Asteroide 16 Psique, composto por metais valiosos, atrai interesse internacional e pode revelar segredos sobre a formação dos planetas, impulsionando debates sobre mineração espacial e o futuro da exploração fora da Terra.
A Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) monitora de perto o asteroide 16 Psique, considerado um dos corpos celestes mais valiosos já identificados.
Cientistas estimam que o valor econômico de seus metais supere em dezenas de vezes o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, despertando atenção global para sua composição e potencial.
O objeto espacial, descoberto em 1852 pelo astrônomo italiano Annibale de Gasparis, mede aproximadamente 226 quilômetros de diâmetro e está situado a cerca de 370 milhões de quilômetros do planeta Terra.
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Em julho de 2025, a agência espacial mantém o 16 Psique sob intenso escrutínio, após novas imagens captadas pelo Telescópio Espacial Hubble revelarem detalhes inéditos de sua superfície metálica.
O asteroide integra o chamado cinturão de asteroides, uma vasta região do Sistema Solar localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter, composta por milhares de objetos rochosos de diferentes tamanhos e origens.
Composição metálica e valor astronômico
O interesse da Nasa e da SpaceX, empresa de exploração espacial fundada por Elon Musk, em investigar o 16 Psique se justifica não apenas pelo valor astronômico atribuído à rocha, mas também pelo potencial científico de desvendar processos fundamentais de formação planetária.
De acordo com a pesquisadora Tracy Becker, do Southwest Research Institute, no Texas (Estados Unidos), “vimos outros meteoritos que são em sua maioria metálicos, mas o que torna o Psique único é que ele pode ser feito inteiramente de ferro e níquel“.
As análises espectroscópicas indicam que o 16 Psique é composto majoritariamente por ferro e níquel, elementos presentes no núcleo da Terra e de outros planetas.
Especialistas também sugerem a presença de metais raros e altamente valiosos, como platina e ouro.
Segundo estimativas amplamente divulgadas por centros de pesquisa em 2023, o valor total desses minerais poderia ultrapassar 10 mil quatrilhões de dólares, quantia cerca de 70 mil vezes superior ao valor da economia global, que alcançou US$ 142 trilhões em 2019, conforme o portal de estatísticas Statista.
Essas cifras reforçam o apelido popular do corpo celeste: o “asteroide dourado”.
Missão inédita da Nasa para explorar o asteroide dourado
A missão científica da Nasa, prevista para ser lançada em parceria com a SpaceX, prevê o envio de uma nave não tripulada ao 16 Psique.
O objetivo é realizar uma exploração detalhada do corpo celeste a partir de 2026.
Esta será a primeira vez que uma agência espacial investigará um asteroide de massa predominantemente metálica, diferentemente das missões anteriores, voltadas a corpos rochosos ou compostos por gelo.
O projeto é visto como uma oportunidade única de estudar estruturas profundas do Sistema Solar.
Origem e formação planetária
A comunidade científica acredita que o 16 Psique pode ser o remanescente do núcleo exposto de um protoplaneta — um planeta em formação que não completou seu desenvolvimento.
Esse cenário, caso confirmado, permitiria aos pesquisadores examinar de perto materiais primordiais, contribuindo para o entendimento da origem dos planetas terrestres, como a Terra, Marte, Vênus e Mercúrio.
Tracy Becker destaca: “O que torna Psique e outros asteroides tão interessantes é que eles são considerados rochas formadoras do sistema solar. Quando chegarmos, vamos entender se é assim, e se não for, será tão emocionante quanto“.
A cientista integra a equipe responsável pelo estudo que detalhou, em 2024, as propriedades físicas e químicas da superfície do asteroide, utilizando dados do Hubble e de observatórios terrestres.
Mineração espacial e desafios futuros
Além do valor científico e mineral, a missão Nasa-SpaceX tem potencial para revolucionar a compreensão sobre mineração espacial, tema que ganhou força nos últimos anos devido à crescente demanda global por metais estratégicos.
Empresas privadas e órgãos governamentais investigam as possibilidades de extração de recursos fora da Terra, considerando futuros desafios industriais, tecnológicos e ambientais.
No entanto, mesmo diante das cifras impressionantes, a exploração e eventual extração de metais do 16 Psique enfrentam obstáculos técnicos e legais consideráveis.
Atualmente, não existe tecnologia disponível para transportar grandes quantidades de material do cinturão de asteroides até o planeta.
Além disso, a legislação internacional, baseada no Tratado do Espaço Exterior de 1967, impõe restrições à apropriação de corpos celestes por nações ou empresas.
Impactos econômicos e expectativa global
O debate sobre a monetização dos recursos espaciais ganhou força após a publicação dos estudos sobre o 16 Psique.
Diversos especialistas ressaltam que, mesmo que fosse possível trazer toda a riqueza mineral do asteroide para a Terra, a oferta massiva de metais poderia desvalorizar esses materiais no mercado global.
Portanto, os impactos econômicos de uma exploração em larga escala ainda são incertos e tema de pesquisas acadêmicas e econômicas.
A missão de exploração da Nasa, que permanece confirmada para 2026, busca respostas para questões fundamentais sobre a origem dos planetas e a estrutura interna dos asteroides.
O estudo detalhado do 16 Psique poderá revelar segredos preservados há bilhões de anos no Sistema Solar, além de abrir caminho para novas tecnologias e debates sobre o futuro da humanidade fora da Terra.
Enquanto isso, a expectativa em torno do “asteroide dourado” continua a alimentar debates e especulações.
Será possível, no futuro, transformar as riquezas do espaço em benefício da sociedade?
Ou os desafios tecnológicos e legais impedirão que esse patrimônio se torne realidade?
Acompanhe as próximas descobertas para saber como a corrida pelo 16 Psique poderá redefinir o papel da mineração espacial e da exploração do Sistema Solar.