A flexibilização da Uber para permitir quatro passageiros por corrida criou tensão entre motoristas e passageiros, resultando em cancelamentos e divergências sobre o uso do banco dianteiro.
Recentemente, a Uber passou a autorizar até quatro passageiros por viagem, incluindo o uso do banco dianteiro.
A medida foi anunciada como uma forma de flexibilizar o serviço e atender melhor grupos, mas a mudança tem gerado uma série de problemas na prática.
Enquanto a empresa defende a nova diretriz, motoristas resistem a aplicá-la, e passageiros enfrentam um aumento nos cancelamentos.
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Motoristas resistem ao uso do banco da frente
O principal ponto de atrito está no banco dianteiro. Durante a pandemia de Covid-19, a Uber proibiu passageiros nessa posição por motivos de segurança sanitária.
Muitos motoristas mantiveram o hábito mesmo após o fim das restrições e afirmam não se sentir confortáveis em retomar essa prática.
Além disso, há quem alegue riscos maiores em caso de acidentes ou desconforto com a proximidade de desconhecidos.
Essa resistência tem levado motoristas a recusar corridas com quatro ocupantes, mesmo que a regra permita.
Em consequência, passageiros relatam frustração com viagens canceladas ou interrompidas logo no embarque.
Expectativa dos usuários e a realidade
Do lado dos passageiros, a nova política foi inicialmente recebida com otimismo.
A possibilidade de dividir corridas entre quatro pessoas parecia reduzir custos individuais e diminuir o risco de cancelamentos. No entanto, a experiência prática tem mostrado o contrário.
Relatos frequentes indicam que motoristas recusam o quarto passageiro ou, em alguns casos, cobram valores adicionais, algo não autorizado pela plataforma.
A situação gera insegurança para usuários que, mesmo pagando pelo serviço, enfrentam regras variáveis a depender da postura de cada motorista.
Esse cenário também amplia a percepção de falta de transparência das empresas de transporte por aplicativo.
Diferenças entre Uber e 99 geram confusão
Outro fator que contribui para o impasse é a divergência entre políticas de diferentes plataformas. Enquanto a Uber autoriza quatro passageiros, a concorrente 99 mantém o limite de três.
Para muitos usuários, essa diferença gera incerteza sobre o que é permitido em cada corrida e amplia as chances de conflito com motoristas.
Na prática, grupos maiores acabam sem garantia de que conseguirão viajar juntos.
Alguns optam por dividir a viagem em dois carros, elevando os custos, ou recorrem a transportes alternativos.
Já os motoristas alegam que a falta de uniformidade entre os aplicativos cria expectativas equivocadas e pressiona os parceiros da Uber.
Posição oficial da Uber
A Uber afirma que a flexibilização busca oferecer mais conveniência aos passageiros. A empresa destaca que negar viagens sem justificativa pode resultar em penalidades para motoristas.
Também orienta usuários a registrar queixas pelo aplicativo sempre que houver cobranças indevidas ou cancelamentos sem motivo válido.
Apesar do posicionamento oficial, na rotina diária os conflitos persistem.
Motoristas afirmam que a diretriz não considera sua percepção de segurança, enquanto passageiros questionam se a empresa consegue de fato garantir o cumprimento da regra.
Impactos da mudança no dia a dia
O resultado imediato da medida tem sido um ambiente de maior tensão entre motoristas e usuários. O aumento dos cancelamentos gera atrasos, dificulta o deslocamento em grupo e compromete a confiança no serviço.
Em algumas cidades, passageiros relatam que a busca por um carro disponível se tornou mais demorada, especialmente em horários de pico.
Além disso, a indefinição sobre a aplicação da regra provoca desgaste também para os motoristas.
Muitos afirmam sofrer com notas baixas e reclamações por recusarem o quarto passageiro, ainda que se sintam inseguros.
Debate sobre responsabilidades
Especialistas em mobilidade urbana destacam que a divergência escancara a falta de clareza sobre os limites de responsabilidade entre empresas, motoristas e passageiros.
Para analistas, cabe às plataformas estabelecer regras objetivas e garantir que sejam respeitadas. Sem isso, cresce a insatisfação de quem depende diariamente do transporte por aplicativo.
Enquanto não há consenso, a cada viagem a situação se repete: passageiros acreditam ter direito a quatro lugares, motoristas relutam em aceitar e o resultado frequentemente é um cancelamento.