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Neobancos conquistam Brasil e América Latina: será o fim dos bancos tradicionais?

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 05/07/2025 às 12:25
bancos -
Neobancos conquistam Brasil e América Latina: será o fim dos bancos tradicionais?
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Neobancos prometem menos taxas e mais inovação. Nubank bate recordes e pressiona os bancos tradicionais. A batalha que está revolucionando a América Latina entre o tradicional e o inovador

Você lembra quando abrir conta bancária significava passar horas na agência, preencher papelada infinita e ainda aguentar cara feia do gerente? Pois essa cena está cada vez mais distante. Os neobancos chegaram para revolucionar o jeito de lidar com o dinheiro e já estão roubando clientes dos bancos tradicionais.

Sem agências físicas, operando só por aplicativos e sites, eles oferecem tarifas baixíssimas, simplicidade e agilidade que os clientes adoram. De acordo com a Simon Kucher & Partners, hoje os neobancos já reúnem mais de 1 bilhão de clientes no mundo, mas o desafio de transformar esse sucesso em lucro continua gigante.

Neobancos: a arma secreta da nova geração

Na América Latina, onde milhões de pessoas estavam fora do sistema bancário formal, os neobancos encontraram terreno fértil. O celular virou agência de bolso, e serviços como transferências, cartões e pagamentos ficaram muito mais simples.

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Nubank é uma das plataformas mais utilizadas na América Latina, principalmente em países como o Brasil, onde teve um crescimento notável

Nubank é uma das plataformas mais utilizadas na América Latina, principalmente em países como o Brasil, onde teve um crescimento notável

O Nubank, por exemplo, virou sinônimo de inovação no Brasil, atraindo mais de 100 milhões de clientes no país e expandindo forte no México e na Colômbia. Segundo Álvaro Vertiz, sócio da DGA Group, “o Nubank mudou tudo ao oferecer rendimento para depósitos em um mercado onde isso era quase inexistente”.

Além dele, nomes como Nequi (Colômbia), Yape (Peru) e Daviplata (Colômbia) também surfam essa onda digital, trazendo inclusão e praticidade a públicos que nunca pisaram numa agência.

Crescimento explosivo, lucros incertos

Mesmo com todo esse boom, muitos neobancos ainda não conseguem dar lucro. A consultoria Simon Kucher destaca que “o crescimento foi espetacular, mas a rentabilidade ficou para trás”.

Casos como o australiano Volt Bank, que fechou as portas em 2022, e o britânico Bank North, que pediu falência no mesmo ano, mostram o risco de apostar tudo no digital sem capital robusto. Na América Latina, o alemão N26 desistiu do Brasil em 2023 por conta da concorrência pesada e dos custos operacionais, segundo informou em nota oficial.

Mesmo assim, os lançamentos não param: entre 2022 e 2023 surgiram 36 novos neobancos no mundo, somando agora cerca de 312 entidades, segundo o The Financial Brand.

O peso pesado dos bancos tradicionais

Os bancos tradicionais continuam firmes no jogo, com décadas de história, marcas fortes e uma clientela que ainda valoriza segurança. Francisco Uría, sócio da KPMG, lembra: “Eles lideram porque têm escala, diversificação e já provaram resistência em crises”.

Além disso, eles estão acostumados a operar sob regulações rigorosas, com estruturas gigantes e alto investimento em compliance. Murat Kalkan, líder global de Bancos Digitais do BBVA, declarou à BBC Mundo: “A chegada dos neobancos forçou o mercado a se reinventar. Hoje, o cliente espera a rapidez da Amazon, a simplicidade da Apple e a personalização da Spotify”.

Fintechs brasileiras ganham força

No Brasil, o movimento das fintechs virou febre. Além do Nubank, temos nomes como Banco Inter e C6 Bank, que avançam com força. Segundo a Associação Brasileira de Fintechs, o país já conta com mais de 1.300 fintechs ativas, grande parte focada em serviços financeiros inclusivos.

O sucesso se deve à busca por taxas menores, atendimento 24h e zero papelada. Outro destaque foi o Nubank oferecer rendimento acima de 14% no México em 2023, um atrativo para quem quer ver o dinheiro render sem dor de cabeça.

América Latina: potência digital (com desafios)

A região responde por cerca de 23% dos neobancos do mundo, de acordo com a Felaban. A pandemia acelerou a transformação digital, mas ainda existem desafios importantes.

Giorgio Trettenero Castro, secretário-geral da Felaban, comenta: “As carteiras digitais são fundamentais para a inclusão, mas ainda precisamos melhorar a conectividade e reduzir custos de internet”. A Cepal mostra que cerca de 30% da população latino-americana ainda não tem acesso estável à internet.

Apesar disso, projeções da Fortune Business Insights apontam que os neobancos devem movimentar mais de US$ 3,4 trilhões em transações globais até 2032.

Você já trocou seu banco antigo por um app no celular? Ou ainda acha que nada substitui falar com o gerente cara a cara?

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Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, baseado no Rio de Janeiro, especializado em temas militares, tecnologia, energia e geopolítica. Busco traduzir assuntos complexos em conteúdos acessíveis, com rigor jornalístico e foco no impacto social e econômico.

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