Cientistas criam liga metálica com memória que opera em temperaturas extremas, abrindo caminho para sondas espaciais mais seguras e sistemas criogênicos mais eficientes
Uma nova descoberta feita por pesquisadores japoneses promete revolucionar o setor aeroespacial e a indústria criogênica. Trata-se de uma liga metálica à base de cobre, alumínio e manganês que mantém sua estrutura funcional mesmo a -200 °C, condição comum no espaço profundo.
Segundo o estudo publicado em julho de 2025 na Nature Communications Materials, a nova liga é capaz de recuperar sua forma original mesmo após deformações severas, operando como um atuador sem depender de eletricidade ou sensores. A equipe liderada por Hirobumi Tobe testou o material com sucesso em temperaturas criogênicas, o que o torna ideal para missões espaciais, satélites e aplicações em hidrogênio líquido.
Um material que resiste ao frio extremo do espaço
No vácuo espacial, temperaturas podem chegar a -270 °C. A maioria dos metais com “memória de forma” deixa de funcionar em torno de -20 °C. A nova descoberta supera esse limite, mantendo estabilidade e desempenho a -198 °C. Isso só é possível graças à estrutura interna do metal, que rearranja seus átomos em resposta ao frio, gerando um movimento mecânico preciso.
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Esse fenômeno é chamado de transformação de fase termoelástica, e permite criar mecanismos que abrem, fecham ou se contraem sozinhos, sem motores ou eletricidade. Isso reduz o risco de falhas em satélites ou sondas que enfrentam ciclos térmicos severos.
Aplicações práticas em missões espaciais e energia limpa
A equipe de pesquisadores desenvolveu um interruptor térmico mecânico usando essa liga, capaz de abrir e fechar um canal de calor automaticamente, ao atingir determinada temperatura. O sistema foi testado com sucesso a -170 °C e pode ser usado em telescópios espaciais como o James Webb, que opera a -223 °C.
Além disso, a nova descoberta pode ser aplicada em sistemas que usam hidrogênio líquido, como tanques de combustível para foguetes ou tecnologias de energia limpa. Atuadores passivos, ativados apenas pela temperatura ambiente, poderiam funcionar como válvulas de emergência — simples, leves e sem consumo de energia.
Potencial para a automação do futuro
O material também impressiona pela capacidade de “aprender”. Ajustando a proporção dos elementos na liga, os cientistas conseguem calibrar a temperatura exata em que ela será ativada. Isso permite criar componentes sob medida, com precisão cirúrgica, para ambientes extremos.
Segundo os autores do estudo, essa nova descoberta representa mais do que um avanço técnico. Ela pode viabilizar missões de longa duração no espaço profundo, aumentar a confiabilidade de satélites e abrir novas fronteiras para a automação industrial e os sistemas de resfriamento inteligentes.
Você acredita que essa nova tecnologia pode acelerar a exploração espacial? Como esse material poderia ser usado aqui na Terra? Deixe sua opinião nos comentários.