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Novo motor brasileiro 100% etanol promete até 30 km/l e desafia a supremacia dos elétricos; conheça a aposta da Stellantis, dona da Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e outros

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 12/06/2025 às 16:44
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Motor 100% etanol promete até 30 km/l, desafia carros elétricos e pode revolucionar o setor automotivo com tecnologia verde e brasileira.

A Stellantis, grupo que comanda marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, está desenvolvendo um motor 100% etanol com potencial para atingir até 30 km por litro.

Essa proposta tecnológica surge como uma resposta direta à crescente popularidade dos veículos elétricos, oferecendo uma alternativa mais acessível, com menor impacto ambiental e adaptada à infraestrutura já existente no Brasil.

Enquanto veículos elétricos com bateria emitem, em média, 22,1 g de CO₂ por quilômetro usando a matriz elétrica brasileira, híbridos plug-in abastecidos com etanol (E100) podem emitir cerca de 30,3 gCO₂/km, segundo o ICCT.

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A diferença, embora pequena, se torna ainda mais relevante quando se considera o custo por quilômetro e a viabilidade de abastecimento em todo o território nacional.

Tecnologia Bio-Hybrid já está nas ruas

Hoje, a Stellantis já comercializa modelos como o Fiat Pulse e o Fastback, equipados com o motor T200 e sistema híbrido leve (MHEV).

Esses veículos adotam a tecnologia Bio-Hybrid, que garante ganhos de eficiência de até 11,5% frente às versões convencionais.

A aposta atual, no entanto, vai além do híbrido leve: o foco está na criação de veículos com motor movido a etanol, eliminando completamente o uso de gasolina.

Essa transição será gradual.

A previsão é que os primeiros modelos 100% a etanol comecem a rodar em frotas corporativas e públicas no segundo semestre de 2025.

A comercialização para o consumidor final virá em seguida.

Meta de 30 km/l com etanol exige avanços tecnológicos

Atualmente, veículos híbridos como o Pulse rodam cerca de 9,3 km/l na cidade, segundo o Inmetro.

Para alcançar a meta de 30 km/l, a Stellantis estuda combinar tecnologia de motor a etanol no Brasil com soluções híbridas completas (HEV) e plug-in (PHEV), ampliando tanto a eficiência energética quanto a autonomia.

Os modelos em desenvolvimento devem usar:

  • Altas taxas de compressão, superiores a 14:1, aproveitando a octanagem do etanol;
  • Injeção direta de combustível em alta pressão;
  • Sistemas de pré-aquecimento do etanol, eliminando a necessidade de gasolina na partida a frio;
  • Turbocompressores otimizados para biocombustíveis;
  • Melhoria da qualidade do combustível, como a redução do teor de água no etanol.

Estudos são realizados em parceria com instituições como a Escola Politécnica da USP, contribuindo com know-how técnico para aumentar a eficiência térmica e o desempenho dos novos motores.

Desempenho motor etanol vs elétrico: uma comparação realista

Enquanto os veículos elétricos oferecem torque instantâneo e silêncio absoluto, os novos modelos da Stellantis prometem desempenho equivalente aos motores turbo a gasolina, mas com o diferencial de utilizar etanol — um recurso renovável e amplamente disponível no Brasil.

O atual T200 Bio-Hybrid, por exemplo, já entrega 130 cv de potência.

Espera-se que a nova geração de motores E100 ultrapasse essa marca, com entrega de torque aprimorada graças à tecnologia de turbocompressão e à eficiência do combustível.

Custo por quilômetro é diferencial estratégico

A Stellantis também destaca o custo por quilômetro como uma das grandes vantagens do motor movido a etanol.

Com o litro a R$ 4,45, um veículo que atinja 30 km/l teria custo estimado de R$ 0,148/km.

Em comparação, veículos elétricos variam entre R$ 0,116/km e R$ 0,188/km, dependendo da tarifa de energia.

A diferença, que pode parecer pequena em trajetos curtos, se amplia de forma significativa ao longo da vida útil do veículo.

Além disso, o Brasil possui mais de 40 mil postos de combustível, o que elimina a dependência de uma infraestrutura de recarga ainda incipiente para os elétricos.

Investimento bilionário e foco em engenharia nacional

Para viabilizar a transição, a Stellantis investirá R$ 30 bilhões na América do Sul entre 2025 e 2030.

Parte desses recursos será destinada ao polo industrial de Betim (MG), que será consolidado como centro global de Pesquisa e Desenvolvimento em biocombustíveis.

A estratégia prevê geração de empregos qualificados, fortalecimento da indústria local e expansão da cadeia produtiva do etanol.

A empresa ainda se alinha com políticas públicas federais como o programa Combustível do Futuro e a iniciativa MOVER (Mobilidade Verde e Inovação), que estimulam tecnologias sustentáveis e produção nacional de inovação automotiva.

Próximos passos até 2030

O cronograma da Stellantis prevê que os primeiros veículos com motor 100% etanol comecem a circular em ambientes controlados (como frotas públicas) ainda em 2025.

Já os modelos equipados com sistemas híbridos mais avançados, como o Bio-Hybrid eDCT (híbrido completo) e Bio-Hybrid Plug-In, devem ser lançados ao mercado entre 2026 e 2030.

A aposta mira não só o consumidor comum, mas também governos, empresas e agricultores que buscam alternativas mais econômicas, sustentáveis e alinhadas à realidade brasileira.

Diante desse cenário, você acredita que o motor 100% etanol pode ser a verdadeira revolução verde do setor automotivo brasileiro?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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