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Nada de soja ou cana! Maior produto exportado pelo Brasil é o Petróleo, para a alegria da Petrobras e outras empresas do setor

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/12/2024 às 19:42
Petróleo supera soja como principal produto de exportação do Brasil em 2024. Pré-sal e demanda global impulsionam recorde de receita.
Petróleo supera soja como principal produto de exportação do Brasil em 2024. Pré-sal e demanda global impulsionam recorde de receita.

Pela primeira vez em uma década, o petróleo supera a soja e assume o topo das exportações brasileiras. Com uma produção em crescimento e características sustentáveis, o pré-sal coloca o Brasil entre os gigantes do mercado global. Será que a soja conseguirá recuperar o trono ou o petróleo veio para dominar de vez?

Quem diria que o Brasil, um gigante conhecido por suas vastas plantações de soja e cana-de-açúcar, veria o petróleo assumir o posto de líder absoluto em exportações?

O produto, que por anos ocupou posições secundárias, deixou para trás a hegemonia da soja e alcançou a liderança em receita pela primeira vez na história recente.

Por trás dessa transformação está uma combinação de fatores que vão desde a alta demanda global até a eficiência da produção nacional. Mas o que significa essa mudança para o futuro econômico do país?

No acumulado de 2024, o petróleo ultrapassou a soja como o principal produto de exportação do Brasil, atingindo receitas recordes.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a novembro deste ano, o país exportou 85,45 milhões de toneladas de petróleo, um aumento de 14,4% em relação ao mesmo período de 2023.

Em termos financeiros, isso representou US$ 42,76 bilhões em receitas, superando os US$ 42,08 bilhões gerados pela soja.

Esse marco histórico reflete um cenário inédito em mais de uma década, em que a oleaginosa dominou a pauta exportadora brasileira.

A liderança inesperada do petróleo

Embora o petróleo já tivesse ameaçado liderar em anos anteriores, sempre havia outro concorrente que o superava, como o minério de ferro.

Desta vez, porém, a alta na produção e as características específicas do petróleo brasileiro foram decisivas, conforme destacou Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

Ele explicou que o petróleo extraído do pré-sal emite menos CO₂ em comparação com o de outros países, atendendo às crescentes exigências de descarbonização do mercado internacional.

A soja, por outro lado, enfrentou uma safra difícil devido à seca, com os embarques caindo 1,3% no mesmo período.

Além disso, os preços da oleaginosa sofreram uma queda de 17%, prejudicando ainda mais sua competitividade.

Produção nacional em ascensão

O Brasil encerra 2024 com uma posição de destaque no mercado global de petróleo.

A produção do país já ultrapassa 3,5 milhões de barris por dia e deve superar os 4 milhões em 2025, segundo projeções do IBP.

Grandes investimentos no pré-sal, liderados pela Petrobras e outras empresas do setor, podem elevar a produção para mais de 5 milhões de barris diários até 2030.

Essa trajetória coloca o Brasil entre os cinco maiores produtores globais, potencialmente superando países como Iraque e China.

“Estamos vivendo um momento de ramp-up muito significativo na produção de petróleo.

É algo que tem tudo para continuar nos próximos anos, considerando a demanda global e a competitividade do nosso produto”, afirmou Ardenghy.

Por que o petróleo brasileiro é tão competitivo?

O petróleo extraído do pré-sal brasileiro possui uma característica que o torna extremamente desejável no mercado internacional: baixa intensidade de carbono.

A produção nacional emite, em média, menos de 20 kg de CO₂ por barril de óleo equivalente, enquanto no Canadá, por exemplo, esse número chega a 45 kg.

Isso atende às exigências de refinarias e centrais petroquímicas em busca de fontes mais sustentáveis.

Além disso, o crescimento da demanda global por petróleo, especialmente em mercados asiáticos, deve sustentar o ritmo de exportações brasileiras nos próximos anos.

Mesmo com as discussões sobre transição energética, a expectativa é de que o consumo de petróleo se mantenha elevado no médio prazo.

A soja ainda pode recuperar sua posição?

Apesar da perda de liderança, a soja não está fora do jogo. O setor espera um aumento de mais de 10% na produção em 2025, impulsionado pela recuperação das produtividades.

No entanto, superar o petróleo será um desafio, especialmente se os preços da oleaginosa não se recuperarem.

Enquanto isso, o petróleo se consolida como uma peça-chave para a economia brasileira, representando não apenas uma fonte de receita expressiva, mas também uma vantagem estratégica no cenário energético global.

O que você acha dessa mudança histórica? Será que o petróleo continuará como líder absoluto, ou a soja tem chances de retomar o posto nos próximos anos? Deixe sua opinião nos comentários!

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Celso Uribbe
Celso Uribbe
08/12/2024 08:04

O que o post não informa é que o Brasil importa Diesel e petróleo também

Celso Uribbe
Celso Uribbe
08/12/2024 08:08

Então a Soja continua imbatível considerando o Balanço Exp x Imp

Geraldo Arruda
Geraldo Arruda
08/12/2024 18:24

Mesmo assim o Brasil ainda continua um pais pobre

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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