Imagine um pedaço de terra tão vasto que engoliria dez países inteiros em seu interior. Parece ficção científica, certo? Mas, no coração do Brasil, essa realidade se materializa em uma fazenda cujo tamanho desafia a compreensão e desperta curiosidade até dos mais céticos.
Embora a imagem de uma propriedade rural desse porte pareça uma lenda, ela existe e está situada em São Miguel do Araguaia, no estado de Goiás, a Fazenda Nova Piratininga é mais do que uma simples propriedade rural.
Com 135 mil hectares interligados em uma única matrícula, ela disputa o título de maior fazenda do Brasil. Para se ter uma ideia do seu tamanho, todos os 10 menores países do mundo, juntos, caberiam confortavelmente dentro de suas fronteiras.
Conforme o canal Fatos Rurais, a Fazenda Nova Piratininga foi comprada em dezembro de 2010 por três empresários goianos, entre eles João Alves de Queiroz Filho, controlador do Grupo Hypermarcas. Na época, o valor do negócio girou em torno de R$ 310 milhões, um montante que parece modesto diante dos R$ 30 bilhões em que a propriedade tem sido avaliada segundo o site AGFeed.
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Pecuária de ponta e infraestrutura robusta
A Nova Piratininga não se destaca apenas pelo tamanho. A fazenda é referência em pecuária de alta qualidade, abrigando 105 mil cabeças de gado Nelore, conhecidas pela robustez e adaptabilidade. A infraestrutura da fazenda é igualmente impressionante, com 970 km de estradas de terra, o suficiente para ir de São Paulo ao Rio de Janeiro mais de duas vezes.
Segundo o Fatos Rurais, a propriedade também conta com uma capacidade de armazenamento de água de 10,6 milhões de litros, distribuídos por 10 reservatórios, essenciais para a manutenção do rebanho e para as operações diárias.
Mas não é só o gado que recebe atenção na Nova Piratininga. A fazenda é praticamente uma cidade, com moradias para 600 pessoas, incluindo casas, escola, oficina, aeroporto, igrejas e até um consultório dentário. A presença dessas estruturas sociais demonstra o compromisso dos proprietários em proporcionar qualidade de vida para os funcionários e suas famílias.
O desafio da gestão e os planos para o futuro
Quando os novos proprietários assumiram a fazenda em 2010, o cenário era desafiador. O rebanho de cerca de 90 mil animais, dos quais 60 mil eram fêmeas reprodutivas, apresentava uma baixa taxa de natalidade e desmame, muito abaixo dos padrões nacionais.
De acordo com o Fatos Rurais, a Nova Piratininga firmou uma parceria com a Fazenda Barreiro Grande, do renomado criador Adir do Carmo Leonel, para melhorar a qualidade genética do rebanho. O projeto visa alcançar 100 mil nascimentos anuais por meio da inseminação artificial, elevando o padrão dos animais produzidos na fazenda.
A gestão da fazenda também passou por uma profunda transformação. Igor Nogueira Alves de Melo, um dos sócios e administrador da propriedade, trouxe sua experiência e formação para implementar um plano de governança que abrange desde a gestão do rebanho até a melhoria das condições de trabalho.
Conforme o canal Fatos Rurais, foram construídas 250 casas de coxo e 20 locais de descanso para vaqueiros, com a meta de dobrar o rebanho e melhorar ainda mais a infraestrutura existente.
Concorrência e polêmicas: a disputa pelo título de maior fazenda
Embora a Nova Piratininga seja uma forte candidata ao título de maior fazenda do Brasil, ela enfrenta concorrência acirrada. A Fazenda Roncador, localizada no Mato Grosso e com 152 mil hectares, é frequentemente citada como a maior.
No entanto, há controvérsias sobre o registro da propriedade em uma única matrícula, o que é um dos critérios para a classificação. Segundo o Fatos Rurais, a Fazenda Roncador pertence à família Penido e tem quase 50 anos de história, enquanto a Nova Piratininga, com seus 14 anos, já conseguiu alcançar um nível de eficiência e produtividade que a coloca na disputa pelo topo.
O futuro da Nova Piratininga: expansão ou venda?
A grandiosidade da Nova Piratininga não passou despercebida pelo mercado. Nos últimos anos, fundos de investimentos manifestaram interesse em adquirir a fazenda, atraídos pelo seu potencial de crescimento.
Contudo, administradores da fazenda garantem que a propriedade não está à venda. O foco dos proprietários é continuar investindo em pecuária sustentável e rentabilizar o negócio nos próximos anos. De acordo com o Fatos Rurais, os sócios se reúnem regularmente para discutir o andamento das operações e traçar estratégias para o futuro.
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