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Nova empresa de petróleo do Brasil surpreende ao revelar onde não quer investir: combustíveis renováveis

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 02/08/2024 às 21:54
Plataforma de petróleo. (Imagem: Stéferson Faria / Agência Petrobras)
Plataforma de petróleo. (Imagem: Stéferson Faria / Agência Petrobras)

Em um movimento surpreendente que pode redefinir os rumos do setor energético no Brasil, uma nova empresa de petróleo e gás emerge da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta.

Mas o que realmente chama a atenção não é apenas a criação de uma nova petroleira nacional, mas sim a decisão audaciosa de não investir em combustíveis renováveis, uma escolha que contraria a tendência global. Por que uma companhia recém-formada tomaria um caminho tão distinto?

De acordo com o presidente da nova petroleira, Décio Oddone, “não está na nossa proposta fazer investimento em energia renovável”. Esta declaração foi feita em uma coletiva de imprensa realizada nesta última sexta-feira (02). A decisão, que ainda aguarda aprovação final pelo conselho de administração previsto para novembro, já aponta para um foco claro: projetos de petróleo e gás de baixo risco.

A primeira reunião do conselho de administração aconteceu na quinta-feira (01), o mesmo dia em que as ações da nova empresa começaram a ser negociadas na B3 sob o símbolo RRRP3, ainda representando a 3R. No entanto, a expectativa é de que o nome da companhia seja alterado em breve.

A fusão resultou em uma produção combinada de 80 mil barris de petróleo por dia, com um novo campo prestes a entrar em operação. O projeto Atlanta, localizado na Bacia de Campos, espera autorizações para iniciar suas operações, com uma capacidade inicial de 50 mil barris por dia.

Este campo é o primeiro no Brasil a ser totalmente desenvolvido por uma petroleira privada nacional, atualmente produzindo cerca de 20 mil barris diários por meio de um sistema provisório.

A nova empresa nasce da união dos portfólios complementares de 3R e Enauta. A Enauta, fundada nos anos 2000, focava na exploração de novas reservas de petróleo e gás, enquanto a 3R, criada no final da década de 2010, adquiria ativos mais antigos da Petrobras.

Segundo Oddone, essa combinação permite sinergias como o compartilhamento de equipamentos e serviços logísticos para os campos produtores. Oddone destacou que a nova petroleira aproveitará as oportunidades de consolidação no mercado global de petróleo.

Ele citou exemplos de companhias americanas como Chevron e Exxon, que têm investido em ativos não convencionais. No Brasil, o desenvolvimento recente de novas petroleiras focou na compra de ativos da Petrobras, resultando em portfólios concentrados e pouco diversos.

A nova 3R possui participação em quatro campos marítimos de petróleo, três já em produção, além de campos terrestres no Espírito Santo, na Bahia e no Rio Grande do Norte. A infraestrutura inclui escoamento e tratamento de petróleo e gás e uma pequena refinaria adquirida da Petrobras.

Embora ainda não haja detalhes concretos sobre os planos de crescimento, Oddone adianta que a companhia não terá grandes investimentos exploratórios em novas fronteiras, mesmo que a Enauta tenha concessões na margem equatorial e em águas profundas de Sergipe.

Com um caixa robusto de US$ 1,6 bilhão e baixo nível de endividamento, a nova empresa não descarta aquisições futuras caso surjam boas oportunidades de consolidação. O plano estratégico em elaboração definirá políticas de remuneração e de dividendos, mantendo a previsão mínima de distribuição de 25% do lucro líquido.

Os principais acionistas da nova petroleira incluem Gerval Investimentos (8.4%), da família Gerdau, o fundo sul-africano Coronation (5%), e a Maha Energy (5%), além de Bradesco e BNDES. Com esse respaldo, a companhia busca entregar resultados sólidos e focar no crescimento sustentável dentro do setor de petróleo e gás.

E você, o que acha dessa nova estratégia audaciosa de evitar investimentos em energias renováveis? Será que essa decisão irá beneficiar a nova petroleira no longo prazo?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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