Estudo nacional detalha investimentos bilionários no transporte público do Nordeste, com foco em sustentabilidade, eficiência e redução de emissões de carbono até 2054.
O Nordeste foi contemplado no Estudo Nacional de Mobilidade Urbana com 50 projetos voltados à ampliação de metrôs, VLTs, BRTs e trens urbanos nas regiões metropolitanas.
O levantamento do BNDES, em parceria com o Ministério das Cidades, definiu 187 intervenções prioritárias no país até 2054 e estima benefícios ambientais, econômicos e de segurança viária: redução anual de 3,1 milhões de toneladas de CO₂, queda de cerca de 10% no custo médio da mobilidade e economia superior a R$ 200 bilhões associada à redução do tempo de deslocamento.
Também é projetada a prevenção de 8 mil mortes no trânsito no período.
-
Sicoob compete com grandes bancos e entra no top 15 (13ª) de marcas mais valiosas, com 4.600 agências e R$ 398 bilhões
-
A maior linha de metrô do Nordeste vai cruzar toda a região com 32 quilômetros de extensão e promete transformar a mobilidade e a economia até 2029
-
“Empresários reclamam que ‘ninguém mais quer trabalhar’: presidente da CNC culpa Bolsa Família e pede ao governo plano urgente para reverter fuga da mão de obra”
-
País retira 415 milhões de pessoas da pobreza em poucos anos com saneamento, gás de cozinha e expansão rural e virou estudo de caso global
Embora o estudo tenha abrangência nacional, o conjunto de capitais nordestinas concentra valores expressivos.
Somadas as estimativas para Fortaleza, Recife, Salvador, Natal, São Luís, Teresina, João Pessoa e Maceió, o investimento chega a aproximadamente R$ 70,3 bilhões.
As ações priorizam sistemas de média e alta capacidade, com foco em transporte coletivo sustentável e na redução de emissões de carbono.
Estimativas ambientais e de segurança
De acordo com o governo federal, a carteira do ENMU insere o transporte público no centro da agenda de descarbonização urbana, com ênfase em eficiência energética e redução de emissões.
O documento projeta 3,1 milhões de toneladas de CO₂ evitadas por ano, além de 8 mil vidas poupadas até 2054 nas 21 regiões metropolitanas analisadas.
O estudo também calcula queda média de 10% no custo da mobilidade para os usuários, como resultado do aumento da eficiência e da integração entre modais.
Investimentos por capital nordestina
O detalhamento por capital indica os valores e a quantidade de projetos.
Em Fortaleza (CE), o estudo prevê 11 iniciativas com ampliação de metrô (49 km), VLT (9 km) e BRT (80 km), somando R$ 21,6 bilhões.
Na Região Metropolitana do Recife (PE), o investimento estimado é de R$ 14,8 bilhões, com requalificação de linhas do metrô e implantação de novos eixos de transporte.
O estudo também projeta redução de aproximadamente 240 mortes no trânsito até 2054 e 116,2 mil toneladas de CO₂ a menos por ano na capital.
Em Salvador (BA), o plano prevê R$ 13,1 bilhões para expansão e integração de modais, incluindo VLTs e BRTs, com foco em corredores de alta demanda na orla e em vias estruturantes.
Para Natal (RN), estão previstos R$ 6,2 bilhões em intervenções de BRTs e VLTs, com integração metropolitana e atendimento a áreas de crescimento urbano.
Em São Luís (MA), os projetos somam R$ 5,4 bilhões, com implantação de corredores BRT e VLTs voltados a melhorar a conexão entre terminais e zonas de maior densidade populacional.
Em Teresina (PI), o pacote chega a R$ 3,6 bilhões e inclui ampliação do sistema sobre trilhos, integração com Timon (MA) e novos corredores de média capacidade.
Segundo o estudo, o conjunto de obras pode gerar ganhos de tempo de deslocamento e produtividade.
A Região Metropolitana de João Pessoa (PB) aparece com cinco projetos e investimento de R$ 3,5 bilhões, incluindo um corredor entre o Aeroporto e o Bessa e quatro ligações principais (Pedro II, Mangabeira, Bessa–Centro e Cruz das Armas).
A definição final do modal — se VLT ou BRT — será feita nas próximas etapas do planejamento.
Por fim, Maceió (AL) tem previsão de R$ 2,1 bilhões, com BRT na Avenida Fernandes Lima–Aeroporto, VLT na Avenida Gustavo Paiva–Centro e integração entre BRT e VLT, acompanhada de requalificação do entorno urbano.
Diretrizes de financiamento e integração
Segundo o BNDES e o Ministério das Cidades, o ENMU foi desenvolvido para orientar uma estratégia nacional de mobilidade de longo prazo, servindo como referência para concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
O governo informou que a aceleração dos investimentos dependerá do modelo de financiamento e da participação privada na execução e operação dos sistemas, com estudos complementares que detalharão escopos, tecnologias e cronogramas.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o estudo colabora com a criação de uma política pública de transporte “sustentável, integrada e segura”, construída de forma conjunta entre União, estados e municípios.
O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que “investir em transporte coletivo limpo é investir em cidades mais resilientes e em deslocamentos mais rápidos e seguros”.
Escala e projeções nacionais
Com 187 projetos mapeados nas 21 maiores regiões metropolitanas, o estudo estima R$ 430 bilhões em investimentos potenciais até 2054.
As estimativas estão distribuídas entre metrôs (R$ 230 bilhões), trens urbanos (R$ 31 bilhões), VLTs (até R$ 105 bilhões), BRTs (até R$ 80 bilhões) e corredores exclusivos (R$ 3,4 bilhões).
Também é calculada uma economia superior a R$ 200 bilhões com a redução do tempo de deslocamento da população.
De acordo com técnicos do BNDES, o levantamento cria um portfólio de referência para priorizar soluções sustentáveis e de grande capacidade, além de incentivar integração entre modais e governança federativa.
O estudo também busca apoiar projetos paralisados por falta de estrutura técnica ou de financiamento, oferecendo base para captação de novos recursos e parcerias.
Impactos previstos no cotidiano urbano
O estudo aponta que, se implantados integralmente, os projetos devem gerar melhorias no tempo de viagem, maior acesso a empregos e serviços e redução de custos operacionais.
Em capitais como Recife, Fortaleza e Salvador, as intervenções incluem modernização de linhas de metrô, novos VLTs e corredores BRT, medidas que, segundo o BNDES, podem tornar o transporte público mais eficiente e seguro.
Especialistas em mobilidade ouvidos pelo estudo ressaltam que a integração entre modais e o uso de tecnologias limpas são fundamentais para a redução de emissões e o aumento da eficiência energética nas cidades brasileiras.



Seja o primeiro a reagir!