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Nióbio pode matar fungos! Brasileiros de Minas Gerais criam fungicida sustentável com nanopartículas do composto para ser usado em lavouras de milho e soja, substituindo agrotóxicos

Escrito por Sabrina Moreira Paes
Publicado em 25/06/2022 às 23:43
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Luis Carlos de Oliveira é um dos autores dessa pesquisa inédita e inovadora para a agricultura | Foto: UFMG

Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cria tecnologia nacional e atóxica para combate de fungos em lavouras

Em mais um feito inédito, pesquisadores brasileiros criam um fungicida usando nanopartículas de nióbio, totalmente atóxico e capaz de ajudar o agricultor a combater as pragas em lavouras de milho e soja. Essa tecnologia nacional foi testada tanto em laboratório quanto no campo e demonstrou resultados excelentes. Ao contrário dos agrotóxicos, o novo composto não agride a plantação, não faz mal ao ser humano e ainda tem propriedade de bioestimulação, ou seja, de estimular a plantação.

A ideia fica ainda mais interessante ao lembrarmos que o Brasil possui uma das maiores reservas de nióbio do mundo e pode ser obtido a baixo custo. O Brasil possui 90% de toda a reserva mundial do metal e fica localizado principalmente no estado de Minas Gerais. Quer saber mais sobre esse produto? Então leia a matéria.

Saiba como o nióbio é produzido em Araxá, Minas Gerais, a maior reserva em operação do mundo, com o vídeo abaixo.

Nióbio não é raro e a maior parte das reservas está no Brasil | Reprodução — YouTube: Manual do Mundo

Estudos começaram em 2020 devido ao problema do fungo nas culturas de soja e milho

O professor Luiz Carlos Oliveira do Departamento de Química da UFMG é um dos principais responsáveis do estudo e relata que ele começou em 2020 com o uso de nanopartículas de Nióbio. A motivação surgiu a partir dos problemas constantes nas lavouras com fungos e fungicidas ineficazes ou agrotóxicos em alta quantidade.

“Quase todo fungicida usado no Brasil é importado e, além de ter custo alto, é um produto de origem química/sintética que demanda cuidados em sua utilização devido aos diferentes níveis de toxidez. Desenvolvemos uma molécula de nióbio inédita e encontramos uma alternativa de grande potencial para esses problemas”.

Luiz Carlos Oliveira, um dos responsáveis do estudo, do Departamento de Química da UFMG (2022).

Ou seja, os pesquisadores buscaram então compor um novo fungicida inorgânico, com base em nióbio e de baixo impacto ambiental e sem danos ao ser humano.

Testes do fungicida de nióbio no laboratório e nas lavouras demonstraram resultados impressionantes

Os testes mais preliminares do produto já apontaram resultados animadores em laboratório e as pesquisas em campos, simulando situações reais de lavouras, só confirmaram os achados iniciais. As lavouras de soja receberam os testes do novo composto, os quais foram feitos por uma empresa especializada em ambientes de testagem, para padronizar os achados.

Quando os resultados foram comparados às marcas comercialmente disponíveis de agrotóxicos, o fungicida produziu efeitos tão bons quanto estes, com margem de eficiência perto de 100% em todas as análises. Todas as concentrações testadas inibiram o crescimento de fungos nas lavouras de soja.

Afinal, por que o nióbio é eficaz contra os fungos das lavouras?

Luiz Carlos Oliveira explica as nanopartículas de nióbio são muito promissoras porque sua estrutura induz a formação de uma película muito pequena nas folhas de soja. Essa película protege as plantas da ação dos fungos porque atrapalha a respiração desses organismos e evita sua proliferação.

Além disso, essa barreira física estimular a absorção da luz e o crescimento da planta. O fungicida pode agir também em casos de pós-colheita e milho e soja, evitando a proliferação de fungos nos produtos até eles chegarem ao mercado. Assim, o benefício é duplo.

Os testes também foram realizados para combater a ferrugem do café e apresentaram eficácia ainda melhor do que os produtos que já existem comercialmente para tratar esse tipo de problema. Segundo os achados, o fungicida de nióbio da UFMG foi duas vezes superior aos agrotóxicos convencionais.

A nanopartícula de nióbio já é estudada na UFMG há mais de 10 anos e já resultou em 11 pedidos de registro de patente (quando o que é criado é inédito no mundo e ninguém fez ainda). É mais uma vitória da ciência brasileira fazendo a diferença no agronegócio e nas lavouras de milho e soja!

Sabrina Moreira Paes

Moradora da Grande São Paulo, 25 anos, formada pela UFPR com MBA em marketing pela USP. Possui mestrado pela Unicamp e doutorado em andamento na USP. Profissional de marketing, Copy, SEO e Ghost Writer certificada pelas Universidades de Stanford, California, Northwestern e Toronto. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos.

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