China apresenta canhão antiaéreo com 16 canos, o primeiro do mundo. Sistema visa neutralizar mísseis e drones com precisão e potência
A China revelou um novo sistema de armas de defesa aérea que promete mudar o combate contra drones, mísseis e helicópteros em baixa altitude. Equipado com 16 canos, o novo canhão antidrone foi desenvolvido para aumentar a eficiência na neutralização de ameaças modernas, incluindo ataques coordenados por enxames de drones.
Segundo o jornal estatal chinês Global Times, este é o primeiro sistema de armas do mundo com essas características. Ele recebeu o nome de sistema de armas anti-drone e anti-barragem de mísseis.
Enxurrada de tiros em vez de tiros isolados
O projetista-chefe do novo sistema, Yu Bin, explicou em entrevista como a arma opera. Em vez de disparar tiro por tiro, ela libera uma verdadeira “barragem” — uma parede de munições que cobre uma grande área de ataque.
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Essa técnica permite que a arma se mova de uma cobertura ampla para um ponto mais preciso, aumentando a chance de interceptar com sucesso os alvos.
Yu destacou que a maioria das armas de defesa aérea tradicionais trabalham com o modelo de “ponto a ponto”. Já o novo canhão antidrone chinês adota o conceito de “plano a ponto”. Isso significa que vários canhões disparam ao mesmo tempo, elevando a densidade de fogo e também a probabilidade de atingir o alvo.
Esse novo modelo é considerado de curto alcance e utiliza munições exclusivas, desenvolvidas especialmente para essa função. Ainda de acordo com Yu, não há nenhum sistema parecido disponível no mundo. A inovação é considerada pioneira na defesa contra ataques com enxames de drones.
Canhão antidrone inédito: Sistema móvel e de alta performance
O sistema se destaca por uma série de características técnicas importantes. Ele tem alta velocidade de recarga, capacidade de fogo intenso e barragem com tamanho controlável. Além disso, possui alto poder de destruição e consegue acompanhar tropas em manobras no campo de batalha.
Uma das vantagens destacadas por Yu é a capacidade de lidar com ataques de saturação. Atualmente, sistemas de defesa aérea têm dificuldade para lidar com esse tipo de ofensiva, principalmente quando há muitos drones ao mesmo tempo. Além de ineficazes, os modelos tradicionais acabam sendo pouco econômicos.
O novo sistema, por outro lado, foi projetado justamente para superar esse obstáculo. Segundo Yu, ele já demonstrou conseguir eliminar todos os pequenos drones de um ataque com somente um disparo. Também consegue interceptar mísseis, foguetes, morteiros e obuses.
Embora o foco principal seja ameaças aéreas, como drones, helicópteros e mísseis de cruzeiro, Yu explicou que o sistema também pode ser usado contra alvos terrestres ou aquáticos.
Versatilidade do novo canhão chinês
Outro ponto importante é a modularidade do canhão antidrone chinês. Ele pode ser instalado em diferentes tipos de veículos, como caminhões, blindados ou mesmo navios de guerra.
O especialista militar Fu Qianshao disse ao Global Times que a nova arma representa uma solução eficaz e econômica diante da crescente ameaça representada por enxames de drones.
Ele também comentou que o sistema tem potencial para atrair interesse internacional, não só por sua inovação, mas pela demanda crescente de soluções desse tipo em diferentes países.
Contexto de disputa com Taiwan e EUA
O avanço da China nessa área ocorre em meio a uma intensificação da disputa tecnológica e militar no Estreito de Taiwan. Os Estados Unidos e Taiwan estão desenvolvendo estratégias para encher a região com milhares de drones, tanto para vigilância quanto para ações ofensivas.
Já há drones de longo alcance norte-americanos, como o MQ-4C Triton, operando no Estreito. E o Ministério da Defesa de Taiwan encomendou cerca de 3.500 drones fabricados internamente para enfrentar possíveis ameaças da China.
Taiwan também pretende construir uma instalação de testes de veículos aéreos não tripulados no Condado de Chiayi. A proposta é montar uma cadeia de suprimentos robusta para o uso militar desses equipamentos.
Estratégias de Taiwan com drones
O plano de defesa de Taiwan envolve três fases principais com diferentes modelos de drones. Na primeira, drones maiores, como o MQ-9B e o Teng Yun, farão vigilância e ajudarão no controle tático.
Em seguida, drones menores, como o Albatross e o Chien-Hsiang, serão usados para guerra eletrônica e sabotagem de sensores costeiros.
Na última etapa, quando as forças tentarem estabelecer domínio em terra, Taiwan pretende utilizar drones mais baratos e facilmente substituíveis. Entre eles estão o ALTIUS 600M-V e o Capricorn, que serão empregados para ataques de precisão e coleta de dados para as tropas em solo.
Resposta chinesa ganha força com o novo canhão chinês
A China, observando essa movimentação, aposta forte na criação de novos sistemas para enfrentar esse tipo de ameaça. O canhão antidrone de armas com 16 canos, revelado recentemente, faz parte desse esforço.
Ele reforça a resposta chinesa ao uso crescente de drones em zonas de conflito, mostrando que o país pretende manter vantagem tecnológica no setor de defesa aérea, especialmente em ambientes onde ataques rápidos e em massa se tornaram uma realidade.
Com informações de Interesting Engineering.