De Bodie na Califórnia a Kolmanskop na Namíbia, cidades abandonadas por ouro, diamantes e crises econômicas hoje atraem turistas curiosos
Paradas no tempo, as cidades-fantasma surgiram por causa de guerras, tragédias naturais ou crises econômicas.
Lugares que já tiveram milhares de moradores acabaram sendo esvaziados e hoje permanecem como lembranças do passado.
Apesar do abandono, muitas delas viraram atrações turísticas justamente pela atmosfera única que preservam.
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Bodie, a febre do ouro que acabou em cidade abandonada
Bodie nasceu em 1859 como um simples acampamento de garimpeiros. Com a descoberta de grandes jazidas, virou uma cidade vibrante, chegando a cerca de 8.000 moradores e mais de 2.000 construções.
O auge, no entanto, não durou. Quando a mineração entrou em declínio, a população diminuiu rapidamente.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o local foi abandonado de vez. Hoje, Bodie é um parque estadual da Califórnia e conserva em ruínas cerca de 200 edifícios originais, preservando a memória de uma era de prosperidade repentina.
Kalaupapa, isolamento entre montanhas e mar
Na ilha de Molokai, no Havaí, a pequena comunidade de Kalaupapa guarda uma história marcada pela hanseníase.
Em 1866, as autoridades destinaram a região para receber pessoas diagnosticadas com a doença, que então era chamada de lepra.
Os penhascos de 600 metros de altura ao redor transformaram o local em um verdadeiro isolamento forçado.
Durante cem anos, moradores viveram separados do restante do arquipélago. Atualmente, Kalaupapa é um Parque Histórico Nacional, onde igrejas, escolas, hospital e fazendas ainda resistem como símbolos de um período doloroso.
Cidade abandonada de Forest City, o sonho imobiliário
Na Malásia, perto da fronteira com Cingapura, surgiu um projeto de dimensões gigantescas: Forest City.
Financiado principalmente pela chinesa Country Garden em parceria com o governo local de Johor, o empreendimento previa quatro ilhas artificiais.
A cidade prometia ser ecológica, tecnológica e luxuosa, com capacidade para até 700 mil moradores. Imóveis foram vendidos para investidores chineses, mas o entusiasmo perdeu força.
Restrições cambiais na China, instabilidade política na Malásia e a pandemia de Covid-19 provocaram um colapso nas vendas.
Segundo a BBC, hoje apenas 1% dos imóveis estão ocupados. O que seria uma metrópole futurista acabou se tornando uma cidade quase vazia.
Pyramiden, o retrato de um passado soviético
Localizada em Svalbard, no extremo norte da Noruega, Pyramiden começou em 1910 como uma cidade mineradora de carvão. Na década de 1960, atingiu o auge, com cerca de 2.500 habitantes.
Mas a queda na produção e as dificuldades financeiras levaram ao fechamento definitivo em 1998. Os moradores foram obrigados a sair, deixando para trás prédios, escolas e até um busto de Lenin.
Hoje, Pyramiden permanece praticamente intacta, atraindo turistas durante o verão ártico. Pesquisadores e cuidadores mantêm o local em funcionamento mínimo, transformando-o em um museu a céu aberto.
Kolmanskop, o brilho dos diamantes soterrado pelo deserto
Na Namíbia, Kolmanskop surgiu em 1908, durante a colonização alemã, impulsionada pela descoberta de diamantes.
O dinheiro gerado pela mineração construiu uma cidade moderna para a época, com hospital, escola, salão de festas, pista de boliche e até uma clínica equipada com raio-X.
O esgotamento das jazidas, porém, mudou o rumo. A partir da década de 1930, os moradores começaram a sair, e na metade do século XX o local já estava completamente vazio.
Hoje, as dunas avançam sobre as casas abandonadas, criando cenários impressionantes que atraem turistas e cineastas. Kolmanskop se transformou em um dos pontos turísticos mais visitados do país africano.
Essas cidades-fantasma, cada uma à sua maneira, revelam como mudanças abruptas podem transformar lugares cheios de vida em ruínas silenciosas.
Ao mesmo tempo, essas cidades-fantasma mostram como o abandono pode gerar curiosidade e até novas formas de turismo, mantendo viva a memória de épocas que não voltam mais.
Com informações de Casa e Jardim.