Obras da nova ponte entre Tocantins e Maranhão avançam após tragédia em 2024, revelando detalhes surpreendentes sobre engenharia moderna, milhões investidos, impacto ambiental e mudanças definitivas na fiscalização de estruturas públicas em todo o país.
A construção da nova ponte que vai ligar os estados do Tocantins e do Maranhão, substituindo a estrutura que desabou no final de 2024, já atingiu 20% de execução física, conforme divulgado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
A obra, orçada em mais de R$ 170 milhões, está sendo erguida sobre o rio Tocantins, na BR-226, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).
A previsão oficial é de que os trabalhos sejam concluídos até dezembro de 2025.
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A nova travessia foi projetada após o colapso da antiga Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que cedeu em dezembro do ano passado, deixando 17 vítimas, entre mortos e desaparecidos.
O episódio trágico mobilizou autoridades locais e o Governo Federal, que autorizou recursos emergenciais para a construção de uma estrutura moderna e segura no mesmo local.
Estrutura terá 630 metros e contará com recursos modernos
Segundo o Dnit, a nova ponte terá 630 metros de extensão, sendo 100 metros a mais que a anterior.
Além disso, contará com um vão livre de 154 metros — elemento que facilita a navegação fluvial e melhora a segurança estrutural.
A obra inclui duas faixas de rolamento de 3,6 metros cada, dois acostamentos de três metros, barreiras de proteção, passeios para pedestres e guarda-corpos nos dois lados do tabuleiro.
A previsão é que, ao final, o tráfego de veículos pesados e leves volte a ocorrer com segurança entre as regiões Norte e Nordeste do país.
Para garantir maior agilidade no processo, a construção está sendo realizada com o uso de tecnologia de pré-moldagem.
Serão instaladas 2.088 pré-lajes e 45 vigas pré-moldadas, elementos que otimizam o tempo e reduzem o impacto ambiental da obra.
Avanço da obra: fundações e pilares já em andamento
Até o momento, 16 das 26 fundações previstas já foram executadas, além de 12 dos 26 pilares planejados.
Segundo o Dnit, outras seis colunas e uma fundação estão em execução neste momento.
A expectativa é que essa primeira etapa estrutural seja concluída até o fim de junho de 2025.
A segunda fase da obra aguarda aprovação e incluirá a montagem das travessas e da superestrutura, além das fundações e pilares que fazem parte do trecho em balanço sucessivo — técnica utilizada em obras que precisam vencer grandes vãos sem apoiar diretamente o terreno.
A utilização dessa metodologia construtiva permite maior estabilidade e é indicada para pontes de longa extensão como a que está sendo erguida.
Tragédia de 2024 expôs falhas na antiga estrutura
A antiga ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 14h50, enquanto veículos transitavam normalmente pela via.
O colapso foi registrado por um vereador de Aguiarnópolis, que vinha denunciando as condições precárias da estrutura.
O vídeo circulou nas redes sociais e causou comoção em todo o país.
No momento da tragédia, duas caminhonetes, um carro de passeio, três motocicletas e quatro caminhões atravessavam a ponte.
Três desses caminhões transportavam substâncias perigosas, como ácido sulfúrico e agrotóxicos.
A queda provocou um desastre ambiental e humano: 14 pessoas morreram, três estão desaparecidas e apenas uma sobreviveu.
A comoção nacional levou o Governo Federal a intervir rapidamente, liberando recursos emergenciais e autorizando a demolição total dos vestígios da estrutura anterior.
Implosão controlada marcou o início do novo projeto
O que sobrou da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira precisou ser completamente demolido antes que as obras pudessem começar.
No dia 2 de fevereiro de 2025, uma implosão controlada foi realizada, utilizando 250 quilos de explosivos.
A ação, cuidadosamente planejada, durou cerca de 15 segundos e removeu as últimas estruturas que representavam risco à navegação e ao avanço da construção.
A destruição total da ponte antiga foi essencial para o início das obras da nova estrutura, pois garantiu segurança ao entorno e permitiu que os engenheiros avançassem com as primeiras etapas do projeto, como a instalação das fundações no leito do rio.
Impactos econômicos e sociais da nova ponte
Além de garantir uma travessia segura entre Tocantins e Maranhão, a nova ponte tem papel estratégico no escoamento da produção agrícola e no transporte de mercadorias entre o Norte e o Nordeste.
A BR-226 é um dos corredores logísticos mais importantes da região e sua interligação segura impacta diretamente o abastecimento e o comércio local.
O investimento de R$ 171,9 milhões é financiado com recursos do Governo Federal e está sob responsabilidade do Dnit, que vem monitorando de perto cada fase da obra.
A expectativa é que a ponte esteja concluída até o dia 22 de dezembro de 2025, exatamente um ano após a tragédia que paralisou a travessia.
A reconstrução da ponte também movimenta a economia local com a geração de empregos diretos e indiretos.
Empresas da região foram contratadas para fornecer mão de obra, alimentação, alojamentos e materiais.
Lição de uma tragédia: reforço na fiscalização de obras públicas
Após o desabamento da ponte anterior, a fiscalização de pontes e viadutos em todo o Brasil entrou no radar das autoridades.
Diversas estruturas passaram por vistorias emergenciais e alguns projetos antigos foram suspensos ou reformulados para atender normas mais rigorosas de segurança.
Especialistas apontam que o episódio serviu como um alerta nacional sobre o envelhecimento da infraestrutura pública no país, especialmente em regiões com intenso tráfego de cargas pesadas.
A expectativa é que a nova ponte sirva de modelo de eficiência e segurança, combinando engenharia moderna e maior resistência a cargas extremas.
Você acredita que o Brasil deveria revisar urgentemente todas as suas pontes e viadutos antes que novas tragédias aconteçam?