Nova tecnologia de turbina eólica com hélices de helicóptero revoluciona o segmento. Entenda os benefícios e diferenciais que esse modelo traz ao mercado de energias renováveis.
As turbinas eólicas estão passando por uma transformação revolucionária. Uma empresa sueca está inovando com um sistema flutuante composto por 126 pequenas turbinas. Simultaneamente, uma empresa holandesa está explorando a tecnologia de hélices de helicóptero para reinventar o design dos aerogeradores. Essas inovações prometem levar a eficiência das energias renováveis a um novo patamar.
Nova tecnologia destinada ao mercado de energia eólica já foi desenvolvida há quase meio século
A fabricante Seawind Ocean Technologies desenvolveu uma nova turbina eólica de duas hélices que é 25% mais barata de instalar e operar do que a convencional de três, mas que produz, em essência, a mesma quantidade de energia.
Desenvolvida para ser instalada em alto-mar, onde o vento tende a ser mais forte e predominante, a primeira turbina com hélices de helicóptero está prevista para 2024, trazendo à tona uma tecnologia desenvolvida há quase 50 anos.
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Em 1873, quando o mundo vivia uma crise de petróleo, a NASA encarregou o pioneiro de helicópteros Glidden Doman de desenvolver um sistema que pudesse ser replicado em escala. Doman, que mais tarde se tornou co-fundador da Seawind, apresentou uma ideia única: tirar proveito do sistema de rotação usado em helicópteros para introduzir uma nova tecnologia de turbina eólica com duas pás e um mecanismo inteligente chamado “dobradiça oscilante”.
Foram produzidas três turbinas de energia eólica como essa e uma foi instalada na ilha mediterrânea da Sardenha, mas cinco anos depois, o programa acabou sendo cancelado devido à falta de financiamento e urgência, visto que os preços do petróleo voltaram ao patamar normal nos anos 90. Outras grandes turbinas com hélice dupla também foram instaladas, mas todas falharam por apresentarem problemas de oscilação.
Entenda o processo de funcionamento da turbina eólica 25% mais acessível que os modelos tradicionais
O objetivo de uma turbina de energia eólica é muito simples, ela aproveita o vento para gerar o máximo de energia elétrica possível. Para isso, as turbinas devem seguir sua direção e ajustar sua exposição dependendo da velocidade. Quando o vento é muito forte, como acontece em alto-mar, as pás de uma turbina convencional acabam girando em torno do próprio eixo, para reduzir o impacto do vento.
Já o sistema da turbina eólica com hélices de helicóptero desenvolvido pela Seawind, gira a chamada “cabeça” da turbina, da mesma forma que um girassol. Um sistema acoplado de dobradiças ajuda o rotor dentro da cabeça a oscilar ou inclinar alguns graus.
Segundo Vincent Dewulf, CEO da Seawind, o rotor é como uma vela de barco que você precisa ajustar quando o vento muda. Um radar no topo mede a velocidade do vento e direciona a rotação de acordo com ele.
Tudo isso, ajuda a reduzir a necessidade do mecanismo de angulação das pás, que é complexo, caro e um dos principais responsáveis por falhas em turbinas de energia eólica tradicionais. É por isso que, segundo o executivo, a empresa é capaz de gerar energia a um custo 25% menor do que outras turbinas, enquanto produz a mesma quantidade que uma de três pás com diâmetro semelhante.
Dewulf explica o motivo do aumento de comprimento das turbinas em 5 metros
Para compensar o menor número de hélices, Dewulf explica que aumentaram o comprimento delas em 5 metros. O sistema da turbina eólica com hélices de helicóptero desenvolvido pela empresa traz diversas vantagens. Elas são capazes de girar mais rápido, já que há menos resistência do ar.
Com uma pá a menos, a instalação se torna mais barata e fácil e, por depender de menos peças móveis e possuir mecanismos mais simples, sua manutenção também. Segundo o executivo, quando se opera em alto-mar, ter que fazer manutenções frequentes é um problema.
Até agora, a Seawind angariou 2,8 milhões de euros para desenvolver a primeira turbina, embora Dewulf diga que a empresa está em vias de arrecadar outros 55 milhões de euros para financiar as certificações, simulações e a construção da própria turbina.