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NASA encontra rocha em Marte que pode ser o sinal mais forte de vida já detectado no planeta

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 10/09/2025 às 20:30
NASA encontra rocha em Marte que pode ser o sinal mais forte de vida já detectado no planeta
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Descoberta do rover Perseverance revela minerais ligados a micróbios e reacende debate sobre a possibilidade de vida antiga em Marte

O rover Perseverance, da NASA, pode ter feito a descoberta mais promissora até agora sobre a presença de vida antiga em Marte. Uma rocha coletada na Cratera Jezero revelou minerais associados a processos microbianos na Terra, levantando novas hipóteses sobre o passado do planeta.

Rocha com sinais intrigantes

A amostra foi retirada em julho de 2024, de uma rocha batizada de Cheyava Falls, dentro da formação Bright Angel. O núcleo recebeu o nome de Sapphire Canyon. Segundo os cientistas, trata-se de um argilito avermelhado, de granulação fina, marcado por anéis e manchas escuras que lembram a pele de um leopardo.

Essas características, afirmam os pesquisadores, podem ter surgido em reações químicas ligadas à presença de micróbios. No entanto, também existem processos puramente químicos que poderiam explicar os mesmos padrões.

Minerais ligados a micróbios

Joel Hurowitz, da Universidade Stony Brook, explicou que a rocha se formou quando a Cratera Jezero foi preenchida por água entre 3,2 e 3,8 bilhões de anos atrás.

Ele afirmou que foram identificados dois minerais principais: vivianita, que contém ferro e fósforo, e greigita, que contém ferro e enxofre.

Na Terra, esses minerais costumam se formar a partir da ação de microrganismos em ambientes aquáticos. Segundo Hurowitz, micróbios consomem matéria orgânica e liberam novos minerais como subproduto do metabolismo.

Além disso, o Perseverance detectou carbono orgânico, fósforo, enxofre e ferro oxidado, uma combinação que poderia sustentar esse tipo de atividade.

Prudência nas conclusões

Apesar do entusiasmo, Hurowitz foi cauteloso ao falar com a Reuters. Ele destacou que os dados não permitem confirmar vida passada. Isso porque processos geológicos podem gerar resultados semelhantes sem a intervenção de seres vivos. “Não podemos descartar completamente esses processos”, disse.

A NASA reforçou a prudência. Nicky Fox, diretora de missões científicas, afirmou que a descoberta não representa “a vida em si”. Já Sean Duffy, administrador interino da agência, foi um pouco mais otimista. Ele afirmou que a análise revisada ao longo de um ano não encontrou outra explicação plausível. “Pode ser o sinal mais claro de vida que já encontramos em Marte”, declarou.

Próximos passos e incertezas

O Perseverance vem coletando núcleos de rocha desde 2021. Essas amostras estão armazenadas em tubos selados para eventual envio à Terra. Só com testes em laboratórios avançados será possível confirmar ou refutar a hipótese de bioassinatura.

Entretanto, o futuro da missão que traria esses materiais enfrenta incertezas. O atual orçamento proposto pelo presidente Donald Trump prevê o cancelamento do programa de Retorno de Amostras de Marte. Portanto, a chance de examinar diretamente o núcleo do Sapphire Canyon pode não se concretizar tão cedo.

Essa combinação de esperança científica e obstáculos políticos deixa a pesquisa em suspenso. A possível bioassinatura existe, mas sua confirmação depende de um passo que ainda não tem garantia de acontecer.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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