Navegar na internet pode ser frustrante na Rússia sob controle crescente do Kremlin. Censura, bloqueios e criminalização de buscas online fazem parte da estratégia para isolar a rede no país
Navegar na internet pode ser frustrante na Rússia, não apenas por problemas técnicos, mas por um plano deliberado do Kremlin para controlar o espaço digital. Desde leis restritivas até bloqueios de plataformas e criminalização de buscas, o país tem avançado rumo a um modelo de rede fortemente monitorado, reduzindo a liberdade de informação.
Segundo reportagem da Associated Press, essa política ganhou força após os protestos de 2011-2012, mas se intensificou com a invasão da Ucrânia em 2022, quando as principais redes sociais e diversos serviços ocidentais foram banidos. A repressão inclui desde desligamentos de internet móvel até a ameaça de substituir o WhatsApp por um aplicativo nacional, o MAX, controlado pela estatal VK.
Como a internet russa está sendo controlada
Nos últimos anos, o governo impôs exigências a provedores e empresas de tecnologia, como armazenar dados de usuários em servidores locais e instalar sistemas que permitem ao Estado monitorar e manipular o tráfego online. Serviços populares, como YouTube e Signal, já sofreram restrições, e até VPNs principal recurso para driblar a censura são alvo de bloqueios recorrentes.
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O objetivo é avançar para uma “internet soberana”, capaz de operar isolada do resto do mundo, semelhante ao “Grande Firewall” da China. Hoje, mais da metade dos endereços IP na Rússia é controlada por apenas sete empresas, com a estatal Rostelecom dominando 25% do total, segundo a Human Rights Watch.
Criminalização de conteúdo e buscas online
Uma das mudanças mais polêmicas foi a aprovação de uma lei que criminaliza pesquisas online por material considerado “extremista”, conceito que inclui desde conteúdo LGBTQ+ até publicações de opositores como Alexei Navalny. Especialistas apontam que, embora o rastreamento individual seja difícil, casos isolados podem servir como exemplo e intimidar a população.
Esse tipo de punição já é aplicado em países como Belarus, onde pessoas são multadas ou presas apenas por ler veículos independentes. Na Rússia, a tendência é associar a criminalização ao uso de plataformas estrangeiras, estimulando a migração para serviços controlados internamente.
O avanço do aplicativo MAX e o risco ao WhatsApp
O MAX, mensageiro nacional promovido pelo governo, já conta com mais de 2 milhões de cadastros e é projetado para integrar mensagens, pagamentos e serviços estatais, mas também para compartilhar dados com as autoridades. Uma nova lei determina que ele seja pré-instalado em todos os smartphones vendidos no país.
Para que a adoção seja massiva, especialistas acreditam que o Kremlin vai “sufocar” as alternativas ocidentais, possivelmente bloqueando o WhatsApp que conta com mais de 97 milhões de usuários mensais na Rússia. O Telegram, apesar de popular, não está na lista de restrições imediatas.
Até onde vai o controle?
O Kremlin ainda não alcançou um isolamento total da internet, mas especialistas alertam que o país está cada vez mais próximo desse cenário.
A combinação de novas leis, infraestrutura concentrada e avanços técnicos indica que o controle digital será cada vez mais rígido.
E você, acredita que o bloqueio de serviços e a criminalização de buscas online podem transformar a internet russa em um sistema totalmente fechado como o da China? Ou acha que a população vai sempre encontrar formas de contornar essas barreiras? Deixe sua opinião nos comentários.