefícios sociais.

Perspectivas para 2026 e os próximos reajustes

Com o novo modelo de cálculo consolidado, o governo deverá aplicar a mesma metodologia nos reajustes de 2026 em diante, respeitando o teto de 2,5% e os indicadores econômicos anuais.

Caso a inflação siga controlada, o aumento real tende a ser pequeno, mas constante.

Enquanto isso, sindicatos e centrais trabalhistas já defendem uma revisão do teto fiscal aplicado ao salário mínimo, argumentando que ele limita o crescimento da renda básica em um momento de recuperação econômica.

O debate sobre o salário mínimo deve continuar no centro das discussões econômicas e políticas nos próximos anos, pois o valor impacta não apenas os trabalhadores ativos, mas toda a estrutura de proteção social do país.

E você, acredita que o novo teto de 2,5% é uma medida necessária para conter gastos ou uma barreira ao ganho real dos trabalhadores? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade no dia a dia.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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