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Nova descoberta do telescópio James Webb promete reescrever o que sabemos sobre o universo, mas será que estamos prontos para isso?

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 06/10/2024 às 19:33
Atualizado em 07/10/2024 às 07:30
Nova descoberta do telescópio James Webb pode reescrever nossa compreensão sobre a expansão do universo e a constante de Hubble. O que isso significa?
Nova descoberta do telescópio James Webb pode reescrever nossa compreensão sobre a expansão do universo e a constante de Hubble. O que isso significa?

Telescópio James Webb descobre nova supernova ‘Ia’, permitindo recalcular a constante de Hubble. A discrepância nos resultados pode indicar que o universo não está se expandindo de forma constante, sugerindo que o modelo padrão da física precisa ser revisado.

O telescópio espacial James Webb, com sua capacidade sem precedentes de observação infravermelha, acaba de fazer uma descoberta que pode desafiar tudo o que sabemos sobre o cosmos.

No centro de um aglomerado de galáxias, a bilhões de anos-luz de distância, surge um fenômeno que pode nos forçar a repensar a expansão do universo.

Mas por que essa nova supernova ‘Ia’ é tão importante? E o que a constante de Hubble tem a ver com isso?

De acordo com uma pesquisa publicada no The Astrophysical Journal, o James Webb encontrou um aglomerado de galáxias a 3,6 bilhões de anos-luz da Terra, conhecido como PLCK G165.7 + 67.0.

No coração desse aglomerado, uma única supernova do tipo ‘Ia’ foi observada, e ela pode ser a chave para resolver uma das maiores disputas da cosmologia moderna: a taxa de expansão do universo.

Essas supernovas ‘Ia’ são essenciais para a astronomia porque funcionam como “velas-padrão”, objetos cujo brilho é bem compreendido, permitindo aos cientistas usá-las como ferramentas para medir distâncias no universo.

O que torna essa descoberta ainda mais intrigante é o fenômeno de lente gravitacional, causado por uma galáxia intermediária entre a supernova e o telescópio, o que ampliou e dobrou sua luz, facilitando sua observação.

A constante de Hubble e a nova medição

O impacto dessa supernova vai além de sua beleza cósmica. A professora Brenda Frye, da Universidade do Arizona, usou essa observação para calcular um novo valor para a famosa constante de Hubble, que mede a taxa de expansão do universo.

O resultado? 75,4 km/s/Mpc, com uma margem de erro de +8,1 ou -5,5. Embora pareça um detalhe técnico, esse número gera uma grande discrepância em relação aos valores obtidos no universo primitivo.

Esse resultado levanta questões sobre a chamada “tensão de Hubble”, uma divergência entre os métodos de cálculo da constante de Hubble.

Os cientistas utilizam dois principais métodos: o primeiro, baseado na radiação cósmica de fundo em micro-ondas, sugere que o universo está se expandindo a uma taxa de 67 km/s/Mpc.

Já o método que usa estrelas variáveis Cefeidas mais próximas da Terra indica um valor de 73,2 km/s/Mpc.

O que significa para o futuro da cosmologia?

A nova descoberta feita pelo James Webb parece confirmar a tensão de Hubble, o que levanta a possibilidade de que o universo não esteja se expandindo de maneira constante.

A matéria escura, que até então acreditávamos desempenhar um papel crucial na expansão do cosmos, talvez não seja o único fator impulsionando esse crescimento.

Segundo os especialistas, isso pode significar que nosso modelo padrão da física precisa ser revisado para entender plenamente o que está acontecendo ao nosso redor.

O impacto dessa descoberta vai além dos números.

A discrepância entre os valores antigos e os novos sugere que o universo primitivo, observado através da radiação de fundo, pode estar nos contando uma história diferente da que vemos nas galáxias próximas.

Isso reforça a necessidade de mais estudos e observações para tentar solucionar esse mistério cósmico.

O papel do James Webb em futuras descobertas

O telescópio James Webb, desde seu lançamento, tem se destacado como uma das ferramentas mais poderosas na exploração do cosmos.

Suas capacidades infravermelhas permitem observar galáxias distantes e detectar fenômenos que antes eram invisíveis para outros telescópios.

Com essa nova supernova ‘Ia’, ele continua a nos surpreender, oferecendo dados que desafiam nossa compreensão do universo.

Segundo os astrônomos, esse telescópio terá um papel fundamental nas próximas décadas para resolver mistérios como a tensão de Hubble e o impacto da matéria escura na expansão do cosmos.

O futuro da cosmologia está em suas lentes, e cada nova descoberta só aumenta o fascínio por aquilo que ainda não entendemos sobre o universo.

Revisão do modelo padrão

Com esses novos dados em mãos, a comunidade científica enfrenta um desafio monumental: revisar o modelo padrão da física para acomodar essas discrepâncias.

Isso pode levar a uma revolução na forma como entendemos a gravidade, a matéria escura e a própria natureza do espaço-tempo.

No entanto, como acontece com todas as grandes descobertas, mais perguntas surgem do que respostas.

O que exatamente está impulsionando a expansão do universo? E, mais importante, o que estamos perdendo ao confiar nos modelos atuais?

A única certeza que temos é que o James Webb continuará a desempenhar um papel crucial nas descobertas futuras, e cada nova observação pode nos aproximar de desvendar os mistérios do cosmos.

Você acredita que as novas descobertas do telescópio James Webb podem realmente revolucionar nossa compreensão sobre o universo e a constante de Hubble? O que mais o universo pode estar escondendo?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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