A nova tributação proposta pelo governo pode transformar o cenário dos investimentos no Brasil, afetando a rentabilidade, o planejamento financeiro e as escolhas de ativos. Compreender esses impactos é essencial para ter uma boa gestão de investimentos, adaptar estratégias e preservar os ganhos.
Entenda quais são as alterações propostas e as mudanças nas alíquotas de diferentes investimentos, os efeitos da possível taxação sobre os dividendos, os fundos imobiliários, a renda fixa e a renda variável, e como isso afeta o planejamento financeiro e a alocação de ativos.
Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
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Alterações nas alíquotas de imposto para diferentes investimentos
Recentemente, o governo federal anunciou um pacote de medidas tributárias que veio substituir o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Entre outras coisas, o texto prevê alterações na cobrança do Imposto de Renda sobre diversos investimentos, como os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).
Entre as principais mudanças estão a incidência de uma alíquota de 5% que incidirá sobre investimentos que antes eram isentos de Imposto de Renda, como é o caso da LCI e da LCA, e uma alíquota de 17,5% sobre os rendimentos de aplicações que antes seguiam uma tabela regressiva — quanto mais tempo o dinheiro ficava aplicado, menor era o imposto. É o caso, por exemplo, do CDB.
As novas medidas foram introduzidas por meio de uma Medida Provisória (MP) e de um decreto presidencial e a estimativa é que as novas alíquotas comecem a vigorar já em 1º de janeiro de 2026. Entretanto, vale lembrar que o texto seguirá para análise do Congresso Nacional e poderá sofrer alterações.
Efeitos da taxação sobre dividendos e fundos imobiliários
Os fundos imobiliários e os dividendos, que antes eram isentos do Imposto de Renda, passarão por mudanças importantes. No caso de lucro com a venda da cota do fundo imobiliário, a alíquota de Imposto de Renda, que era de 20%, passará a ser de 17,5%. Já os dividendos do fundo, que antes eram isentos, passarão a ser tributados em 5%, a partir de 2026.
Mudanças no imposto sobre renda fixa e renda variável
No que diz respeito à renda fixa, vários investimentos deixarão de ser isentos. No caso de LCI, LCA, CRI, CRA e LH (Letras Hipotecárias), por exemplo, haverá uma alíquota de 5%. Já no caso do Tesouro Direto e do CDB, que antes seguiam uma tabela regressiva, haverá uma alíquota unificada de 17,5%.
Já no caso da renda variável, como as ações, também haverá mudanças. Hoje, operações de venda de até R$ 20 mil estão isentas e, após esse valor, a alíquota é de 15% sobre o lucro em operações de swing trade (compra e venda em dias diferentes) e de 20% sobre o lucro em operações de day trade (compra e venda no mesmo dia).
Com a medida provisória, o lucro líquido de pessoas físicas com ações no mercado à vista da B3 terá isenção do Imposto de Renda se o total de vendas em cada trimestre for igual ou menor a R$ 60 mil. Acima disso, valerá a alíquota de 17,5% tanto para as operações comuns como para as de day trade.
Impacto no planejamento financeiro e na alocação de ativos
Todas essas mudanças sem dúvida causarão impacto no planejamento financeiro e na alocação de ativos na carteira. Afinal, será preciso gastar mais para investir a mesma quantia, já que deverão ser considerados os gastos com impostos.
As mudanças nas alíquotas e o fim da isenção de vários investimentos afetarão a rentabilidade das aplicações, por isso, será necessário ter uma estratégia coesa na hora de montar a carteira, visando a obter o melhor resultado possível.