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Neuralink, empresa de Elon Musk, dará início nos testes de chips cerebrais em humanos

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 29/05/2023 às 10:02
Neuralink, de Elon Musk, dará início a testes de chips cerebrais em humanos com aprovação nos EUA
Foto: Ilustração Neuralink

A NeuraLink, empresa de neurotecnologia co-fundada por Elon Musk, recentemente contou com aprovação da Food and Drug Administration, a “Anvisa americana”, para conduzir seu primeiro estudo clínico para realizar implantações de chips cerebrais em humanos.

O anúncio foi realizado nesta quinta-feira (25), entretanto a extensão do estudo aprovado não é conhecida. A startup afirmou em um Tweet que o recrutamento dos pacientes para seu ensaio ainda está aberta.

Chips cerebrais em humanos visam ajudar pacientes com paralisia severa

A Neuralink faz parte da indústria emergente de interface cérebro-computador, ou BCI. Esta tecnologia se trata de um sistema que decifra sinais cerebrais e os traduz em comandos para tecnologias externas.

Os cientistas estudam a tecnologia BCI há décadas e diversas empresas desenvolveram sistemas promissores que planejam levar ao mercado. Entretanto, receber a aprovação do FDA para um dispositivo médico comercial não é algo tão simples, visto que exige que as empresas conduzam com sucesso diversas rodadas extremamente completas de testes e coleta de segurança de dados.

A Reuters informou no mês de março que o FDA havia rejeitado o pedido da Neuralink para testes em humanos e apontou dezenas de questões que a empresa deveria resolver.

A empresa de chips cerebrais do bilionário Elon Musk, que foi fundada em 2016, está desenvolvendo um implante cerebral chamado Link, que visa contribuir com pacientes que sofrem de paralisia severas que controlem tecnologias externas utilizando apenas sinais neurais.

Isso significa que pacientes com doenças degenerativas graves podem eventualmente recuperar sua capacidade movendo cursores e digitando com suas mentes através de uma conexão Bluetooth, segundo o site da empresa. O uso do chip exige uma cirurgia cerebral invasiva.

Chips cerebrais em humanos pode tratar doenças mentais

A imprensa americana ressalta que nenhuma empresa deste setor, como a Neuralink, conseguiu obter o selo final de aprovação do FDA. Entretanto, ao receber a aprovação para um estudo com pacientes humanos, a Neuralink está um passo mais perto do mercado.

Além de contribuir com pacientes com paralisia, os especialistas acreditam que os BCIs podem ajudar a tratar de doenças como cegueira e doenças mentais. Elon Musk expressou sua intenção de que o Neuralink explore esses casos de uso futuros, assim como aplicações potenciais para pessoas saudáveis.

A notícia positiva acontece após uma série de problemas recentes na empresa de Elon Musk. No mês de fevereiro, o Departamento de Transporte dos EUA confirmou à CNBC que havia aberto uma investigação sobre a Neuralink por supostamente embalar e transportar hardware contaminado de forma insegura.

A empresa, que implantará chips cerebrais em humanos, foi criticada por grupos ativistas por seu supostos experimentos em macacos que resultaram em hemorragia interna, infecções crônicas, paralisia, convulsões, declínio da saúde psicológica e morte.

Tecnologia neural recebe avanços

Em um estudo realizado no final do último ano, neurocientistas conseguiram demonstrar que fornecer dados sintonizados brevemente no ciclo natural de ondas cerebrais de cada pessoa antes de fazer uma tarefa de aprendizagem eleva fortemente a capacidade individual de aprender. O estudo investigou as variações individuais observadas em indivíduos em relação a aprender novas tarefas e adquirir novas habilidades em vários contextos.

A hipótese proposta por cientistas das Universidade de Cambridge, no Reino Unido, é de que essa variabilidade na capacidade cognitiva está ligada a estados cerebrais individuais.

Segundo a professora Zoe Kourtzi, autora sênior do estudo, cada cérebro possui seu próprio ritmo natural, gerado pela oscilação de neurônios trabalhando juntos. Para testar suas proposições, a equipe simulou essas flutuações, utilizando um paradigma de cintilação visual para envolver cada indivíduo em seu ritmo cerebral próprio.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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