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Níquel brasileiro é vendido por US$ 500 milhões à China, enquanto concorrente europeu afirma ter ofertado quase o dobro

Publicado em 24/08/2025 às 14:46
Atualizado em 25/08/2025 às 09:55
Níquel brasileiro entra no centro de disputa bilionária e levanta suspeitas sobre venda de minas estratégicas para estatal chinesa
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Níquel brasileiro entra no centro de disputa bilionária na geopolítica global. Venda de minas em Goiás e no Pará para a estatal chinesa MMG acende alerta em EUA e Europa e coloca o níquel brasileiro no epicentro da transição energética.

O níquel brasileiro deixou de ser apenas um ativo mineral e passou a ocupar espaço estratégico na geopolítica global. A venda da operação da Anglo American em Goiás para a estatal chinesa MMG, avaliada em US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões), desencadeou uma disputa que envolve interesses de China, Estados Unidos, União Europeia e concorrentes privados.

Segundo a Folha de S. Paulo, a transação inclui as plantas de Barro Alto e Niquelândia (GO), além de projetos em Pará e Mato Grosso, ampliando a presença chinesa em um setor vital para baterias e a transição energética mundial.

O que está em jogo com o níquel brasileiro

O níquel é considerado minério crítico para a produção de aço inoxidável e baterias de carros elétricos. Com a corrida global por tecnologias limpas, o controle sobre reservas estratégicas se tornou prioridade para as maiores potências.

A China já domina o refino mundial de níquel, cobalto e terras raras, mas ainda depende de minas estrangeiras para alimentar sua indústria. Por isso, a compra das jazidas brasileiras fortalece o domínio de Pequim sobre 60% da oferta global, segundo contestação da concorrente holandesa Corex Holding.

A disputa entre China e concorrentes europeus

A Corex Holding, controlada pelo bilionário turco Robert Yüksel Yıldırım, afirma que ofereceu US$ 900 milhões (R$ 4,9 bilhões) quase o dobro do valor pago pelos chineses e mesmo assim perdeu a disputa. A empresa questiona a lisura do processo e acionou o Cade no Brasil e a Comissão Europeia em Bruxelas.

Para Yıldırım, a operação representa uma ameaça ao equilíbrio do setor: “Essa compra aumenta ainda mais a concentração de mercado e coloca em risco a segurança de suprimento da União Europeia”, afirmou em entrevista.

Reação internacional e risco regulatório

Nos Estados Unidos, a gestão de Donald Trump acompanha o caso com atenção. A estratégia chinesa em minas brasileiras é vista como parte de um movimento mais amplo, semelhante ao já praticado na Indonésia, onde o controle chinês derrubou preços internacionais do níquel.

Na União Europeia, a transação pode ser investigada por risco de concentração. Já no Brasil, o Cade analisa denúncias de que a venda pode comprometer a concorrência. A Anglo American, por sua vez, afirma que a decisão segue sua estratégia de focar em cobre, ferro de alto teor e nutrientes agrícolas.

O impacto para Barro Alto e a economia local

Na pequena Barro Alto (GO), cidade com pouco mais de 12 mil habitantes, a mudança de controle gera expectativa. “A mineração tirou Barro Alto da pré-história, mas não colocou no futuro. Ficamos no meio do caminho. A MMG pode dar um F5 nisso”, afirmou Iran Fernandes, da associação comercial local.

Para a população, há esperança de que a chegada da MMG traga novos investimentos, empregos e desenvolvimento. Mas também cresce o temor de que o aumento da influência chinesa reduza o espaço de empresas locais e amplie a dependência externa.

O níquel brasileiro como peça da transição energética

Com a corrida global pela descarbonização, o níquel brasileiro se tornou estratégico para cadeias industriais de alta tecnologia. Baterias de veículos elétricos, sistemas de energia renovável e até equipamentos militares dependem diretamente desse insumo.

Assim, o Brasil, dono de algumas das maiores reservas do mundo, está no centro de uma disputa que mistura economia, diplomacia e segurança energética.

O níquel brasileiro não é apenas um recurso natural: é um ativo estratégico que define o papel do país na transição energética e no tabuleiro geopolítico mundial. A disputa entre China, EUA e Europa pela posse de minas nacionais mostra que a mineração vai além da economia ela é peça central de poder global.

E você, acredita que a entrada da China fortalece ou ameaça o Brasil no mercado global de minerais estratégicos? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive esse debate de perto.

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João Victor
João Victor
28/08/2025 12:07

A manchete leva a crer que foi o estado brasileiro que tirou o níquel da mão dos ingleses e entregou para os chineses preterindo os turcos. Sendo que foram os ingleses que venderam a sua concessão para os chineses (o min. de minas e energia e o incra nao podem opnar apenas verificar a legalidade da operação), e se existe alguma conspiração, algum contrato de gaveta, algum interesse oculto dos ingles em vender sua concessão para a China, aí tem que perguntar para AngloAmerican

Justiceiro Hroth-Beorht
Justiceiro Hroth-Beorht
27/08/2025 22:48

DIFERENÇA IRÁ PARA OS COFRES DO PT E CONTA CORRENTE DO LULA DA SILVA EM PARAISO FISCAL!

Justiceiro Hroth-Beorht
Justiceiro Hroth-Beorht
27/08/2025 22:46

A DIFERENÇA IRÁ PARA OS COFRES DO PT E CONTA CORRENTE DO **** EM PARAISO FISCAL!

Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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