Até 2028, a Nestlé vai investir R$ 7 bilhões no Brasil, com foco em modernização industrial, inovação e sustentabilidade. Parte desse valor será destinada à Garoto, em Vila Velha, e quase R$ 1 bilhão ficará em Araras (SP).
O plano de alocação dos recursos será fechado nas próximas semanas, mas a companhia já definiu a aposta de quase R$ 1 bilhão: a modernização e expansão da fábrica de Araras (SP), referência global em café solúvel.
Garoto no centro da estratégia de chocolates
A unidade da Glória, em Vila Velha, seguirá como prioridade no portfólio de chocolates da Nestlé.
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Segundo a companhia, a planta é uma das maiores fábricas de chocolate do mundo e opera com alto nível de automação.
“A Garoto é uma prioridade da Nestlé e seguirá sendo”, disse Marco Guimarães, que esteve no Espírito Santo durante a 34ª Dez Milhas Garoto, realizada neste domingo, 28 de setembro.
O executivo afirmou que, entre 2020 e 2025, foram investidos R$ 800 milhões na unidade capixaba, com foco em tecnologia e eficiência.
Ele descreveu o “índice de erro praticamente zero” como um diferencial da operação.
O pacote até 2028
Anunciado em junho, o ciclo de R$ 7 bilhões mira modernização industrial, inovação em categorias estratégicas, sustentabilidade e aumento de capacidade.
A Nestlé reforça que o Brasil é seu terceiro maior mercado global e motor de crescimento nas Américas.
No caso dos chocolates, o objetivo é ampliar a produção e ganhar eficiência nas linhas de Vila Velha, aproveitando a escala e a integração logística com outras operações do grupo.
Onde está a aposta de quase R$ 1 bilhão
Paralelamente ao plano para o Espírito Santo, a Nestlé decidiu concentrar cerca de R$ 1 bilhão em Araras (SP), sua fábrica de cafés solúveis que abastece o mercado interno e exporta para mais de 60 países.
O investimento, a ser executado até 2028, inclui uma nova linha de extração com tecnologias de automação e inteligência artificial e prevê aumento de 10% da capacidade produtiva.
Embora voltado a café, o aporte integra o mesmo ciclo de investimentos e ajuda a entender a lógica industrial da companhia: fortalecer hubs de alta competitividade, enquanto revigora linhas de chocolates em Vila Velha.
Café conilon mantém o Espírito Santo no radar
O interesse da Nestlé no Estado não se limita ao chocolate.
A empresa afirma ser grande compradora do conilon capixaba e acompanha de perto a evolução da produção local em quantidade, qualidade e sustentabilidade.
Não por acaso, o Espírito Santo responde por aproximadamente 70% do conilon produzido no Brasil, o que sustenta a atratividade do Estado para operações ligadas a café e logística.
O foco em eficiência também considera o avanço da infraestrutura portuária no Norte capixaba, que vem ganhando tração.
Concorrência avança em Linhares
A movimentação setorial ajuda a explicar a atenção sobre o Espírito Santo.
Em maio de 2025, a ofi (Olam Food Ingredients) inaugurou uma fábrica de café solúvel em Linhares, ampliando a capacidade global de processados de robusta com matéria-prima local.
Na mesma cidade opera uma unidade da Cacique, maior exportadora brasileira de solúvel, adquirida em 2024 pela Louis Dreyfus Company (LDC).
A presença de concorrentes diretos em Linhares reforça a importância estratégica do Estado na cadeia de café — e, por extensão, na logística e suprimentos da própria Nestlé.
O que falta definir em Vila Velha
Embora parte relevante dos R$ 7 bilhões deva contemplar melhorias na Garoto, a empresa ainda finaliza o desenho dos aportes específicos para a planta capixaba.
A orientação divulgada por executivos é aumentar eficiência e produção, com novas frentes de automação e eventuais linhas de chocolates e bombons.
O detalhamento deve sair nas próximas semanas, alinhado ao calendário corporativo de aprovação de investimentos.