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Novo fundo ajuda pequenos agricultores a terem acesso a energia renovável

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 12/08/2025 às 11:01
Agricultor trabalhando em plantação sob painéis solares instalados em estrutura elevada.
Agricultor cuida da plantação cultivada sob painéis solares, unindo produção de alimentos e geração de energia limpa.
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Conheça o fundo que ajuda pequenos agricultores a investir em energia renovável com condições facilitadas e transforma o futuro da agricultura familiar no Brasil.

Nos últimos anos, a busca por fontes de energia renovável tem ganhado cada vez mais força no Brasil e no mundo. Além disso, a crescente preocupação com as mudanças climáticas, a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico tem levado governos, empresas e a sociedade civil a investir em alternativas limpas e renováveis, como a energia solar e eólica.

Porém, apesar do avanço tecnológico e da redução dos custos desses sistemas, muitos pequenos agricultores ainda enfrentam dificuldades para acessar essas fontes de energia.

Historicamente, a agricultura familiar sempre desempenhou um papel fundamental no Brasil. De fato, pequenos agricultores produzem grande parte dos alimentos que abastecem o mercado interno e também contribuem para a economia local e regional.

No entanto, esses produtores, muitas vezes, vivem em áreas afastadas da infraestrutura urbana, com acesso limitado a serviços básicos, inclusive energia elétrica confiável e barata.

Por isso, o acesso à energia é um fator essencial para modernizar a agricultura e aumentar a produtividade. Com eletricidade, os agricultores utilizam equipamentos para irrigação, armazenamento de produtos, refrigeração, além de melhorar as condições de vida nas propriedades.

Entretanto, em muitas regiões rurais, a energia fornecida pelas concessionárias pode ser cara ou até mesmo inexistente.

Além disso, a falta de infraestrutura adequada nas áreas rurais dificulta a instalação de redes convencionais de energia. Por essa razão, a geração de energia local surge como uma solução ainda mais necessária e eficiente para superar as limitações do sistema tradicional.

Portanto, a energia renovável aparece como uma alternativa viável e sustentável para levar eletricidade a esses produtores.

O Fundo Nacional de Energias Renováveis em Pequenas Propriedades Rurais

Pensando nesses desafios, surgiu a ideia de criar um fundo especial para facilitar o acesso de pequenos agricultores a sistemas de energia renovável. O Projeto de Lei 221/25 propõe criar o Fundo Nacional de Energias Renováveis em Pequenas Propriedades Rurais (FNERP).

Assim, esse fundo tem como objetivo principal ajudar os agricultores familiares a investirem em energia solar e eólica, oferecendo condições financeiras mais acessíveis e adaptadas à realidade do campo.

O fundo ajuda pequenos agricultores por meio de financiamentos com taxas de juros reduzidas, carência para início do pagamento e prazos longos para quitar os empréstimos. Além disso, o governo oferece subsídios parciais para agricultores familiares de baixa renda, o que torna o investimento em energia renovável mais viável e menos oneroso.

Portanto, isso representa um avanço significativo, pois normalmente os pequenos produtores não têm acesso facilitado a crédito para esse tipo de investimento.

Também é importante destacar que o fundo incentiva a formalização dos pequenos produtores, pois, para receber o financiamento, o agricultor precisa estar inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e cumprir as normas ambientais.

Essa medida contribui para organizar o setor e proteger os recursos naturais, trazendo benefícios para toda a sociedade.

Ao longo da história do Brasil, políticas públicas voltadas para a agricultura familiar foram fundamentais para reduzir a pobreza rural e fortalecer o setor agrícola. Por exemplo, programas como o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), criado na década de 1990, deram suporte a pequenos produtores com acesso a crédito, assistência técnica e capacitação.

Desse modo, o novo fundo segue essa linha de apoio, focando especificamente em energia renovável, um setor em expansão e fundamental para o desenvolvimento sustentável.

Benefícios econômicos e ambientais da energia renovável para pequenos agricultores

A adoção de sistemas de energia solar e eólica nas pequenas propriedades rurais traz diversos benefícios, tanto econômicos quanto ambientais. Do ponto de vista econômico, a redução na conta de energia elétrica ocorre imediatamente, pois o agricultor passa a produzir sua própria energia, reduzindo a dependência das concessionárias.

Essa economia importante pode ser revertida para outras necessidades, como aquisição de insumos, melhorias na produção ou educação.

