Abandono de navios e desmanches irregulares agravam danos ambientais e ameaçam a segurança em águas costeiras no Brasil e no mundo
O aumento dos chamados cemitérios de navios gera grande preocupação no mundo todo. Em vários casos, o desmanche dessas embarcações acontece em países mais pobres, onde a mão de obra é mais barata e faltam leis ambientais de fiscalização eficazes.
O desmanche de navios de carga e passageiros já atinge cerca de 1.200 embarcações por ano. Esse processo exige tecnologia e equipamentos específicos para minimizar os danos ao meio ambiente marinho e costeiro.
Navios abandonados: uma ameaça invisível
O maior problema é o abandono de navios em águas costeiras. Nessas áreas, a vida marinha jovem se desenvolve com maior intensidade. Produtos químicos liberados pelos navios abandonados afetam de forma crítica a biota juvenil, que é extremamente sensível.
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Além do impacto ambiental, o abandono representa também risco à saúde pública. Gases venenosos, metais pesados e substâncias químicas tóxicas se espalham, expondo a população a sérios perigos.
Danos ambientais e riscos para a navegação
Com o tempo, o casco das embarcações deteriora, liberando uma abundância de produtos químicos e materiais ferrosos. Essa contaminação prejudica a fauna e a flora marinha e pode levar anos para ser revertida.
O afundamento dessas carcaças compromete a troca de águas em baías e estuários. Além disso, essas estruturas se tornam armadilhas perigosas para o transporte marítimo, afetando a segurança da navegação.
Desmanche sem segurança agrava o problema de navios abandonados
Outro ponto crítico é o desmanche de navios feito sem as técnicas e equipamentos adequados. Muitos acidentes graves, incluindo mortes e invalidez permanente de trabalhadores, são registrados.
Esses desmanches precários causam vazamentos de combustíveis, óleos, produtos corrosivos e resíduos de cargas. A contaminação afeta de forma agressiva áreas costeiras frágeis, podendo destruir ecossistemas formados ao longo de séculos.
Materiais como ferro, plásticos e derivados de petróleo se transformam em poluentes de longa duração. Elementos como chumbo, cádmio, mercúrio e níquel são apenas alguns exemplos dos metais pesados encontrados. Além deles, também aparecem amianto, asbestos, resíduos de tintas e vapores tóxicos.
Situação crítica no Brasil
No Brasil, o abandono de navios em fim de vida continua sendo um problema especialmente visível em grandes baías. Exemplos estão na Baía de Guanabara, Baía de Todos os Santos, Baía de Paranaguá e Baía de Santos e São Vicente.
Em 2025, só na Baía de Guanabara, já foram identificadas mais de 60 carcaças de embarcações de grande porte. Além desses, inúmeros barcos de pesca, passeio e transporte de pequeno porte também estão abandonados ou afundados.
Conhecendo agora os riscos que os navios abandonados representam, a sociedade precisa cobrar ações imediatas para a desmobilização correta dessas embarcações.
Entidades responsáveis devem agir com técnicos qualificados para criar políticas e estratégias eficientes. O objetivo deve ser garantir o desmonte seguro e ambientalmente responsável dos navios em fim de vida.
A proteção do meio ambiente marinho depende da união de esforços entre sociedade civil, governos e instituições especializadas.
Com informações de Olhar Oceanógrafo.



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