Fenômeno natural raro ocorre no Rio Echimamish, onde a água se divide entre dois cursos diferentes a partir do mesmo ponto
Um rio no Canadá intriga pesquisadores por apresentar uma característica quase impossível: ele flui em duas direções a partir de sua nascente. O fenômeno ocorre no Rio Echimamish, localizado em uma região pantanosa e praticamente plana na província de Manitoba, e já despertou tanto o interesse científico quanto o fascínio de comunidades locais e historiadores.
Segundo imagens captadas pelo satélite Landsat-9 da NASA, a nascente do rio está associada a um lago formado por represas de castores. A partir desse ponto central, o Echimamish distribui seu fluxo de água tanto para o leste, em direção ao Rio Hayes, quanto para o oeste, em direção ao Rio Nelson — ambos deságuam na Baía de Hudson, a cerca de 500 km dali.
Por que o Echimamish flui em duas direções?
A explicação para esse comportamento incomum está no relevo extremamente plano da região, o que permite que a gravidade influencie a água para mais de um lado, dependendo de variações sutis de nível e acúmulo de vegetação e barragens naturais. Estudos liderados pelo engenheiro civil Rob Sowby, da Universidade Brigham Young, indicam que o padrão de fluxo é sutil e até imperceptível para quem navega de canoa pela hidrovia.
-
Conheça os maiores touros do mundo! Tem brasileiros no lista, veja
-
Café de R$ 1,5 mil o quilo é processado no estômago de uma ave da Mata Atlântica em estado brasileiro
-
Brasil terá acesso ao eclipse lunar total mais longo do ano: Lua de Sangue dura 82 minutos e transmissão será ao vivo no YouTube
-
Esse é um dos trechos mais profundos do Rio São Francisco — possui 170 metros de profundidade, 65 quilômetros de extensão
A divisão do fluxo pode inclusive mudar de posição ao longo do tempo, variando de acordo com as barragens de castores que represam trechos distintos da região. Por esse motivo, registros históricos do curso do rio são muitas vezes contraditórios e misturam fatos com lendas locais.
Onde exatamente fica esse rio?
O Rio Echimamish possui 67 quilômetros de extensão e está situado na região central de Manitoba, no Canadá. Ele conecta dois rios importantes: o Rio Nelson, conhecido por sua correnteza forte, e o Rio Hayes, considerado mais navegável. A área em que ocorre a bifurcação fluvial é próxima ao antigo posto comercial de Painted Stone Portage.
Desde tempos antigos, o Echimamish foi utilizado por povos indígenas e comerciantes de peles, sendo considerado rota estratégica por facilitar o acesso à Baía de Hudson sem precisar enfrentar os trechos mais turbulentos do Rio Nelson.
O fenômeno é único?
Embora existam alguns rios com fluxos intermitentes reversos em períodos de maré ou durante eventos climáticos extremos, um rio que flui de forma permanente em duas direções a partir de um único ponto é extremamente raro. O Echimamish é, até hoje, um dos poucos exemplos documentados com esse comportamento contínuo, tornando-se objeto de pesquisa e conservação.
O rio e seus afluentes fazem parte do Sistema Fluvial do Patrimônio Canadense, reconhecimento que preserva sua importância ecológica, histórica e cultural. As margens do Echimamish ainda abrigam sítios arqueológicos e locais sagrados, como o próprio Painted Stone Portage, que guardam vestígios de ocupações milenares.
O que o futuro reserva para esse rio?
De acordo com os pesquisadores, o Echimamish pode ainda estar em processo de transformação geológica. É possível que, com o tempo, ele passe a seguir apenas um dos cursos — absorvendo o trecho superior do Hayes ou se separando definitivamente entre as duas bacias hidrográficas.
Até lá, permanece como um rio em “estado de limbo”, que desafia classificações tradicionais da hidrografia e segue alimentando mitos, teorias e investigações sobre seu comportamento singular.
Você já conhecia um rio que flui em duas direções? Acredita que a natureza ainda guarda muitos segredos como esse? Comente abaixo e compartilhe sua opinião sobre esse fenômeno fascinante.
Parque ecológico de águas emendadas em Brasília-DF tão perto e mesmo assim, preferem sempre as coisas que vem de fora, enquanto não começarmos a valorizar o que temos aqui, nada do que façamos será bom.