Além disso, o uso da energia renovável pode tornar os pequenos agricultores mais competitivos, pois a redução dos custos operacionais permite ampliar a produção e entrar em novos mercados.

Isso é especialmente importante num cenário em que o custo da energia elétrica convencional tende a aumentar, pressionando os preços finais dos produtos agrícolas.

Ambientalmente, o uso de energia limpa ajuda a diminuir a emissão de gases poluentes, como o dióxido de carbono, que causam o efeito estufa e as mudanças climáticas.

Portanto, pequenas propriedades que adotam essas tecnologias colaboram para preservar o meio ambiente e manter o equilíbrio ecológico das regiões onde estão localizadas. Além disso, o incentivo à energia renovável pode gerar emprego e renda local, promovendo o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais.

Outro ponto positivo é a redução da dependência de combustíveis fósseis, como diesel e gasolina, usados em geradores em algumas áreas rurais. Isso traz benefícios diretos à saúde das famílias e do meio ambiente, além de diminuir os custos com a compra desses combustíveis.

Requisitos e recursos para acessar o fundo

Para acessar os recursos do fundo, o agricultor deve cumprir alguns requisitos, como estar inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e estar em dia com as normas ambientais vigentes.

Essa exigência reforça a importância da sustentabilidade ambiental, mostrando que o apoio financeiro depende de boas práticas que respeitem o meio ambiente. Além disso, é necessário apresentar um projeto técnico para a instalação do sistema, garantindo que o investimento será eficiente e adequado à realidade da propriedade.

O financiamento do fundo conta com recursos oriundos de diversas fontes, entre elas o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e o Orçamento da União, que destinam verbas anuais para o programa.

Essa diversidade de recursos mostra o comprometimento do governo com a causa da energia renovável e com o fortalecimento da agricultura familiar.

A gestão eficiente do fundo será fundamental para assegurar que os recursos beneficiem quem realmente precisa. Para isso, espera-se transparência nos processos e acompanhamento técnico das instalações, garantindo o sucesso dos projetos financiados.

O contexto da transição energética e a eletrificação rural no Brasil

A implementação desse fundo não apenas facilita o acesso dos pequenos agricultores à energia renovável, mas também integra um movimento mais amplo no Brasil para a transição energética.

O país tem potencial para crescer ainda mais no uso de fontes limpas, e incluir as pequenas propriedades rurais nesse processo é essencial para garantir justiça social e sustentabilidade.

O desafio da eletrificação rural no Brasil começou a ser enfrentado na década de 1960, com programas que levaram energia elétrica a regiões isoladas.

Ainda assim, a qualidade e o custo da energia elétrica nas zonas rurais frequentemente representam obstáculos para o desenvolvimento local.

Com o avanço das tecnologias renováveis, essa realidade pode mudar, pois a geração distribuída permite que o produtor gere sua energia no local, sem depender da rede elétrica convencional.

Além disso, a adoção dessas tecnologias fortalece a resiliência das comunidades rurais diante de problemas na rede elétrica, como quedas e cortes de energia.

Isso é especialmente relevante para atividades agrícolas que dependem de energia constante, como sistemas de irrigação.

O futuro do fundo e seus impactos para os pequenos agricultores

O projeto de lei que cria o Fundo Nacional de Energias Renováveis em Pequenas Propriedades Rurais segue agora para análise em várias comissões da Câmara dos Deputados, incluindo Meio Ambiente, Minas e Energia, Agricultura e Finanças.

Após aprovação na Câmara, o texto seguirá para o Senado para votação final. Se aprovado, poderá transformar a realidade de milhares de agricultores familiares em todo o país.

Assim, a criação desse fundo ajuda pequenos agricultores a dar um passo importante rumo à autonomia energética e à sustentabilidade.

A possibilidade de investir em energia solar e eólica com condições financeiras facilitadas representa uma chance de crescimento para o campo, gerando impactos positivos na economia, no meio ambiente e na qualidade de vida das famílias.

Por fim, é fundamental lembrar que a energia renovável é uma das chaves para o futuro do planeta.

Iniciativas que promovam seu uso em setores tradicionais, como a agricultura familiar, são essenciais para construir um Brasil mais justo, sustentável e inovador.

Dessa forma, o Fundo Nacional de Energias Renováveis em Pequenas Propriedades Rurais surge como uma ferramenta estratégica para apoiar essa transformação, ajudando pequenos agricultores a terem acesso a um recurso vital para o desenvolvimento rural sustentável.

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Energias renováveis atraem agricultores em busca de redução nos custos | RIC Rural

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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