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No meio da escalada de guerras e tensões mundiais, o Brasil voltou a discutir a bomba atômica nacional tema esquecido desde os anos 1990

Publicado em 08/09/2025 às 16:25
Ministro de Minas e Energia defende debate sobre a bomba atômica nacional, tema esquecido desde os anos 1990, em um mundo cada vez mais instável
Ministro de Minas e Energia defende debate sobre a bomba atômica nacional, tema esquecido desde os anos 1990, em um mundo cada vez mais instável
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Entre Gaza e o Caribe, Brasil resgata debate sobre bomba atômica: ministro defende arsenal nuclear em meio à escalada mundial de conflitos.

No meio da escalada de guerras e tensões mundiais, o Brasil voltou a discutir a bomba atômica nacional, um tema que parecia enterrado desde os anos 1990. A fala do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reacendeu o debate ao defender no Congresso que o país deve levar “muito a sério a questão nuclear também para defesa nacional”.

Segundo o jornalista Álvaro Borba, a declaração não ocorre por acaso. Com a intensificação de conflitos no Oriente Médio, no Caribe e na Europa, cresce a percepção de que o Brasil precisa repensar sua postura de neutralidade.

A volta da bomba atômica nacional ao centro do debate levanta questões sobre soberania, dissuasão militar e os riscos de se manter apenas como país pacifista em um mundo cada vez mais armado.

Quem defende a volta da discussão nuclear

O ministro Alexandre Silveira justificou que a bomba atômica nacional poderia ser considerada não apenas uma ambição militar, mas uma medida de proteção estratégica.

Ele afirmou que, se o mundo seguir no caminho atual, “o Brasil vai precisar da nuclear também para defesa nacional”.

Álvaro Borba lembra que o discurso ecoa antigas propostas defendidas por Enéas Carneiro nos anos 1990, quando o político defendia que apenas a posse de uma bomba garantiria a soberania do Brasil diante de potências estrangeiras.

Hoje, o debate retorna em um cenário no qual países sem arsenal nuclear foram invadidos, enquanto os que possuem armas atômicas resistiram a intervenções.

Onde o Brasil se insere no cenário global

Atualmente, apenas cinco países são reconhecidos legalmente como detentores de armas nucleares pelo Tratado de Não Proliferação (TNP).

O Brasil é signatário do acordo, que limita o desenvolvimento de tecnologias bélicas nucleares. Ainda assim, o país mantém capacidade científica e recursos minerais estratégicos como urânio que poderiam sustentar um programa nuclear próprio.

Segundo Borba, a discussão volta justamente quando o mundo vive um aumento histórico de gastos militares.

A China apresentou uma parada militar com reforço de poder nuclear, a Europa prepara hospitais para 50 mil soldados em caso de guerra até 2026, e os EUA endurecem a retórica sob Donald Trump, que rebatizou simbolicamente o Pentágono como “Departamento de Guerra”.

Por que o tema ressurge agora

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A volta do debate sobre a bomba atômica nacional é explicada pelo contexto geopolítico. Enquanto Gaza enfrenta massacres denunciados pelo Brasil como genocídio, o Caribe se torna palco de tensões entre Venezuela e Estados Unidos.

O país se vê pressionado a avaliar se sua neutralidade histórica ainda é suficiente para garantir segurança em meio a uma nova corrida armamentista global.

Para Álvaro Borba, o Brasil é um ator estratégico por deter 11% da água doce do planeta, vastas reservas minerais e um território continental.

Esses fatores despertam interesse internacional e reforçam a necessidade de discutir instrumentos de dissuasão.

Reações divididas dentro do país

A fala do ministro dividiu opiniões no Brasil. De um lado, pacifistas defendem que o país deve continuar sendo símbolo de paz e diplomacia.

Para eles, investir em uma bomba atômica nacional significaria abrir mão de uma tradição histórica de neutralidade.

Do outro, estrategistas lembram que países como Iraque e Líbia, sem armas nucleares, foram alvos de intervenções externas, enquanto a Coreia do Norte manteve sua sobrevivência justamente pelo poder atômico.

A dúvida é se o Brasil pode continuar neutro sem possuir um mecanismo de dissuasão nuclear.

Vale a pena o Brasil investir em uma bomba atômica nacional?

O dilema brasileiro está em equilibrar tradição e realidade. Enquanto a diplomacia reforça a imagem do país como mediador global, as tensões crescentes tornam plausível a pressão por novos instrumentos de defesa.

Para críticos, o investimento seria inviável e perigoso; para defensores, poderia ser a chave para preservar a soberania diante de um mundo em guerra.

Álvaro Borba avalia que o simples fato de o tema voltar à pauta já é um marco histórico.

A bomba atômica nacional, esquecida desde os anos 1990, ressurge como símbolo da incerteza global e do futuro estratégico do Brasil.

O Brasil agora se encontra diante de uma escolha complexa: continuar sendo um país referência em paz e diplomacia ou considerar a bomba atômica nacional como forma de dissuasão militar.

E você, acha que o Brasil deve seguir investindo na neutralidade ou deveria avançar no debate sobre uma bomba atômica nacional? A decisão fortalece nossa soberania ou nos colocaria em risco ainda maior?

Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua visão sobre esse dilema histórico.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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