Governo estimava queda de até R$ 0,11 por litro, mas especialistas projetam impacto quase nulo nas bombas
A partir desta sexta-feira (1º de agosto), a nova mistura de etanol na gasolina passa oficialmente de 27% para 30% em todo o país. A medida, anunciada pelo governo como parte de uma estratégia para baratear os combustíveis, não deve gerar economia perceptível para o consumidor — segundo distribuidoras, consultorias e entidades do setor.
Enquanto o Ministério de Minas e Energia prometia uma redução de até R$ 0,11 por litro no preço final, análises mais recentes indicam que o corte real deve ficar entre R$ 0,02 e R$ 0,03 por litro, percentual considerado irrelevante frente ao valor médio atual da gasolina, que gira em torno de R$ 6,20.
O que muda com a nova mistura de etanol na gasolina?
A alteração eleva de 27% para 30% a proporção de etanol anidro misturado à gasolina comum vendida nos postos. A medida também acompanha o aumento da mistura de biodiesel no diesel, de 14% para 15%, implementada no mesmo dia.
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Segundo o governo, a mudança busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados e ampliar a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira. No entanto, o preço do etanol anidro está mais alto que o da gasolina nas refinarias, o que neutraliza qualquer expectativa de alívio imediato nas bombas.
Por que a promessa de queda nos preços não se concretizou?
Segundo Marcus D’Elia, sócio da Leggio Consultoria, o argumento do governo se sustenta na lógica dos preços do etanol hidratado, vendido diretamente ao consumidor. No entanto, a mistura usada na gasolina é feita com etanol anidro, que custa atualmente 11% a 14% mais caro que o hidratado.
Dados do Cepea/USP mostram que, na última semana de julho, o etanol hidratado foi negociado a R$ 2,54/litro nas usinas paulistas, enquanto o anidro saiu por R$ 2,91/litro — ambos acima da gasolina vendida pela Petrobras, que está em R$ 2,85/litro desde junho.
Com isso, a substituição de parte da gasolina por etanol anidro mais caro tende a elevar ou, na melhor das hipóteses, manter o custo do litro estável, frustrando as expectativas criadas pela equipe econômica.
Há benefícios econômicos ou ambientais na mudança?
Do ponto de vista ambiental, sim. O aumento do uso de etanol ajuda a reduzir a emissão de gases poluentes, uma vez que o combustível vegetal é considerado renovável e menos agressivo ao meio ambiente. Também favorece a indústria sucroalcooleira nacional, com potencial para gerar empregos e movimentar economias regionais.
Contudo, para o consumidor final, o impacto mais imediato continua sendo o preço na bomba. Sem queda significativa nos custos, a percepção pública tende a ser negativa, especialmente entre trabalhadores que dependem do veículo diariamente, como motoristas de aplicativo e taxistas.
E quanto ao diesel? Também haverá impacto?
Sim. A partir desta sexta, a mistura de biodiesel no diesel sobe de 14% para 15%. Diferentemente da gasolina, o mercado espera aumento no preço final, entre R$ 0,02 e R$ 0,03 por litro, segundo a Fecombustíveis.
O valor ainda é considerado modesto, mas representa um alerta para a cadeia logística e para os preços do transporte de cargas e alimentos, que costumam reagir rapidamente a variações no diesel.
O que dizem os críticos da medida?
Entidades como o Paranapetro, que representa donos de postos no Paraná, classificaram as previsões do governo como “completamente irreais”. A crítica se baseia no histórico de volatilidade do etanol anidro, que depende de safra, clima e variações no mercado global de açúcar.
Além disso, o setor questiona a falta de transparência nos cálculos oficiais e teme que a medida tenha efeito contrário ao desejado, elevando preços caso o etanol anidro continue subindo nos próximos meses.
Você percebeu alguma mudança no preço da gasolina onde mora? Acha que a nova mistura de etanol vale a pena ou só beneficia o setor produtivo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir a experiência de quem sente no bolso essa realidade.
Aumentar a porcentagem de etanol na gasolina ou biodiesel no diesel até é bom para o meio ambiente. O problema e a água existente nesses combustíveis que entopem os filtros e prejudicam o sistema e os motores. As empresas que produzem esses combustíveis precisam trabalhar (ou investir) na produção de etanol e biodiesel puro. Aí sim fica perfeito, porque do jeito que está principalmente os caminhões de transporte é complicado. A cada passo o sistema entope, é troca de filtros antes da hora, é tanque de combustível que cria um borra por dentro dificultando o trabalho e produzindo gastos desnecessário. Só problema!…tem que melhorar esses combustíveis.
Não é batizar mais a gasolina que irá resolver a questão, que já é horrível a quantidade de postos que tem gasolina batizada em nosso país,isso não vai ajudar a economia, com um Presidente que tá falindo o Brasil dia a dia com gastos exorbitantes e sem nenhum plano de governo, outra coisa Com certeza com o tempo vai dar problemas de injeção eletrônica nos carros, no chip e motor, sem falar que vai diminuí a Kilometragem que será feita por cada litro, a pergunta é e se der algum problema nos carros o desgoverno vai arcar com as despesas, com certeza não consumidores.
Vai demorar muito vão colocar o litro da gasolina para 800ML e vão continuar cobrando como se fosse um litro falando que é para baratear a gasolina.
É verdade, até nos mercados tem propaganda enganosa. Um certo produto que as pessoas compravam antes por um preço que era um kilo. Agora é o mesmo preço, mas olhar bem vai ver que é 800 gramas.