Descubra como a Neugebauer se tornou a mais antiga fábrica de chocolates do Brasil em atividade, sua trajetória centenária, relevância histórica e atual.
A Neugebauer é a mais antiga fábrica de chocolates do Brasil em atividade: fundada em 17 de setembro de 1891 por Franz e Max Neugebauer com o sócio Fritz Gerhardt, ela hoje opera em Arroio do Meio (RS) e emprega centenas de pessoas. Seu chocolate “Refeição”, lançado em 1925, acaba de completar 100 anos — fato que reforça a longevidade e relevância da marca.
Ao longo de mais de 130 anos, a Neugebauer passou por diferentes donos (Grupo Fenícia, Parmalat, Florestal) até ser adquirida em 2010 pelo Grupo Vonpar e, em 2013, concentrar toda sua produção no Vale do Taquari.
Por que essa marca centenária segue viva? Pela capacidade de inovação, adaptação, forte identidade regional e investimento tecnológico — fatores que explicam por que a Neugebauer se mantém como símbolo do chocolate nacional.
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Neugebauer: Trajetória de pioneirismo e fundação
A história da Neugebauer começou quando o confeiteiro alemão Franz Neugebauer chegou a Porto Alegre, em 1887, interessando-se pelo ramo alimentício.
Ele solicitou que seu irmão Ernest se especializasse na Alemanha em confeitaria e que Max viesse ao Brasil para juntos iniciarem um negócio de doces.
Em 17 de setembro de 1891, nasceu a Neugebauer Irmãos & Gerhardt, no bairro Navegantes, em Porto Alegre, em um prédio que antes fora escola.
A produção inicial focava em balas, rapaduras e confeitos simples, vendidos porta a porta.
Logo, com a chegada de Ernest e novas técnicas, a empresa expandiu-se, promoveu mudanças societárias e passou a investir em estrutura maior.
No início do século XX, a fábrica já abrigava dezenas de máquinas movidas a vapor e elétricas, além de produzir drágeas, caramelos, bombons, chocolate e biscoitos.
Crescimento, produtos icônicos e marcos centenários
Lançamento de chocolates e consolidação
O chocolate propriamente dito começou a ser fabricado por volta de 1903.
Em 1925, foi lançado o chocolate Refeição, que ao longo do tempo tornou-se símbolo da marca.
Em meados da década de 1930, surgiram versões em tamanhos familiares (250 g e 500 g).
Ao longo das décadas, novos produtos marcaram a trajetória da Neugebauer: bombom Amor Carioca (1958), confeitos Bib’s, barras Napolitano, Stikadinho, além do doce de leite Mu‑Mu.
Em 2025, a Neugebauer celebrou os 100 anos do Refeição, reforçando sua força simbólica e nostálgica.
Mudanças societárias
A família Neugebauer manteve o controle da empresa até 1982, quando vendeu a fábrica para um grupo argentino.
Em 1998, o negócio foi adquirido pela Parmalat; em 2002, passou para a Florestal Alimentos; e, finalmente, em 2010, foi comprado pelo Grupo Vonpar, que transformou a Neugebauer em divisão de alimentos.
Em 2013, foi inaugurada uma nova unidade fabril em Arroio do Meio (RS), onde hoje se concentra toda a produção de chocolates e doces.
Essa planta moderna, de mais de 35 mil metros quadrados, é considerada uma das mais eficientes da América Latina.
Por que a Neugebauer segue ativa?
Inovação, adaptabilidade e reforço de identidade
A Neugebauer resistiu ao tempo por meio de constantes adaptações — modernizou seus processos, investiu em novas tecnologias de embalagem e produção, e consolidou sua presença regional no Sul do Brasil.
Ao mudar operações para Arroio do Meio, aproveitou a infraestrutura local, mão de obra qualificada e sinergia industrial da região.
Além disso, o apelo emocional e a história centenária funcionam como vantagem competitiva: produtos como o Refeição evocam memórias e são símbolos identitários para gerações.
Mercado, exportação e desempenho
A Neugebauer não fica restrita ao Rio Grande do Sul: exporta para mais de 30 países e mira mercados nacionais no Sudeste e Sul.
Em 2021, estimou faturamento de R$ 570,2 milhões.
Em períodos mais recentes, produtos como barras e candies têm registrado crescimento expressivo nas vendas e exportações.
A produção diária da planta de Arroio do Meio chega a médias de 74 mil kg de chocolate e 20 mil kg de doce de leite.
A expectativa é dobrar essa capacidade com estrutura preparada para expansão.
Se o chocolate for exemplo de persistência, a Neugebauer mostra que é possível atravessar séculos com sabor e identidade.