1. Início
  2. / Economia
  3. / Nova regra do governo deixará MILHÕES de brasileiros sem o tão aguardado abono salarial
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 1 comentários

Nova regra do governo deixará MILHÕES de brasileiros sem o tão aguardado abono salarial

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 08/12/2024 às 12:42
Governo propõe mudanças no abono salarial com transição até 2035. Benefício será limitado a 1,5 salário mínimo. Confira detalhes.
Governo propõe mudanças no abono salarial com transição até 2035. Benefício será limitado a 1,5 salário mínimo. Confira detalhes.

A nova proposta do governo Lula pode mudar drasticamente o abono salarial, reduzindo os beneficiários e gerando economia bilionária. A medida visa aliviar o orçamento público, mas divide opiniões.

Um dos benefícios mais aguardados pelos trabalhadores brasileiros pode estar prestes a sofrer mudanças significativas.

A proposta do governo federal promete alterar as regras do abono salarial, um auxílio anual que beneficia milhões de pessoas em todo o país.

Mas o que exatamente está em jogo? A resposta envolve impactos financeiros, ajustes orçamentários e um cronograma de transição que poderá redefinir quem terá direito ao benefício nas próximas décadas.

O que muda no abono salarial

A proposta do governo federal enviada ao Congresso Nacional sugere uma alteração na faixa de renda para o acesso ao abono salarial.

Atualmente, o benefício é concedido aos trabalhadores que recebem até dois salários mínimos mensais. Segundo o texto apresentado, esse limite será reduzido gradualmente até alcançar um salário mínimo e meio em 2035.

Atualmente, o valor do benefício pode chegar a até um salário mínimo por ano, variando de acordo com o período trabalhado no ano-base.

Para ter direito ao abono, o trabalhador precisa ter atuado por, no mínimo, 30 dias no ano, estar cadastrado no PIS (Programa de Integração Social) ou Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e receber uma remuneração mensal média que atenda aos critérios estabelecidos.

De acordo com a proposta, a regra de transição será implementada de forma progressiva, reduzindo o teto salarial para os seguintes valores:

  • 2026: 1,95 salário mínimo;
  • 2027: 1,9 salário mínimo;
  • 2028: 1,85 salário mínimo;
  • 2029: 1,8 salário mínimo;
  • 2030: 1,75 salário mínimo;
  • 2035: 1,5 salário mínimo.

Razões para a mudança

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o abono salarial perdeu parte de sua relevância devido à criação de programas sociais mais abrangentes nos últimos anos.

“Como o salário mínimo vai aumentar acima da inflação, esse valor vai, gradualmente, convergindo para um salário mínimo e meio ao longo dos anos”, afirmou Haddad, ao explicar que a alteração busca ajustar o benefício às novas realidades econômicas e sociais.

Além disso, a proposta visa reduzir os gastos públicos com o programa, que aumentaram de R$ 25,6 bilhões em 2023 para R$ 28 bilhões em 2024.

A expectativa é que os custos ultrapassem R$ 30 bilhões em 2025, caso nenhuma mudança seja feita. O governo estima que as alterações gerem uma economia de R$ 18,1 bilhões até 2030.

Como o cálculo será feito?

A mudança no abono salarial não afetará os pagamentos de imediato. O benefício continuará sendo calculado com base no salário mínimo de dois anos antes do pagamento.

Por exemplo, os valores pagos em 2024 correspondem ao salário mínimo de 2022, fixado em R$ 1.212, enquanto os de 2025 utilizarão o valor de 2023, que era de R$ 1.320.

Conforme a nova proposta, o limite de R$ 2.640 será usado como base para os próximos anos, com atualização pela inflação.

Por outro lado, o salário mínimo receberá reajustes superiores, de até 2,5% acima da inflação. Essa diferença fará com que, ao longo dos anos, menos trabalhadores se enquadrem nos critérios para receber o benefício.

Impactos nos trabalhadores

A mudança no abono salarial divide opiniões.

De acordo com especialistas, a redução no número de beneficiários pode trazer alívio ao orçamento público, mas também levanta preocupações sobre a perda de uma importante fonte de complementação de renda para milhões de trabalhadores.

A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para entrar em vigor.

Enquanto isso, trabalhadores e entidades sindicais acompanham o debate, que promete influenciar significativamente as eleições de 2026, ano em que a nova regra começará a valer, caso aprovada.

  • Reação
2 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
1 Comentário
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Milton
Milton
09/12/2024 03:38

Realmente não aceito esse corte que mais uma vez só atinge o povo por um governo tirano e injusto em todos aspectos.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
1
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x