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Ninho de vespas radioativas é descoberto em antiga fábrica de bombas nucleares nos EUA

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 31/07/2025 às 10:41
vespas radioativas
Foto de arquivo de resíduos radioativos armazenados em contêineres subterrâneos.
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Uma descoberta incomum reacendeu a atenção para os riscos do legado nuclear nos Estados Unidos. Um ninho de vespas com altos níveis de radiação foi encontrado dentro de uma antiga instalação usada na fabricação de bombas durante a Guerra Fria.

Um ninho de vespas com níveis elevados de radiação foi descoberto em uma instalação nos Estados Unidos que, no passado, fabricava peças para bombas nucleares.

O caso aconteceu no Sítio do Rio Savannah, na Carolina do Sul, próximo à cidade de Aiken.

A instalação foi usada durante a Guerra Fria para produzir plutônio e trítio, elementos essenciais na construção de armamentos nucleares.

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A descoberta do ninho radioativo foi feita em 7 de julho por trabalhadores da instalação. No entanto, o relatório oficial sobre o caso só foi divulgado em 22 de julho, após análises mais detalhadas.

A equipe responsável optou por comparar o achado com registros antigos de contaminação em animais selvagens antes de divulgar os dados.

Radiação dez vezes acima do permitido

O mais importante é que os testes mostraram que o ninho apresentava um nível de radiação de 100.000 desintegrações por minuto por 100 centímetros quadrados.

Isso representa mais de dez vezes o limite permitido pelas normas federais dos Estados Unidos, conforme o Apêndice D do Código de Regulamentos Federais 10 CFR 835.

Logo após o achado, os técnicos borrifaram inseticida sobre o ninho para eliminar as vespas. Em seguida, embalaram o material como resíduo radioativo.

Segundo o relatório, o caso foi classificado como “contaminação radioativa legada”, o que significa que a origem da radiação é antiga, herdada das operações nucleares do passado.

Não há indícios de novos vazamentos ou perda de controle do material.

Sem risco de contaminação ao redor

Apesar do susto, as análises confirmaram que nem o solo nem as áreas ao redor do ninho apresentaram sinais de radiação.

A direção da Savannah River Mission Completion informou que, mesmo se houvesse vespas vivas, os níveis de contaminação nos insetos seriam baixos.

Portanto, não há necessidade de ações adicionais, e as demais operações do local seguem normalmente.

Outra informação importante é que o tanque onde o ninho foi encontrado está dentro da área restrita da instalação.

Como as vespas têm alcance limitado de voo, o risco de contaminação fora do complexo é considerado mínimo.

Legado da Guerra Fria ainda ativo

O Sítio do Rio Savannah começou a operar nos anos 1950. Durante décadas, foi uma peça-chave no programa nuclear americano, principalmente na produção de materiais utilizados em bombas atômicas.

Com o fim da Guerra Fria, em 1992, a missão do local mudou. Desde então, passou a se dedicar à gestão de resíduos nucleares, descontaminação ambiental e desenvolvimento de pesquisas.

Atualmente, a instalação armazena cerca de 34 milhões de galões de resíduos nucleares líquidos em 43 tanques subterrâneos.

Recentemente, o local também implementou um novo sistema de transporte de combustível nuclear usado.

O objetivo é reduzir o tempo de processamento e facilitar o descarte permanente desse material no futuro.

Uma das mudanças inclui a substituição da liga de alumínio dos transportadores. Essa nova versão se dissolve mais rapidamente, acelerando o trabalho nas unidades de separação química, como a H Canyon.

Referência ao caso de Chernobyl

O caso das vespas radioativas trouxe à tona comparações com Chernobyl, cenário do maior desastre nuclear da história.

Em áreas próximas ao reator, pesquisadores já encontraram cães e outros animais com vestígios de radiação.

No entanto, os estudos mostram que esses animais não se transformaram em criaturas mutantes, mas sim em sobreviventes que conseguiram se adaptar a um ambiente hostil.

Esse paralelo reforça o impacto duradouro da radiação no ambiente e o quanto resíduos nucleares ainda podem influenciar a natureza, décadas depois do encerramento de atividades industriais e militares.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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