A Usina de Itaipu acaba de anunciar um aumento em sua tarifa de energia. Medida, feita em conjunto com o Paraguai, deve impactar na conta de luz de vários consumidores brasileiros.
Nesta semana, Enio Verri, novo diretor geral de Itaipu, anunciou que a tarifa de energia da Usina Itaipu será revista e aumentará. O valor de R$ 85,62 por kW está em vigência desde o dia primeiro de janeiro deste ano no país, mas ele foi fixado unilateralmente pela gestão Bolsonaro, sem consultar o sócio paraguaio. A tarifa que foi acertada entre os dois países no último ano foi de R$ 109,73.
Cerca de 85% da energia da Usina de Itaipu é consumida por brasileiros
Quando o valor da tarifa de energia foi anunciado, como uma herança positiva do governo passado, especialistas do setor de energia já alertavam que o governo atual teria o ônus político de aumentar a tarifa, que deve gerar um aumento na conta de luz dos consumidores.
Segundo Verri em entrevista, a grande questão é que dificilmente o Paraguai concordará em baixar para R$ 85. O valor da tarifa de energia da usina Itaipu está diretamente ligado à receita do país, e eles estão em processo eleitoral, a conjuntura não é a melhor para isso. O executivo ressalta que seu papel como diretor da usina é tentar, ao máximo, a tarifa mais barata possível para o país.
- Já pensou em ganhar R$ 200 MIL por ano fazendo faxina? Ser faxineiro na Europa, Austrália e até mesmo nos Estados Unidos pode lhe garantir uma boa condição financeira! Já no Brasil, a profissão é bastante desvalorizada, com um salário médio de R$ 1.558 por mês
- Nova lei promete mudar tudo: Você sabe realmente por que foi multado?
- Bahia vai receber investimento de quase R$ 350 milhões para construção de nova Unidade de Processamento de Gás Natural; impulso na economia e geração de empregos
- Piauí recebe investimento histórico de R$ 100 milhões em corredor de escoamento agrícola para impulsionar produção e fortalecer economia
Apesar de a energia gerada pela Usina de Itaipu ser dividida meio a meio entre os dois países, o Paraguai não consome toda sua parte e, no fim, os brasileiros do Sul, Centro-Oeste e Sudeste consomem 85% da energia distribuída, com impactos na conta de luz dessas regiões.
Verri tomou posse na última quinta-feira (16), em uma cerimônia prestigiada por técnicos do setor, políticos e representantes dos governos dos dois lados da fronteira, incluindo os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Mario Abdo Benítez.
Anexo C do tratado bilateral
O diretor geral reforça que o conselho da Usina de Itaipu será formado por maioria de ministros. Na terça-feira, quase todos os nomes foram confirmados em uma reunião com o presidente Lula e os ministros Rui Costa, Alexandre Padilha e Alexandre Silveira. Verri afirma que não pode mencionar todos os nomes, porque o presidente pediu para dar uma olhada final, mas até então o conselho era formado totalmente por ministros. Essa escolha busca mostrar a importância da usina em um importante momento de negociação.
A partir deste ano, os representantes do Brasil e do Paraguai devem participar da renegociação do chamado Anexo C do tratado bilateral, que rege a estrutura financeira da empresa e de comercialização da energia da usina. As tratativas devem ter início após a posse do novo presidente do Paraguai, que acontece já no mês de agosto.
Um dos temas que serão discutidos na renegociação é se haverá alteração na forma de calcular a tarifa de energia da hidrelétrica, que impacta diretamente na conta de luz de vários brasileiros. Atualmente, a unidade não dá lucro e o valor que vai para a conta de luz deve apenas cobrir as despesas da binacional.
Diretoria da Itaipu pretende rever a gestão da missão socioambiental da usina
Verri ressalta que os novos diretores ainda estão sendo escolhidos, mas já confirma nomes como Carlos Carboni, advogado para a Diretoria de Coordenação, ex-chefe de gabinete da Casa Civil quando Gleisi Hoffmann foi ministra.
A Diretoria Jurídica ficou com o também advogado Luiz Fernando Delazari, ex-secretário de Segurança do Paraná. O novo diretor-geral avisa que planeja rever a gestão da chamada missão socioambiental de Itaipu. Segundo o diretor, o problema, nos últimos anos, é que ficaram os projetos de infraestrutura e não foram feitos, na mesma proporção que, anteriormente, os investimentos na questão socioambiental.