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NASA revela que anomalia no Brasil está enfraquecendo o campo magnético da Terra e pode expor o país a perigos solares 

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 08/09/2024 às 08:08
Campo magnético do Brasil está enfraquecendo
Foto: Reprodução/Youtube

NASA revela anomalia que está enfraquecendo o campo magnético da Terra. Descubra os perigos envolvidos e as principais preocupações dos cientistas.

Uma anomalia magnética está causando grande preocupação na região do Atlântico Sul, onde o campo magnético da Terra está anormalmente enfraquecido. Esse fenômeno está interferindo no funcionamento de satélites artificiais e impactando voos intercontinentais que cruzam a área. Originária da África e agora se estendendo para a América do Sul, essa anomalia tem chamado a atenção de cientistas da NASA, que monitoram de perto os possíveis riscos e efeitos a longo prazo. Neste artigo, vamos explorar os detalhes dessa perturbação magnética e o que ela significa para o futuro da tecnologia e da aviação.

O que é o campo magnético da Terra?

Os cientistas da Nasa descobriram que a anomalia, que deixa o campo magnético enfraquecido é recorrente, possivelmente originária da África, e provocada por variações no fluxo térmico dentro da Terra. Os resultados do trabalho são apresentados em artigo da revista proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), nos Estados Unidos, publicado no último dia 10 de dezembro.

O campo magnético da Terra é parecido com o de um ímã de barras, centralizado no interior do planeta.

Ele é gerado no núcleo externo, a partir da lenta movimentação de uma liga metálica rica em ferro, no estado líquido. Segundo o professor Ricardo Trindade, do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP), a anomalia do campo magnético enfraquecido ocupa parte significativa do sul do Atlântico e da América do Sul, sendo a mais importante registrada atualmente. Segundo o pesquisador que coordenou o estudo, juntamente com o aluno de doutorado Plinio Jaqueto.

Trindade reforçou ainda que a anomalia descoberta pela Nasa é a principal responsável pelos riscos espaciais. Segundo ele, o campo magnético enfraquecido facilita a entrada de partículas carregadas de vento solar de fora da Terra, o que aumenta o risco de acidentes envolvendo satélites artificiais em órbita, voos espaciais e intercontinentais.

O objetivo do trabalho dos cientistas da Nasa

Segundo o especialista, o trabalho teve como intuito a resposta de três grandes questões, sendo elas: quando a anomalia surgiu, qual sua causa e se ela é recorrente em milhares de anos.

Em 2015, o pesquisador norte-americano, John Tarduno, levantou a hipótese de que o fenômeno teria surgido em função de uma anomalia térmica na interface entre o manto e o núcleo da Terra, que provocava um maior fluxo magnético.

Segundo o professor, estudos com solos queimados na África mostraram que em certos períodos aconteciam variações muito rápidas do campo magnético. Ele afirmou que, para estudar o fenômeno que afeta o campo magnético da Terra em território sul-americano, havia uma dificuldade causada pela falta de dados, pois não há registros no continente anteriores à chegada dos europeus, no século XVI.

Em busca de entender mais sobre o tema, pesquisadores do IAG analisaram o magnetismo de uma rocha coletada na Caverna Pau D’Alho, localizada no estado de Mato Grosso, na região Centro-Oeste.

Como foi realizado o trabalho dos pesquisadores?

No trabalho, os especialistas usaram um material pouco analisado em outros estudos com foco na evolução do campo magnético terrestre, as estalagmites. Este tipo de rocha se forma em cavernas, de baixo para cima.

A pesquisa utilizou uma estalagmite da coleção do Instituto de Geociências (IGC) da USP, em colaboração com o grupo do professor Francisco Cruz. Ela se formou há 1.500 anos, na caverna Pau D’Alho, que fica no município de Rosário Oeste, em Mato Grosso, onde foi coletada.

No IGC, as estalagmites são usadas em estudos sobre variações paleoclimáticas, dos quais, por meio de medidas químicas, podem se obter as oscilações do clima na América do Sul nos últimos 500 mil anos. Neste trabalho, foi medida a variação do campo magnético, por meio de um magnetômetro muito sensível, visto que as amostras possuem pouco material magnético, segundo o professor do IAG.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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