Especialista alerta sobre riscos e enganos frequentes envolvendo gasolina aditivada em postos brasileiros. Entenda como escolhas simples no abastecimento e pequenos cuidados podem ser determinantes para a saúde do motor e para evitar prejuízos financeiros desnecessários.
A gasolina aditivada, vendida como solução moderna para preservar o motor, pode representar riscos para o bolso e até para o desempenho do veículo.
O jornalista automotivo e engenheiro Boris Feldman, conhecido por sua atuação em rádio, TV e internet, recomenda que os motoristas evitem abastecer com gasolina aditivada sem plena confiança no posto. Segundo ele, a prática é um dos alvos mais comuns de golpes em postos de combustível.
“Você pode estar pagando mais caro por um produto que recebeu apenas algumas gotas de aditivo. A ANP não fiscaliza o que e quanto é adicionado”, afirma Boris.
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Por que evitar a gasolina aditivada?
A gasolina aditivada é a mesma gasolina comum com a adição de substâncias detergentes, antioxidantes e dispersantes. Em teoria, esses aditivos mantêm o sistema de combustão mais limpo. No entanto, não há fiscalização direta sobre a concentração ou eficácia desses aditivos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
De acordo com Feldman, essa brecha regulatória permite práticas enganosas. “O posto pode colocar um litro de aditivo em 10 mil litros de gasolina, ou menos, e continuar vendendo como aditivada”, explica.
Fraudes comuns em postos de combustível
Além da aditivação duvidosa, Boris aponta outras artimanhas utilizadas por frentistas mal-intencionados. Um exemplo clássico é o chamado “dedo mágico”.
O frentista insere parcialmente a vareta de medição do óleo, simulando que o nível está abaixo do ideal, e convence o motorista a completar com mais um litro, mesmo sem necessidade.
“Frentista não é urologista. Ele põe o dedo e diz que a viscosidade está errada. Isso é impossível de saber sem instrumentos adequados”, alerta.
Qual o melhor aditivo para o seu carro?
A recomendação do especialista é clara: use gasolina comum e adicione aditivo automotivo confiável por conta própria. Feldman sugere marcas reconhecidas e aprovadas por montadoras, como:
- Acdelco (recomendada pela GM);
- Petronas (utilizada por marcas do grupo Stellantis);
- Produtos vendidos por concessionárias da Volkswagen;
- STP, desde que o aditivo seja do tipo detergente/dispersante.
O uso ideal, segundo ele, é a cada quatro tanques de gasolina, sempre com atenção ao tipo de aditivo comprado. “Evite os boosters, que prometem mais potência. Eles podem destruir velas de ignição e o catalisador do carro”, reforça.
Quando trocar o óleo, mesmo com pouca quilometragem?
Outro erro comum entre motoristas é postergar a troca de óleo porque o carro roda pouco. Feldman alerta que o uso urbano, com trajetos curtos e motor frio, acelera a degradação do óleo.
“Se o motor não atinge temperatura ideal, parte do combustível escorre para o cárter, contaminando o lubrificante. Em casos assim, a troca deve ocorrer a cada seis meses.”
Essa recomendação se aplica principalmente a quem dirige menos de 10 km por dia. Já para motoristas que percorrem distâncias maiores com regularidade, o intervalo pode ser anual, conforme o manual do fabricante.
Atenção à validade de pneus e borrachas
Outro ponto ignorado por muitos motoristas é a validade dos pneus. Cada unidade traz um código DOT com quatro dígitos: os dois primeiros indicam a semana e os dois seguintes o ano de fabricação. Pneus fabricados há mais de cinco ou seis anos já começam a perder elasticidade e aderência, mesmo que pareçam novos.
“A borracha resseca com o tempo. Pneus vencidos não grudam mais no asfalto e colocam em risco a estabilidade e a frenagem”, explica Feldman.
O mesmo vale para componentes como palhetas de limpador, mangueiras e correias. Se são de borracha, deterioram com o tempo, mesmo sem uso frequente.
Como evitar gastos desnecessários e proteger seu carro?
Segundo o especialista, o segredo está em conhecer minimamente os sistemas do carro para evitar cair em armadilhas. “Se você não sabe, eles sabem que você não sabe. E aí é onde mora o perigo”, alerta.
Ao evitar a gasolina aditivada dos postos e optar por combustíveis comuns com aditivos manuais confiáveis, o motorista assume o controle do que entra no tanque e aumenta a proteção do motor.
Além disso, seguir corretamente os prazos de troca de óleo e observar a validade dos pneus e peças de borracha são atitudes que garantem segurança e economia no longo prazo.
Será que a gasolina aditivada vale o que cobra ou é só mais uma armadilha do marketing automotivo?