Lei visa acabar com a escala 6×1 e garantir mais qualidade de vida aos trabalhadores enfrenta forte resistência na Câmara. Encabeçada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a proposta é apoiada pelo Movimento Vida Além do Trabalho, liderado pelo vereador Rick Azevedo, e conta com apoio popular.
O que parece ser uma batalha pela dignidade no trabalho esbarra em resistência política.
Uma proposta que busca aliviar a rotina desgastante do regime 6×1, onde o trabalhador dispõe de apenas um dia de descanso após seis dias consecutivos de trabalho, agora enfrenta forte oposição de deputados do Partido Liberal (PL).
Apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), essa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) visa um reequilíbrio entre vida profissional e pessoal, mas encontra obstáculos significativos no Congresso.
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Redução da jornada e o fim do 6×1
No cerne da PEC está a revisão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), uma medida que pretende não apenas eliminar o regime 6×1, mas também garantir que trabalhadores possam dedicar mais tempo à vida pessoal e ao convívio familiar.
Hilton apresentou a proposta no Dia do Trabalhador recentemente, reforçando que o atual modelo de jornada “não é compatível com a dignidade humana”.
Segundo a deputada, a legislação vigente limita as possibilidades de o trabalhador usufruir de uma vida pessoal plena e equilibrada.
“Nossa Lei precisa mudar”, declarou Hilton em suas redes sociais, defendendo um sistema mais justo e humano para todos.
Movimento Vida Além do Trabalho e apoio popular
Essa proposta ganhou força com o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador carioca Rick Azevedo (PSOL), também conhecido como “Rick Azevedo”.
Após relatar nas redes sociais sua própria experiência com a exaustiva jornada de balconista de farmácia, Azevedo se tornou uma voz ativa na causa.
“É uma escravidão moderna”, disse em um vídeo publicado no TikTok, que viralizou ao descrever a dura realidade de quem cumpre a escala 6×1.
Com o apoio de mais de 1,3 milhão de assinaturas, o abaixo-assinado do VAT, intitulado “Por um Brasil que Vai Além do Trabalho”, ganhou destaque nas redes.
A iniciativa do vereador destaca a necessidade de mais tempo para que trabalhadores possam ter qualidade de vida e, ao mesmo tempo, conviver com suas famílias, reforçando o pedido de uma mudança urgente nas normas de trabalho no país.
Oposição da bancada do PL
A resistência da bancada do PL se mostra feroz.
Azevedo declarou nesta quinta-feira (07), em suas redes sociais e com base em informações do perfil Análise Política no X (antigo Twitter), que membros do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro teriam tentado bloquear a tramitação da PEC, removendo-a da pauta e impedindo audiências públicas para discussão da proposta.
“É verdade o que está rolando na imprensa: a bancada do PL está tentando barrar a nossa PEC pelo #fimdaescala6X1. Fomos pessoalmente a cada gabinete, mas eles tentaram tirar a PEC de pauta e impedir a audiência pública”, afirmou o vereador Azevedo.
Ele ressaltou que, por sua parte, continua firme em pressionar para que a audiência aconteça em breve.
A articulação de Hilton e Azevedo para mobilizar apoio
Com 71 assinaturas das 171 necessárias para que a PEC seja discutida na Câmara dos Deputados, Hilton e Azevedo vêm visitando diversos gabinetes em busca de apoio.
Eles argumentam que a proposta não objetiva reduzir a produtividade, mas sim promover um ambiente de trabalho mais humano e digno para todos.
“É uma questão de dignidade e de justiça social”, reafirmou Hilton, que enxerga na PEC uma forma de equilibrar as demandas do trabalho com a qualidade de vida dos trabalhadores.
Os apoiadores da PEC apontam, ainda, para o contraste entre a rotina dos deputados e a dos trabalhadores comuns.
Enquanto muitos deputados cumprem uma escala de trabalho que vai de terça a quinta-feira, milhares de trabalhadores brasileiros enfrentam a árdua rotina do regime 6×1, especialmente no setor de comércio e serviços.
Essa discrepância, segundo Hilton e Azevedo, evidencia a necessidade de uma mudança que considere o bem-estar do trabalhador.
O que está em jogo para os trabalhadores?
Essa luta pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho nacional não é apenas uma questão legislativa.
Para muitos, trata-se de um passo necessário rumo a um país que priorize o bem-estar de seus trabalhadores. Em suas declarações, Azevedo destacou que, “se tivermos o apoio da bancada do PT, nossa luta será muito mais forte”.
Ele convocou o público a pressionar os parlamentares: “Continuem cobrando os deputados — eles são funcionários do povo, não o contrário”.
A PEC, além de buscar a flexibilização da jornada, visa alterar o impacto da Reforma Trabalhista de 2017, sancionada durante o governo Michel Temer (MDB), que, segundo os proponentes da emenda, ampliou a precarização das condições de trabalho ao legalizar o regime 6×1 em algumas áreas.
Essa reforma gerou debates calorosos sobre o limite entre produtividade e condições dignas de trabalho, algo que a PEC propõe reavaliar.
Resistência e o caminho para o futuro
Ainda que haja resistência, os parlamentares e ativistas pró-PEC acreditam que a medida trará mais igualdade no campo das condições de trabalho.
De acordo com Azevedo, garantir o direito dos trabalhadores ao descanso adequado e ao tempo de convívio familiar não deveria ser um luxo, mas um direito básico.
A continuidade da PEC na Câmara dos Deputados depende agora de uma mobilização maior e do apoio de bancadas mais amplas.
E você, o que pensa sobre o fim da escala 6×1? Acredita que outros modelos, como o 4×3, podem ser a solução para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores? Deixe sua opinião nos comentários e participe desse debate!