1. Início
  2. / Indústria Naval
  3. / Novo Porta-Aviões da China conta com inovação tecnológica revolucionária, capaz de rivalizar e desafiar a supremacia da Marinha dos EUA
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Novo Porta-Aviões da China conta com inovação tecnológica revolucionária, capaz de rivalizar e desafiar a supremacia da Marinha dos EUA

Escrito por Lucas Carvalho
Publicado em 27/08/2024 às 23:01
Novo porta-aviões da China, Inovação tecnológica naval, Rivalidade com Marinha dos EUA, Potência naval chinesa, Revolução militar
Porta-aviões da China – (Xinhua/Li Yun)

Revolução naval Global: O novo Porta-Aviões Chinês, equipado com tecnologia avançada, surge como potencial desafiante à Marinha dos EUA

A China tem dado passos significativos no campo da defesa naval, com a recente introdução de seu mais avançado porta-aviões, o Fujian, o terceiro a ser construído pela Marinha do Exército de Libertação Popular em apenas 12 anos.

Este novo porta-aviões, que segue os passos do Liaoning e do Shandong, promete mudar o equilíbrio de poder no Pacífico, rivalizando diretamente com a supremacia naval da Marinha dos EUA. O Fujian é equipado com uma tecnologia revolucionária de lançamento de aeronaves, semelhante à utilizada pelo mais novo porta-aviões americano, o USS Gerald R. Ford.

Porta-aviões da China – (Xinhua/Li Yun)

A evolução dos porta-aviões chineses

O desenvolvimento dos porta-aviões da China começou com o Liaoning, introduzido em 2012. Originalmente construído para a União Soviética, o Liaoning foi adquirido pela China após a dissolução da URSS, passando por um processo de modernização antes de ser incorporado à Marinha chinesa.

Com 1.005 pés de comprimento e um deslocamento de 60.000 toneladas, o Liaoning pode transportar cerca de 40 aeronaves, incluindo caças J-16 e helicópteros utilitários e antissubmarinos. No entanto, sua tecnologia de lançamento de aeronaves, baseada em uma rampa de esqui, limita a carga útil das aeronaves e impede a operação de aviões mais pesados, como o C-2 Greyhound, utilizado pela Marinha dos EUA.

O segundo porta-aviões da Marinha chinesa, o Shandong, foi o primeiro a ser construído inteiramente na China. Apesar de representar um avanço significativo em termos de independência tecnológica, o Shandong compartilha das mesmas limitações do Liaoning, utilizando uma rampa de esqui em vez de uma catapulta para lançar aeronaves. Essa limitação colocou a China em desvantagem em relação à Marinha dos EUA, que utiliza catapultas a vapor há mais de meio século.

Porta-aviões da China – (Xinhua/Li Yun)

O avanço tecnológico com o Fujian

Com a introdução do Fujian, a China parece pronta para superar essas limitações. Este novo porta-aviões é o maior já construído pela China, com 1.036 pés de comprimento e um deslocamento total de 80.000 toneladas, apenas 20% a menos que o USS Gerald R. Ford. Além disso, o Fujian é o primeiro porta-aviões chinês a ser equipado com catapultas eletromagnéticas, uma tecnologia que permite o lançamento de aeronaves com maior carga útil, melhorando significativamente o alcance e o poder de fogo.

O sistema de catapultas eletromagnéticas do Fujian é inspirado nos trens de força de carros elétricos, utilizando um volante e uma roda de enrolamento para armazenar e liberar energia. Essa energia é então transferida para um cabo de aço que puxa a aeronave pelo convés de voo, lançando-a no ar. Embora diferente do sistema EMALS utilizado pela Marinha dos EUA, o sistema chinês representa um avanço significativo para a Marinha Chinesa, que até então dependia de tecnologias mais simples.

A comparação com a Marinha dos EUA

A Marinha dos EUA tem sido pioneira na utilização de sistemas de lançamento de aeronaves eletromagnéticos, com a introdução do USS Gerald R. Ford em 2017. O sistema EMALS (Electromagnetic Aircraft Launch System) substituiu as tradicionais catapultas a vapor, proporcionando maior eficiência e menos estresse para os marinheiros a bordo. O EMALS é capaz de realizar até 270 lançamentos de aeronaves por dia em tempos de guerra, um aumento de 33% em relação às catapultas a vapor.

Apesar de o sistema chinês diferir em alguns aspectos, como a utilização de uma “embreagem de corrente parasita” para gerar a força eletromagnética, a adoção desta tecnologia representa uma grande conquista para a China. Em apenas 12 anos, a Marinha chinesa passou de uma força naval relativamente modesta para uma potência capaz de rivalizar com a Marinha dos EUA em termos de tecnologia e capacidades operacionais.

Porta-aviões da China – (Xinhua/Li Yun)

Implicações para a geopolítica global

O Fujian deve entrar em serviço nos próximos anos, elevando o número total de porta-aviões da China para três. Embora esse número ainda seja metade dos porta-aviões da Frota do Pacífico dos EUA, o ritmo acelerado de construção e inovação tecnológica da China indica que o país está determinado a fechar essa lacuna. Se a China continuar nesse ritmo, pode muito bem alcançar a Marinha dos EUA em termos de quantidade e qualidade de porta-aviões nas próximas décadas.

O crescimento naval da China é um reflexo de suas ambições globais e de seu desejo de projetar poder além de suas fronteiras. Com o Fujian, a China demonstra que está pronta para desafiar a supremacia da Marinha dos EUA, estabelecendo-se como uma força naval de primeira linha. A grande questão que permanece é como os Estados Unidos e seus aliados responderão a esse desafio emergente.

Conclusão

A introdução do porta-aviões Fujian marca um ponto de inflexão na competição naval entre China e Estados Unidos. Equipado com tecnologia avançada de lançamento de aeronaves, o Fujian não só representa um avanço significativo para a Marinha do Exército de Libertação Popular, mas também sinaliza a intenção da China de se estabelecer como uma potência naval global. À medida que o Fujian se prepara para entrar em serviço, o mundo observará atentamente as implicações desta nova era de rivalidade naval.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Lucas Carvalho

Jornalista experiente com ampla atuação na cobertura de temas relacionados a petróleo, gás e energia renovável. Especialista em análises aprofundadas e tendências do setor, com enfoque em inovações tecnológicas e impacto ambiental. Autor de artigos relevantes na área.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x