Fiat prepara novo compacto para ocupar o espaço deixado pelo Uno. Modelo deve usar motor 1.0 turbo de 130 cv, câmbio CVT e consumo de até 16,5 km/l.
A Fiat está preparando um movimento estratégico para reforçar sua linha de compactos no Brasil: um novo hatch para substituir o Uno, descontinuado em 2021. O modelo em estudo — e que pode chegar ao país já em 2025 — deve usar a nova geração do Fiat Panda, em desenvolvimento na Europa, como base. Com motor 1.0 turbo flex de até 130 cv, câmbio CVT e consumo projetado de 16,5 km/l, o futuro hatch promete combinar modernidade, eficiência e preço competitivo, mirando rivais como Hyundai HB20, Chevrolet Onix e até o Fiat Argo.
Por que a Fiat precisa de um “novo Uno”?
O Fiat Uno foi, por décadas, um dos carros mais vendidos do Brasil. Mas saiu de linha em 2021, deixando um vazio na gama da marca. O Fiat Mobi ficou como o carro mais barato, porém é menor e mais limitado, enquanto o Argo se consolidou como hatch principal, mas com uma faixa de preço mais alta.
Essa lacuna abriu espaço para um novo projeto: um carro urbano, compacto, mas mais moderno que o Uno, com tecnologia atual e motorizações mais eficientes.
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Fiat Panda: a base do novo compacto
Na Europa, a Fiat trabalha na nova geração do Panda, prevista para 2025. O modelo será construído sobre a plataforma CMP, a mesma do Peugeot 208, Citroën C3 e Opel Corsa — todos do grupo Stellantis.
Essa arquitetura é flexível e permite não apenas motores a combustão, mas também versões híbridas e elétricas no futuro. No Brasil, a estratégia inicial deve priorizar o motor 1.0 turbo flex T200, o mesmo usado no Fiat Pulse e no Fastback, com câmbio automático CVT.
Motor e desempenho: 1.0 turbo flex com até 130 cv
Se seguir o padrão do Pulse, o motor T200 1.0 turbo flex entregará cerca de 125 cv com gasolina e 130 cv com etanol, além de 20,4 kgfm de torque.
Esse conjunto é um dos mais eficientes do segmento, combinando boa performance no uso urbano e força suficiente para viagens, tudo isso com baixo consumo de combustível — estimado em cerca de 16,5 km/l no ciclo misto com gasolina.
O câmbio CVT simula sete marchas virtuais, oferecendo trocas suaves e menor desgaste em uso diário, algo que agrada quem busca conforto.
Design: hatch moderno e global
Embora a Fiat ainda não tenha revelado o visual final, o novo Panda europeu — que servirá de base — já dá pistas de como será o “novo Uno” brasileiro.
O estilo deve seguir a linguagem atual da marca, com:
Linhas mais retas e robustas, reforçando o apelo urbano
Faróis em LED e grade menor, já pensando em eletrificação futura
Interior simples, mas funcional, com painel digital e multimídia central
No Brasil, o modelo pode ganhar ajustes de acabamento para o mercado local, como bancos mais reforçados, suspensão adaptada e até versões aventureiras com apliques plásticos.
Público-alvo e posicionamento
O novo carro da Fiat chegará para ocupar o espaço entre o Mobi (hatch de entrada, hoje partindo de R$ 72 mil) e o Argo (a partir de R$ 84 mil).
Para quem serve?
- Quem precisa de mais espaço que o Mobi, mas não quer gastar tanto quanto num Argo
- Famílias em busca de um hatch urbano econômico e moderno
- Motoristas de app que querem bom consumo e conforto
Concorrentes diretos:
- Hyundai HB20
- Chevrolet Onix
- Renault Stepway/Clío (dependendo do posicionamento)
- O próprio Fiat Argo, que pode ter ajustes de versão para evitar conflito de preços
Equipamentos e tecnologia: o que esperar
Por se tratar de um projeto global, o novo hatch deve trazer um pacote de tecnologia atualizado, especialmente nas versões mais caras. É esperado que o carro ofereça:
- Painel digital ou semidigital
- Central multimídia flutuante com Android Auto e Apple CarPlay sem fio
- Freio de estacionamento eletrônico (nas versões topo)
- Direção elétrica progressiva
- Itens de segurança ativa como alerta de colisão, frenagem autônoma e assistente de faixa (ao menos nas versões topo)
As versões de entrada devem focar em preço, mas dificilmente deixarão de lado ar-condicionado, direção elétrica, vidros e travas.
E o consumo?
A promessa é que o motor 1.0 turbo da Fiat mantenha a eficiência mostrada no Pulse, chegando a 16,5 km/l em ciclo misto com gasolina.
Isso o colocaria entre os carros 1.0 turbo mais econômicos do Brasil, disputando diretamente com Onix 1.0 turbo e HB20 1.0 TGDI, além de garantir um custo por km rodado baixo para motoristas de app e famílias.
Preço e chegada ao mercado
Ainda sem nome definido, o “novo Uno” ou “Fiat Panda brasileiro” deve ser lançado entre o fim de 2025 e 2026, com preços a partir de R$ 85 mil para a versão de entrada, segundo projeções do setor.
As versões mais equipadas, com pacote completo de tecnologia, devem beirar os R$ 100 mil, ainda assim ficando abaixo do Fiat Argo e bem abaixo de SUVs como o Pulse.
Há chance de versão híbrida?
Sim. Como a plataforma CMP é multi-energias, há espaço para que a Fiat adote um híbrido leve (mild hybrid) no futuro, usando um pequeno motor elétrico para apoio em acelerações e redução de consumo.
Mas, para a estreia no Brasil, a aposta é no 1.0 turbo flex CVT, já conhecido e de fácil adaptação à nossa realidade.
O novo carro da Fiat promete ser uma das novidades mais importantes dos próximos anos no mercado brasileiro. Com motor 1.0 turbo de até 130 cv, câmbio CVT e consumo na casa dos 16,5 km/l, ele deve ocupar o espaço deixado pelo Uno, oferecendo mais espaço, tecnologia e eficiência para competir com HB20, Onix e Argo.
Se confirmada a chegada do novo Fiat Panda ao Brasil, a marca volta a ter um hatch urbano de peso, unindo a tradição de modelos como Uno com a modernidade de uma plataforma global — e pode, mais uma vez, mudar o jogo no segmento de compactos.