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Nada do velho asfalto: R$3.1 bilhões em Rodovias de concreto! Conheça o maior programa de pavimentação rígida no Brasil que utiliza material que dura até 30 anos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 02/09/2025 às 13:21
Paraná investe R$ 3,1 bilhões em 500 km de rodovias de concreto, com pavimentação rígida que garante mais durabilidade, economia e segurança.
Paraná investe R$ 3,1 bilhões em 500 km de rodovias de concreto, com pavimentação rígida que garante mais durabilidade, economia e segurança.
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Paraná investe em pavimento de concreto para modernizar 500 km de rodovias, reduzir custos de manutenção e aumentar a durabilidade das estradas. O projeto é o maior do tipo no Brasil e promete transformar a infraestrutura viária estadual.

O Paraná lidera um projeto inédito no país: mais de R$ 3,1 bilhões estão sendo aplicados em 500 quilômetros de rodovias estaduais em concreto.

Nesta segunda-feira (01), o Engenheiro Civil Wilson Leite Junio lembrou em seu canal do Youtube que o programa, lançado para transformar a infraestrutura viária, aposta em um pavimento mais resistente, capaz de suportar cargas pesadas e reduzir custos de manutenção ao longo das próximas décadas.

Concreto ganha espaço nas estradas brasileiras

Ao contrário do asfalto convencional, o concreto apresenta vida útil até três vezes maior.

Enquanto o recapeamento asfáltico costuma durar de cinco a oito anos, o pavimento rígido pode resistir de 20 a 30 anos, segundo especialistas.

Paraná investe R$ 3,1 bilhões em 500 km de rodovias de concreto, com pavimentação rígida que garante mais durabilidade, economia e segurança.
Paraná investe R$ 3,1 bilhões em 500 km de rodovias de concreto, com pavimentação rígida que garante mais durabilidade, economia e segurança.

A escolha atende principalmente às rodovias de maior fluxo de caminhões, onde o desgaste costuma ser acelerado.

Esse tipo de solução não foi adotado antes em larga escala por conta do alto custo do cimento, que tornava a opção menos competitiva frente ao asfalto.

Com a elevação do preço dos derivados de petróleo, no entanto, o cenário se inverteu.

Hoje, o concreto se apresenta como uma alternativa mais econômica no ciclo de vida da estrada.

Técnicas aplicadas nas obras

O plano combina duas formas de execução.

A primeira é a construção completa do pavimento, que começa no preparo do solo, segue com base e subbase reforçadas e recebe as placas de concreto.

A segunda é o whitetopping, método que utiliza o asfalto existente como base estrutural e aplica sobre ele uma camada de concreto, técnica considerada mais rápida em alguns trechos.

Para garantir a durabilidade, os engenheiros instalam barras de transferência entre as placas, permitindo que o peso seja distribuído de maneira uniforme.

No eixo longitudinal, barras de ligação evitam movimentações paralelas entre as faixas.

A superfície recebe acabamento rugoso, chamado de vassourado, que melhora a aderência em dias de chuva e amplia a segurança.

Trecho recém-concretado da PRC-280 revitalizado com pavimento rígido em PR, ampliando segurança viária." (Imagem: Roberto Dziura Jr/AEN)
Trecho recém-concretado da PRC-280 revitalizado com pavimento rígido em PR, ampliando segurança viária.” (Imagem: Roberto Dziura Jr/AEN)

Principais frentes em andamento

Diversas regiões do estado já recebem investimentos.

No Sudoeste, a PRC-280 soma 140 quilômetros de whitetopping, conectando municípios produtores de grãos ao eixo das concessões.

Nos Campos Gerais, a PR-151 passa por recuperação em concreto em um trecho de 32,7 quilômetros entre Ponta Grossa e Palmeira, com implantação de terceiras faixas e obras de arte.

Na região Central, a PRC-466 é duplicada em concreto em duas etapas. O lote Pitanga–Turvo, com 45,5 quilômetros, envolve R$ 514 milhões.

Já o trecho Palmeirinha–Turvo soma 27 quilômetros e recebe R$ 293,7 milhões. As intervenções incluem viadutos e pontes para ampliar a capacidade.

O Litoral acompanha a duplicação da PR-412, de Matinhos a Pontal do Paraná, com 14,2 quilômetros e R$ 274 milhões investidos.

A obra prevê marginais e iluminação em LED, adequando a via ao aumento de fluxo na temporada de verão.

Na Região Metropolitana de Curitiba, a Rodovia dos Minérios (PR-092) avança com pista em concreto, marginais, viaduto, ciclovia e nova sinalização.

Outro destaque é a ligação Mandirituba–São José dos Pinhais, que soma 26,6 quilômetros em pavimento rígido, facilitando o escoamento produtivo até o aeroporto.

Mais segurança e menor custo de manutenção

Rodovia em concreto com acabamento texturizado (vassourado) garante aderência e visibilidade à noite." (Imagem: Portal Estradas)
Rodovia em concreto com acabamento texturizado (vassourado) garante aderência e visibilidade à noite.” (Imagem: Portal Estradas)

Além da robustez estrutural, o concreto traz benefícios diretos para motoristas.

O acabamento texturizado melhora a frenagem em pista molhada, enquanto a cor clara aumenta a refletividade da estrada durante a noite.

Na perspectiva econômica, a principal vantagem está na redução de manutenções recorrentes.

Como o pavimento resiste mais tempo sem necessidade de recapeamento, o custo ao longo dos anos cai de forma significativa. Isso também significa menos interrupções no tráfego para obras emergenciais.

Detalhes técnicos que fazem a diferença

No whitetopping, a aplicação depende da condição térmica da superfície asfáltica.

Caso o pavimento esteja muito aquecido, é necessário resfriamento ou tratamento prévio antes da concretagem, de modo a evitar fissuras por perda rápida de água na cura.

Já nas obras de nova construção, o preparo do subleito e o alinhamento das barras são fundamentais para evitar falhas estruturais.

Outro ponto de atenção está na cura do concreto. Manter a umidade adequada evita trincas e garante resistência.

Se cada etapa é cumprida corretamente, o pavimento ganha longevidade e suporta tráfego intenso sem perda de qualidade.

YouTube Video

Impactos ambientais e logísticos

Ao substituir camadas asfálticas por concreto, o estado reduz a dependência de derivados de petróleo.

O menor número de reparos também diminui emissões associadas a obras frequentes e melhora a eficiência logística, já que os caminhões enfrentam menos paradas em trechos em manutenção.

O programa ainda gera efeitos indiretos: empregos no setor da construção civil, maior competitividade para a produção agrícola e industrial e encurtamento dos tempos de deslocamento.

Um modelo para outros estados

Com 18 trechos em execução ou já concluídos, o Paraná consolida uma estratégia inédita no país.

Ao adotar o concreto em larga escala, o estado testa um modelo que pode ser replicado em corredores logísticos de alto tráfego em outras regiões brasileiras.

Agora, a questão que fica é: será que a pavimentação em concreto pode se tornar uma nova tendência nas principais rodovias do Brasil?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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