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Nova fábrica de hidrogênio será vizinha de planta de R$ 24 bilhões que criará 14 mil empregos e promete impulsionar a bioeconomia com tecnologia do Grupo Solvay

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 09/10/2025 às 14:09
Nova fábrica de hidrogênio e planta da Arauco prometem impulsionar a bioeconomia e gerar milhares de empregos em Mato Grosso do Sul.
Nova fábrica de hidrogênio e planta da Arauco prometem impulsionar a bioeconomia e gerar milhares de empregos em Mato Grosso do Sul.
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Inocência se prepara para receber dois megaprojetos industriais: uma fábrica de peróxido de hidrogênio e a maior planta de celulose do país, investimentos que consolidam Mato Grosso do Sul como polo global da bioeconomia.

Inocência, a 331 quilômetros de Campo Grande, vai ganhar uma nova unidade industrial voltada ao fornecimento de insumos para a cadeia de celulose.

A Peróxidos do Brasil, joint venture entre o Grupo Solvay e a PQM (Produtos Químicos Makay), confirmou a instalação de uma fábrica que deverá operar em 2028, ao lado do complexo de celulose da Arauco, reforçando o posicionamento de Mato Grosso do Sul como “Vale da Celulose”.

O valor do investimento e o número de vagas diretas do projeto da Peróxidos ainda não foram divulgados.

Nova vizinhança industrial e cronograma de operação

De acordo com o titular da Semadesc, Jaime Verruck, a planta “será vizinha à fábrica da Arauco e deve entrar em operação em 2028”, em linha com o avanço do polo de celulose do estado.

Em publicação nas redes, o secretário afirmou que o ciclo de aportes já supera R$ 100 bilhões em projetos industriais em Mato Grosso do Sul.

O que a Peróxidos vai produzir

Apesar de a iniciativa ser anunciada como “fábrica de hidrogênio”, o produto fornecido pela empresa é peróxido de hidrogênio (H₂O₂), insumo amplamente utilizado no branqueamento de fibras na indústria de celulose.

A Peróxidos do Brasil produz H₂O₂ no país desde a década de 1970 e mantém sua principal unidade em Curitiba, apontada pela companhia como a maior planta de peróxido de hidrogênio para o mercado do mundo.

A empresa também opera terminais de distribuição na Argentina, Chile e Colômbia, para dar capilaridade ao suprimento na região.

Modelo “on-site” e histórico de tecnologia

A estratégia da companhia inclui o conceito myH₂O₂, que prevê unidades on-site dentro ou ao lado de fábricas de celulose, reduzindo custos logísticos e emissões do transporte do insumo.

Em 2017, a Peróxidos implantou no Maranhão a primeira unidade “satélite” desse tipo, operada de forma remota a partir de Curitiba, para atender uma planta do setor.

A mesma lógica deve orientar o empreendimento em Inocência, integrado à demanda da Arauco.

Projeto Sucuriú: escala, investimento e empregos

A vizinha do novo projeto, a Arauco, ergue em Inocência a fábrica de celulose conhecida como Projeto Sucuriú, com capacidade anual de 3,5 milhões de toneladas e previsão de iniciar as operações até o fim de 2027.

O investimento global divulgado pela empresa é de US$ 4,6 bilhões, montante que, em estimativas de mercado, aparece também convertido para cerca de R$ 24 bilhões a R$ 25 bilhões.

No pico das obras, a implementação deve gerar cerca de 14 mil empregos, segundo divulgações locais e do governo estadual.

Impacto para o “Vale da Celulose” em Mato Grosso do Sul

O adensamento industrial em torno da celulose é apontado pelo governo estadual como eixo de desenvolvimento.

O Estado fala na quinta fábrica de celulose a ser instalada em Mato Grosso do Sul com a chegada do projeto da Arauco, consolidando o chamado “Vale da Celulose”.

Em 2025, a Semadesc registrou eventos oficiais de lançamento do empreendimento com essa classificação, além de dados que evidenciam a relevância da commodity na pauta exportadora sul-mato-grossense.

Cadeia de fornecimento e ganhos operacionais

A presença de uma unidade de peróxido de hidrogênio ao lado da fábrica de celulose tende a reduzir riscos de abastecimento e custos de transporte de um insumo crítico, além de permitir ajustes finos de produção conforme a sazonalidade de demanda.

O peróxido é aplicado nas etapas de branqueamento da polpa, contribuindo para padrões de qualidade e eficiência energética.

Em termos logísticos, a produção contígua também reduz a circulação de cargas perigosas em longas distâncias.

Essas características operacionais são consistentes com o modelo myH₂O₂ e com a prática de suprimento que a Peróxidos vem expandindo na América do Sul.

Quem é a Peróxidos do Brasil

A Peróxidos do Brasil é uma joint venture entre o Grupo Solvay e a PQM (Produtos Químicos Makay).

A empresa informa capacidade de 250 mil toneladas/ano em Curitiba e presença regional por meio de terminais e unidades na América do Sul.

Em 2025, a Solvay destacou investimentos para ampliar a atuação do grupo no continente, incluindo planta no Chile, no parque industrial de Coronel, na região do Biobío, a única unidade industrial de H₂O₂ na costa do Pacífico sul-americano.

Empregos e efeitos locais esperados

Enquanto a Arauco reporta milhares de postos na fase de implantação, o número de vagas ligadas diretamente à fábrica da Peróxidos ainda não foi divulgado.

A tendência, no entanto, é que a proximidade entre as plantas potencialize contratações indiretas em logística, manutenção e serviços técnicos, além de formação de mão de obra especializada na região.

Esse efeito já é observado em outros polos de celulose do estado.

O que diz o governo

Em mensagem pública, Jaime Verruck ressaltou que o projeto “consolida o Estado como referência mundial na cadeia de celulose e papel”.

Segundo ele, “a nova planta será vizinha à fábrica da Arauco e deve entrar em operação em 2028”, reforçando o ciclo de investimentos que vem transformando o parque industrial sul-mato-grossense.

Próximos marcos e pontos a acompanhar

Até o início da operação, são esperadas etapas de licenciamento, obras civis, comissionamento e integração de sistemas com a unidade de celulose.

Também deve avançar o planejamento logístico do entorno de Inocência, uma vez que o Estado tem direcionado concessões e melhorias de infraestrutura para dar vazão ao crescimento da produção florestal e de celulose, com foco na chamada Rota da Celulose.

Com a fábrica de peróxido ao lado da maior planta de celulose do país a ser erguida em uma única etapa, Inocência ganha um arranjo produtivo que alia escala e eficiência.

Que outras cadeias da bioeconomia podem se conectar a esse novo hub industrial de Mato Grosso do Sul?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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